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Tom Brunberg/Unsplash)

Com tantas dietas novas e j� consagradas, � dif�cil escolher a mais adequada para a sa�de em geral. Algumas, inclusive, podem at� ser mal�ficas para o organismo. Por isso, um grupo de cardiologistas norte-americanos publicou, recentemente, uma avalia��o dos 10 regimes mais populares no mundo ocidental, com foco nos benef�cios de cada um para o sistema cardiovascular.

O artigo, publicado na revista Circulation, conclui que os padr�es alimentares Dash, mediterr�neo, vegetariano e pescetariano s�o as escolhas mais acertadas. Por outro lado, aquelas com alto consumo de gorduras animais, como a paleo, podem colocar o cora��o em perigo e devem ser evitadas.

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"O n�mero de diferentes padr�es alimentares populares proliferou nos �ltimos anos, e a quantidade de desinforma��o sobre eles nas m�dias sociais atingiu n�veis cr�ticos", afirma Christopher D. Gardner, professor de medicina na Universidade de Stanford, na Calif�rnia, e presidente do comit� de reda��o do artigo.

"O p�blico — e at� mesmo muitos profissionais de sa�de — pode ficar confuso sobre uma alimenta��o saud�vel para o cora��o e pode sentir que n�o tem tempo ou treinamento para avaliar as diferentes dietas", acredita. "Esperamos que essa declara��o sirva como uma ferramenta para os m�dicos e o p�blico entenderem quais dietas promovem uma boa sa�de cardiometab�lica."

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O relat�rio avalia o qu�o bem cada uma das 10 dietas se alinha com as principais caracter�sticas da orienta��o diet�tica da Associa��o Norte-Americana do Cora��o (AHA) para a sa�de cardiovascular.

S�o elas: consumir uma grande variedade de frutas e vegetais; escolher gr�os integrais em vez de refinados; usar �leos vegetais l�quidos no lugar dos chamados tropicais (como de coco ou palma, que t�m alto teor de gordura saturada ou hidrogenada); optar por fontes saud�veis de prote�na, como verduras, frutos do mar ou carnes magras; minimizar a adi��o de a��cares e sal; limitar o consumo de �lcool e fugir dos alimentos ultraprocessados.

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Os m�dicos, ent�o, classificaram as dietas em uma escala de 1 a 100, considerando as recomenda��es da AHA. Gardner ressalta que a avalia��o n�o considerou programas diet�ticos comerciais (como Vigilantes do Peso), aqueles seguidos por menos de 12 semanas, pr�ticas como jejum intermitente ou regimes prescritos para gerenciar condi��es de sa�de n�o cardiovasculares.

As dietas foram divididas em quatro n�veis, com base em nas pontua��es, que variaram de 31 a 100. Apenas uma — o plano alimentar Dash (sigla em ingl�s para abordagens diet�ticas para parar a hipertens�o) — obteve a nota m�xima. Esse padr�o alimentar caracteriza-se por ser pobre em sal e a��car; evitar �leo tropical, �lcool e alimentos processados. Al�m disso, � rico em vegetais sem amido, frutas, gr�os integrais e legumes. As prote�nas v�m principalmente de fontes n�o animais, como legumes, feij�es ou nozes, com peixes ou frutos-do-mar. Aves, carnes magras e latic�nios com baixo teor de gordura tamb�m s�o aceitos.

In natura 

O padr�o alimentar mediterr�neo teve uma pontua��o ligeiramente inferior (89) porque, ao contr�rio do Dash, permite o consumo moderado de �lcool e n�o aborda a adi��o de sal. A dieta pescetarian (92), que inclui frutos do mar, al�m de alimentos � base de plantas, e a vegetariana (86) tamb�m receberam notas altas.

"Se implementados conforme pretendido, os padr�es alimentares de primeira linha se alinham melhor com as orienta��es da AHA e podem ser adaptados para respeitar pr�ticas culturais, prefer�ncias alimentares e or�amentos para permitir que as pessoas sempre comam dessa maneira, a longo prazo", destaca o presidente do comit� de reda��o do artigo.

 

"O que faz com que essas dietas sejam aliadas � sa�de cardiovascular, em primeiro lugar, � que elas t�m como base uma alimenta��o in natura, reduzindo ao m�ximo os alimentos industrializados ricos em a��car, gordura trans, s�dio e aditivos qu�micos", comenta a nutricionista Mariana Venturini, especialista em nutri��o cl�nica funcional.

"Elas s�o caracterizadas pelo alto aporte de vitaminas, minerais, antioxidantes e fibras, reduzindo aporte de gordura saturada, proveniente principalmente de alimentos de origem animal, exceto peixes. Esse padr�o favorece melhor composi��o da microbiota intestinal, atua como anti-inflamat�rio, reduz o colesterol plasm�tico, triglicer�deos, press�o arterial, agrega��o plaquet�ria e tem a��o antioxidante. Assim, favorece controle de peso, melhora de par�metros metab�licos e sa�de cardiovascular", completa.


Cuidado com as restri��es


As dietas com baixo teor de gordura tamb�m ficaram no segundo n�vel, com a mesma pontua��o da vegana: 78. Os autores justificaram que, geralmente, os regimes que restringem esse nutriente excessivamente tratam as fontes de forma igual. A orienta��o da AHA � substituir as saturadas por formas mais saud�veis.

