Spray nasal de escetamina provou, mais uma vez, ser um tratamento eficaz e bem tolerado da depress�o resistente
Thorsten Frenzel/Pixabay
A Janssen acaba de anunciar os resultados do estudo ESCAPE-TRD, um ensaio cl�nico de fase 3 de longo prazo, comparativo, randomizado e aberto, que foi projetado para avaliar a efic�cia, seguran�a e tolerabilidade do uso em curto e longo prazo de doses flex�veis de SPRAVATO (spray nasal de escetamina) em compara��o com quetiapina de libera��o prolongada (XR). As an�lises estabeleceram compara��o da utiliza��o de ambos os tratamentos em combina��o com um tratamento cont�nuo com inibidor seletivo da recapta��o da serotonina (ISRS) ou inibidor da recapta��o da serotonina e noradrenalina (ISRSN), em adultos com depress�o resistente ao tratamento.
Os resultados revelam que a escetamina intrasanal atingiu o desfecho prim�rio do estudo, demonstrando maior efic�cia para alcan�ar a remiss�o em compara��o com a quetiapina XR. O estudo tamb�m atingiu o objetivo secund�rio principal, demonstrando que um volume significativamente maior de pacientes alcan�ou a remiss�o e permaneceu livre de reca�das quando tratados com escetamina intranasal, em compara��o com quetiapina XR.
Alcan�ar a remiss�o e permanecer livre de reca�das � um marco importante no tratamento da depress�o e � um marco especialmente desafiador em pacientes que apresentam resist�ncia ao tratamento, ou seja, quando n�o responderam positivamente �s terapias anteriores
Fabiana Nery, m�dica psiquiatra, especialista em psiquiatria pela Associa��o Brasileira de Psiquiatria
“Alcan�ar a remiss�o e permanecer livre de reca�das � um marco importante no tratamento da depress�o e � um marco especialmente desafiador em pacientes que apresentam resist�ncia ao tratamento, ou seja, quando n�o responderam positivamente �s terapias anteriores”, avalia Fabiana Nery, m�dica psiquiatra, especialista em psiquiatria pela Associa��o Brasileira de Psiquiatria (ABP), membro da entidade brasileira e da American Psychiatric Association.
O estudo avaliou 676 adultos com depress�o resistente ao tratamento, randomizados para receber escetamina intranasal (n=336) ou quetiapina XR (n=340), ambos em combina��o com um inibidor seletivo da recapta��o da serotonina (ISRS) e um inibidor seletivo de recapta��o de serotonina e noradrenalina (ISRSN).
A depress�o resistente ao tratamento foi definida como a n�o resposta a pelo menos dois tratamentos consecutivos, com dosagens adequadas, incluindo o tratamento em andamento, durante o epis�dio depressivo atual.
O desfecho prim�rio avaliou as taxas de remiss�o durante o tratamento na oitava semana entre os dois grupos do estudo e demonstrou que significativamente mais participantes alcan�aram remiss�o no grupo tratado com escetamina intranasal em compara��o com o grupo que recebeu a quetiapina XR (27,1% vs. 17,6%, respectivamente; p = 0,003).
Al�m disso, o estudo demonstrou que mais pacientes em uso de escetamina intranasal permaneceram livres de reca�da na 32ª semana, ap�s atingir remiss�o na 8ª semana, em compara��o com a quetiapina XR (21,7% vs. 14,1%, respectivamente; p=0,008).
As taxas de remiss�o tamb�m continuaram a aumentar ap�s o desfecho prim�rio na 8ª semana, chegando � 32ª semana com a maioria dos pacientes (55%) entre os tratados com escetamina intranasal e 37,0% entre os que receberam quetiapina XR.
Depress�o resistente tem impacto devastador na vida das pessoas
“A depress�o resistente ao tratamento pode ter um impacto devastador na vida das pessoas que vivem com essa condi��o, e h� uma necessidade urgente e cont�nua de identificar terapias eficazes no combate a este transtorno”, afirma F�bio Lawson, diretor m�dico na Janssen Brasil.
“Estamos satisfeitos em ver que o spray nasal de escetamina provou, mais uma vez, ser um tratamento eficaz e bem tolerado. As descobertas do estudo ESCAPE-TRD s�o um passo importante para ajudar as pessoas que n�o responderam a alguns ciclos de tratamento anteriores, podendo obter a qualidade de vida que merecem”, destaca F�bio Lawson.
Os efeitos adversos mais comuns (≥10%) observados entre os pacientes que receberam escetamina intranasal foram tontura (46,7%), n�usea (29,3%), dissocia��o (28,1%), dor de cabe�a (24,6%), vertigem (18,9%), sonol�ncia (15,0%), disgeusia (12,0%), parestesia (11,1%) e v�mitos (10,8%).
Esses resultados s�o consistentes com os dados de seguran�a coletados em estudos anteriores. No grupo dos pacientes tratados com quetiapina XR, os efeitos adversos mais comuns foram sonol�ncia (23,2%), aumento de peso (12,5%) e dor de cabe�a (11,9%).
