Menina recebendo gotinhas na boca

Segundo o Minist�rio da Sa�de, no ano passado, a cobertura vacinal para a doen�a no Brasil ficou em 77,16%, muito abaixo da taxa de 95% recomendada pela Organiza��o Mundial da Sa�de (OMS)

Tomaz Silva/Ag�ncia Brasil/Arquivo

A s�tima edi��o do International Symposium on Immunobiologicals (ISI), aberta nesta ter�a-feira (2), alerta para o risco alto da volta da poliomielite ao Brasil. A doen�a, erradicada no pa�s desde 1989, pode matar ou provocar sequelas motoras graves.

 

Em um dos debates do dia, pesquisadores apontaram a baixa cobertura como principal motivo de preocupa��o com a paralisia infantil, como a doen�a tamb�m � conhecida.

O evento � promovido pelo Instituto de Tecnologia em Imunobiol�gicos da Bio-Manguinhos/Fiocruz, no Rio de Janeiro.

A presidente da C�mara T�cnica de Poliomielite do Minist�rio da Sa�de, Luiza Helena Falleiros, destacou o conjunto de fatores que levaram a esse cen�rio e disse que existe um risco evidente. “Com o processo de imigra��o constante, com baixas coberturas vacinais, a continuidade do uso da vacina oral, saneamento inadequado, grupos antivacinas e falta de vigil�ncia ambiental, vamos ter o retorno da p�lio. O que � uma trag�dia anunciada”, afirmou.




Luiza Helena lembrou que sempre se diz que as vacinas s�o v�timas do seu pr�prio sucesso. “Hoje ningu�m mais viu um caso de p�lio. N�o se tem essa no��o de risco enorme, mas ele existe. E n�o tem milagre, nem segredo. Tem que vacinar.”


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A pesquisadora citou um estudo do Comit� Regional de Certifica��o de Erradica��o da Polio 2022, da Organiza��o Pan-Americana da Sa�de (Opas), que aponta o Brasil como segundo pa�s das Am�ricas com maior risco de volta da poliomielite, atr�s apenas do Haiti. Um caso recente da doen�a foi confirmado em Loreto, no Peru, o que aumentou a vigil�ncia nas fronteiras. H� 30 anos, o continente estava livre de registros da doen�a.

Cobertura vacinal

Segundo o Minist�rio da Sa�de, no ano passado, a cobertura vacinal para a doen�a no Brasil ficou em 77,16%, muito abaixo da taxa de 95% recomendada pela Organiza��o Mundial da Sa�de (OMS) para impedir a circula��o do v�rus.

No simp�sio de hoje, foram discutidos os motivos da chamada hesita��o vacinal. Jos� Cassio de Morais, assessor tempor�rio da Organiza��o Pan-Americana da Sa�de, disse que a cobertura depende principalmente da confian�a nas vacinas distribu�das pelo governo, de como administrar o medo da rea��o vacinal, da dificuldade de acesso aos postos, do n�vel de renda familiar e da escolaridade da popula��o. Para melhorar o quadro atual, Morais defendeu mais investimento mais em campanhas e na informa��o de qualidade.

“� importante lembrar que a vacina��o, al�m de uma prote��o individual, � uma prote��o coletiva. Vimos isso na quest�o da covid-19, em que muitas pessoas n�o quiseram se vacinar. E precisamos atentar para a quest�o da comunica��o social. Temos uma avalanche de fake news a respeito das vacinas e que trazem muito dano para a popula��o. Mas n�o temos quase not�cias positivas a respeito da vacina. Tem tido muito pouca divulga��o da campanha de vacina��o contra influenza, por exemplo. Temos que melhorar isso, divulgar melhor os fatos positivos em rela��o � vacina”, afirmou o assessor da Opas.