 

"A gordura saturada e a gordura trans presentes em embutidos, bebidas alco�licas e em alguns alimentos industrializados e/ou contendo a��cares aumentam o colesterol ruim", explica Fernando Barreto, cardiologista e diretor m�dico assistencial do grupo S�o Crist�v�o Sa�de, em S�o Paulo. "As vegetais, como o azeite extravirgem, ajudam no controle do colesterol", destaca.

As dietas com teor muito baixo de gordura (72) e poucos carboidratos (64) ficaram no terceiro n�vel. Ambas restringem os alimentos enfatizados nas orienta��es da AHA. Por exemplo, enquanto as primeiras reduzem n�veis de nozes e �leos vegetais saud�veis, as segundas levam � ingest�o prec�ria de frutas, gr�os e legumes, diminuindo o consumo de fibras e aumentando o de gorduras saturadas.

Paleo


Nos �ltimos lugares da avalia��o, est�o a paleo (53) e dietas muito deficit�rias em carboidratos/cetog�nicas (31). Todas essas s�o usadas para perda de peso e, segundo o artigo, alinham-se mal com as diretrizes de alimenta��o saud�vel para o cora��o. Al�m disso, o artigo afirma que, ao longo prazo, devido ao excesso de restri��o, acabam n�o sendo sustent�veis, podendo levar ao reganho dos quilos perdidos.

"S�o altamente restritivas e dif�ceis para a maioria das pessoas manter a longo prazo. Embora provavelmente haja benef�cios a curto prazo e perda substancial de peso, n�o � sustent�vel. Uma dieta eficaz em ajudar um indiv�duo manter metas de perda de peso, de uma perspectiva pr�tica, precisa ser sustent�vel", considera Christopher D. Gardner, professor de medicina na Universidade de Stanford, na Calif�rnia.

Os cardiologistas observam que mais pesquisas e atividades educativas s�o necess�rias para mostrar �s pessoas como seguir padr�es alimentares. "Esfor�os tamb�m precisam ser feitos para incluir grupos historicamente marginalizados na pesquisa para reduzir o impacto do racismo estrutural em doen�as relacionadas � dieta, e pol�ticas s�o necess�rias para desmantelar pr�ticas injustas que limitam o acesso a alimentos saud�veis em algumas comunidades", conclui o artigo.

Cuidado com as restri��es

Embora o consumo de vegetais e gr�os integrais sejam pontos positivos da dieta vegana, esse estilo alimentar ficou no segundo n�vel do ranking da Associa��o Norte-Americana do Cora��o (AHA), que avaliou regimes populares, sob o ponto da sa�de cardiovascular. De acordo com os especialistas que elaboraram o artigo, publicado na revista Circulation, o veganismo � muito restritivo, o que dificulta a ades�o ao longo prazo. Al�m disso, pode aumentar o risco de anemia, disseram os m�dicos.

 

As dietas com baixo teor de gordura tamb�m ficaram no segundo n�vel, com a mesma pontua��o da vegana: 78. Os autores justificaram que, geralmente, os regimes que restringem esse nutriente excessivamente tratam as fontes de forma igual. A orienta��o da AHA � substituir as saturadas por formas mais saud�veis.

"A gordura saturada e a gordura trans presentes em embutidos, bebidas alco�licas e em alguns alimentos industrializados e/ou contendo a��cares aumentam o colesterol ruim", explica Fernando Barreto, cardiologista e diretor m�dico assistencial do grupo S�o Crist�v�o Sa�de, em S�o Paulo.

"As vegetais, como o azeite extravirgem, ajudam no controle do colesterol", destaca.

 

As dietas com teor muito baixo de gordura (72) e poucos carboidratos (64) ficaram no terceiro n�vel. Ambas restringem os alimentos enfatizados nas orienta��es da AHA. Por exemplo, enquanto as primeiras reduzem n�veis de nozes e �leos vegetais saud�veis, as segundas levam � ingest�o prec�ria de frutas, gr�os e legumes, diminuindo o consumo de fibras e aumentando o de gorduras saturadas.

Paleo


Nos �ltimos lugares da avalia��o, est�o a paleo (53) e dietas muito deficit�rias em carboidratos/cetog�nicas (31). Todas essas s�o usadas para perda de peso e, segundo o artigo, alinham-se mal com as diretrizes de alimenta��o saud�vel para o cora��o. Al�m disso, o artigo afirma que, ao longo prazo, devido ao excesso de restri��o, acabam n�o sendo sustent�veis, podendo levar ao reganho dos quilos perdidos.

"S�o altamente restritivas e dif�ceis para a maioria das pessoas manter a longo prazo. Embora provavelmente haja benef�cios a curto prazo e perda substancial de peso, n�o � sustent�vel. Uma dieta eficaz em ajudar um indiv�duo manter metas de perda de peso, de uma perspectiva pr�tica, precisa ser sustent�vel", considera Christopher D. Gardner, professor de medicina na Universidade de Stanford, na Calif�rnia.

Os cardiologistas observam que mais pesquisas e atividades educativas s�o necess�rias para mostrar �s pessoas como seguir padr�es alimentares. "Esfor�os tamb�m precisam ser feitos para incluir grupos historicamente marginalizados na pesquisa para reduzir o impacto do racismo estrutural em doen�as relacionadas � dieta, e pol�ticas s�o necess�rias para desmantelar pr�ticas injustas que limitam o acesso a alimentos saud�veis em algumas comunidades", conclui o artigo.