Mulher sendo avaliada para realização de cirurgia plástica

Mulher sendo avaliada para realiza��o de cirurgia pl�stica

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N�o � dif�cil encontrar algu�m que ficou surpreso ao receber um bombardeio de informa��es em redes sociais ap�s uma simples procura no Google sobre determinado tema. E, no campo da cirurgia pl�stica, isso n�o � diferente. Com algoritmos cada vez mais inteligentes, as redes sociais demonstraram servir como ferramenta de informa��o e educa��o para os pacientes. Estudo recente, publicado em mar�o no Aesthetic Surgery Journal, um peri�dico da Oxford Academic, fez uma revis�o sistem�tica sobre os algoritmos das principais redes sociais.

"O estudo mostrou em quais redes sociais o p�blico jovem e o mais maduro buscam suas informa��es - e as cirurgias pl�sticas mais procuradas. Escolher o conte�do certo na plataforma mais indicada facilita o envolvimento entre o m�dico e o paciente", explica Eduardo Nunes, cirurgi�o pl�stico associado fundador da Brazilian Association of Plastic Surgeons (BAPS) e coordenador do n�cleo de publicidade m�dica da associa��o. A associa��o defende a publicidade m�dica respons�vel nas redes sociais como uma ferramenta importante para a educa��o do paciente.

A meta-an�lise de dados determinou as plataformas de m�dia social mais valiosas e �teis para cirurgi�es pl�sticos, avaliando 16 artigos cient�ficos. "Segundo o estudo, nas redes sociais, o p�blico tende a se envolver mais com conte�do est�tico do que com conte�do cient�fico. As gera��es mais jovens s�o mais propensas a utilizar o Instagram, Snapchat e TikTok, enquanto as gera��es mais maduras podem ser mais inclinadas a utilizar o Facebook e o YouTube", diz Eduardo.

A cirurgia de aumento dos seios � o procedimento mais comum (e mais buscado) em pacientes de 17 e 35 anos, que se utilizam do Instagram, Snapchat e TikTok, de acordo com a revis�o. "Pacientes entre 36 e 70 anos t�m maior probabilidade de se envolver no Facebook, Instagram e Facebook, sendo a lipoaspira��o o procedimento mais comum nessa faixa et�ria. Para maiores de 70 anos, � mais prov�vel que os pacientes utilizem o Facebook com o procedimento mais comum realizado como blefaroplastia", aponta o estudo. A blefaroplastia � a cirurgia que trata a forma e o volume das p�lpebras superiores e/ou inferiores - regi�es que sofrem com uma s�rie de sinais com o avan�ar da idade.

Crescimento do marketing m�dico

De acordo com o estudo, em 2010, apenas 30% dos cirurgi�es pl�sticos relataram usar a m�dia social como fonte de publicidade, enquanto 92% dos cirurgi�es pl�sticos relataram usar o site de sua cl�nica como fonte de publicidade. Al�m disso, 62% dos cirurgi�es pl�sticos acreditam que a m�dia social pode beneficiar sua pr�tica. "No cen�rio de hoje, � comum encontrar p�ginas e perfis de m�dia social para uma pr�tica de cirurgia pl�stica. O aumento do uso entre os cirurgi�es pl�sticos � paralelo ao aumento geral da m�dia social entre todas as gera��es. Mas nem todas as plataformas de m�dia social s�o iguais e seu uso varia de acordo com a gera��o", diz o estudo.

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A BAPS defende a publicidade m�dica livre e respons�vel, e argumenta que marketing m�dico deve estar intimamente ligado ao bom conhecimento e a verdade, o que gera benef�cios para o paciente. "Entendemos como um desequil�brio danoso para a sociedade que profissionais n�o t�o qualificados possam se comunicar e se aproximar do paciente, enquanto m�dicos muito bem qualificados s�o limitados em rela��o a sua comunica��o. A liberdade � para n�s um dos fatores mais importantes", esclarece o coordenador do n�cleo de publicidade m�dica da associa��o. No Brasil, os m�dicos brasileiros s�o proibidos de postar fotos de antes e depois e contam com uma s�rie de limita��es no quesito publicidade. "Isso exige que o paciente tenha que pagar a consulta para descobrir se os resultados do cirurgi�o lhe agradam, e se o m�dico possui experi�ncia com a cirurgia que ele deseja ou com seu biotipo", argumenta o coordenador.

A BAPS reitera, no entanto, que qualquer liberdade nesse sentido tem como base a responsabilidade. "Nesse sentido, n�s da BAPS refor�amos que a nossa defesa pela publicidade m�dica livre, antes de mais nada, deve ser calcada em valores inegoci�veis, como seriedade das informa��es e imagens, bem como na responsabilidade e respeito tanto � medicina quanto ao paciente", explica.

"A partir do momento em que esse cirurgi�o tem algo de muito valor para levar �s pessoas do ponto de vista t�cnico, de qualidade cient�fica, h� a necessidade dele estar mais pr�ximo da sociedade e se apresentar de forma mais clara, transparente, sem arestas e sem barreiras, sobretudo respeitando a �tica m�dica. Justamente para que o paciente consiga entender e distinguir de forma mais clara aquilo que ele quer ter acesso", finaliza o coordenador da BAPS.