Efeitos adversos
Efeitos adversos graves foram observados em 4,5% dos participantes que receberam quetiapina XR e 5,4% entre os que receberam escetamina intranasal. A descontinua��o do tratamento ocorreu em 23,2% dos participantes no grupo de escetamina intranasal em compara��o com 40,3% no bra�o de quetiapina XR, principalmente devido � falta de efic�cia do tratamento (8,3% para escetamina NS vs. 15,0% para quetiapina XR), eventos adversos (4,2% para escetamina intranasal vs. 11,5% para quetiapina XR) ou recusa do participante de tratamento adicional (8,3% para escetamina NS vs. 8,5% para quetiapina XR).
O ESCAPE-TRD � um ensaio cl�nico de fase 3 randomizado, aberto, cego para o avaliador, controlado por ativo, internacional, multic�ntrico, projetado para avaliar a efic�cia, seguran�a e tolerabilidade da escetamina intranasal com dosagem flex�vel em compara��o com a quetiapina XR, ambos em combina��o com um continuando SSRI ou SNRI em indiv�duos com depress�o resistente.
Seiscentos e setenta e seis adultos foram randomizados para receber escetamina intranasal (N=336) ou quetiapina XR (N=340), ambos em combina��o com seus atuais ISRS/SNRI. A dura��o total do estudo foi de no m�ximo 32 semanas para todos os participantes, consistindo em uma fase de triagem de at� 14 dias, uma fase de tratamento que incluiu uma fase aguda de 8 semanas, uma fase de manuten��o de 24 semanas, e um acompanhamento de seguran�a de duas semanas ap�s a �ltima dose da interven��o do estudo. O ESCAPE-TRD foi conduzido em 24 pa�ses na Europa, Am�rica Latina, �frica e �sia.
Depress�o e depress�o resistente ao tratamento
A depress�o � uma doen�a de base biol�gica caracterizada por tristeza persistente ou recorrente e perda de interesse em atividades, acompanhada pela incapacidade de desempenhar tarefas di�rias por pelo menos duas semanas. Atualmente, � considerada a principal causa de incapacidade em todo o mundo.
O Brasil � o 5º pa�s no mundo em n�mero de pessoas com depress�o. Dados do estudo observacional TRAL (Treatment-Resistant Depression in America Latina), realizado na Am�rica Latina com quase 1.500 pacientes, demonstraram que no Brasil cerca de 40% das pessoas com transtorno depressivo maior t�m depress�o resistente.
Estudos mostram ainda que, a cada novo epis�dio, as chances de responder ao tratamento padr�o diminuem consideravelmente. Enquanto as perspectivas de resposta na primeira linha de terapia s�o de 49%, a partir do terceiro tratamento, esse n�mero cai para 17%.
Sobre SPRAVATO (escetamina)
A aprova��o do SPRAVATO para tratar depress�o resistente foi baseada em um robusto programa de ensaios cl�nicos que envolveu mais de 1.700 adultos sendo: tr�s estudos de curto prazo; um estudo de manuten��o de efeitos e outro que avaliou seguran�a a longo prazo.
Os resultados de curto prazo de quatro semanas, publicados no The American Journal of Psychiatry, com a escetamina intranasal associada a um antidepressivo oral, mostraram que os pacientes tiveram melhoras superiores nos sintomas da depress�o quando comparados �queles que utilizaram o antidepressivo oral e placebo.
Os resultados do estudo de longo prazo, publicados na JAMA Psychiatry[vii], mostraram que os pacientes que alcan�aram um n�vel de melhora de grande parte dos sintomas inc�modos tiveram uma redu��o de 51% na chance de reca�da se continuassem utilizando o tratamento com escetamina intranasal, uma vez a cada duas semanas, em compara��o com aqueles pacientes que deixaram de fazer o tratamento continuado com o spray intranasal.
J� a aprova��o para a r�pida redu��o dos sintomas depressivos em pacientes adultos com Transtorno Depressivo Maior com comportamento ou idea��o suicida aguda foi baseada nos resultados de dois ensaios cl�nicos de Fase 3 que envolveram mais de 450 pacientes com transtorno depressivo maior com comportamento ou idea��o suicida, incluindo pacientes brasileiros.
As an�lises avaliaram o uso combinado do spray nasal de escetamina com o tratamento padr�o, que incluiu hospitaliza��o volunt�ria por tempo determinado e terapia antidepressiva recentemente iniciada e/ou otimizada.
Efeitos colaterais
Nos ensaios cl�nicos, os efeitos colaterais mais comuns inclu�ram dissocia��o, tontura, n�usea, seda��o, sensa��o de rota��o, sensa��o reduzida de tato, ansiedade, falta de energia, aumento da press�o arterial e v�mitos.
Este medicamento � deve ser utilizado com o monitoramento de um profissional de sa�de, por isso � importante comunicar quaisquer suspeitas de eventos adversos relacionados ao seu uso. Os eventos adversos devem ser relatados � Janssen por meio dos canais: [email protected]; [email protected] ou pelo telefone 0800 701 1851, al�m das autoridades regulat�rias.
Para mais informa��es de seguran�a, consulte o Resumo das Caracter�sticas do Medicamento dispon�vel neste link.
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