Neurocientista

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Transtorno que afeta o dia a dia de cerca de 15% dos brasileiros - segundo o Minist�rio da Sa�de -, a depress�o pode atuar como uma esp�cie de 'gatilho' para o desenvolvimento de altera��es nas c�lulas do organismo. Essa � a constata��o apontada por um estudo publicado na revista Cognitioniss.

Intitulada 'Neuroanatomia em pacientes com transtorno depressivo persistente e as altera��es das c�lulas imunes', a pesquisa se baseou em relatos de casos de 20 pessoas diagnosticadas com Transtorno Depressivo Persistente (TDP) que faziam atendimento psicol�gico. Isso significa que, entre os anos de 2021 e 2022, foram analisadas hist�rias de pacientes com mais de dois anos com quadro de depress�o diagnosticado.

Segundo o professor Fabiano de Abreu Agrela Rodrigues, que liderou os estudos, pacientes com TDP t�m riscos maiores de desenvolver quadros mais graves de gripe, COVID-19 e outras doen�as que afetam o sistema imunol�gico. "Qualquer doen�a, quando se tem a imunidade baixa por causa de transtornos depressivos, apresenta danos maiores � pessoa", diz o professor, sobre parte da conclus�o de seu estudo.

Gl�bulos vermelhos e brancos


No corpo humano, o mecanismo que interfere na imunidade do paciente com TDP ocorre de forma a atingir os gl�bulos vermelhos e brancos, respons�veis pela prote��o do organismo, do indiv�duo.

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Al�m disso, segundo a pesquisa, as pessoas com mais de dois anos com quadro depressivo apresentam aumento da deformabilidade celular em mon�citos e neutr�filos (c�lulas com a fun��o de defender o organismo contra corpos estranhos, como v�rus e bact�rias).

Preven��o e tratamento

De acordo com Fabiano Abreu, a cria��o e manuten��o de rotinas de leitura, qualidade do sono e exerc�cios f�sicos � um caminho para se ficar longe da depress�o, seja a doen�a diagnosticada ou n�o. "Essas s�o atividades que trabalham a parte frontal do c�rebro. E, quanto � leitura, me refiro ao ato de se concentrar e ler de forma cont�nua. Isso porque, ler apenas o t�tulo de mat�rias de jornal, por exemplo, n�o trabalha essa regi�o do c�rebro", explica o neurocientista.

"Quanto mais conhecimento se tem, se aprofunda, melhor ser� a sa�da para pacientes com depress�o e melhor ser� a preven��o da doen�a � popula��o em geral", complementa.

Quando procurar ajuda

Embora a cria��o de rotinas que envolvam leituras, exerc�cios e a boa qualidade do sono sejam imprescind�veis �s pessoas, Fabiano sinaliza haver situa��es em que h� a necessidade de acompanhamento terap�utico e psiqui�trico.
"Primeiro temos de ter autoconhecimento para resolver nossos problemas, por�m a depender de como o c�rebro do paciente est�, � necess�rio, sim, um processo terap�utico e, em alguns caso, o acompanhamento psiqui�trico", enfatiza.

Al�m de atendimentos m�dico e psicol�gicos, o paciente com TDP pode procurar apoio emocional com o Centro de Valoriza��o da Vida (CVV). Por meio deste grupo, � poss�vel ser atendido de forma gratuita, ligando para o n�mero 188.