A COVID longa pode causar mais de 200 sintomas, afetando praticamente todos os sistemas do corpo humano
David Naira/ Pixabay
Em 2020, enquanto o mundo enfrentava a pandemia de COVID-19, come�aram a surgir evid�ncias de que as sequelas da doen�a poderiam persistir por muito tempo, desafiando a ideia de que se tratava apenas de uma 'gripezinha'. Atualmente, sabemos que a chamada COVID longa pode causar mais de 200 sintomas, afetando praticamente todos os sistemas do corpo humano. Estima-se que cerca de 65 milh�es de pessoas no mundo sofram dessa condi��o, equivalente a pelo menos 10% dos infectados. Entre os hospitalizados, a preval�ncia pode atingir 70%. A maioria dos casos ocorre em indiv�duos entre 36 e 50 anos com quadro agudo leve da doen�a.
Diante dos impactos significativos da COVID longa na sa�de p�blica, os Estados Unidos anunciaram em 2022 o Recover, um plano nacional de pesquisa para identificar sintomas, esclarecer mecanismos e desenvolver tratamentos para essa condi��o. O investimento foi de US$ 1,15 bilh�o, aproximadamente R$ 7,5 bilh�es na convers�o atual. No entanto, a condu��o dos ensaios cl�nicos tem sido questionada por supostamente ser lenta e desorganizada.
COVID longa n�o tem tratamento comprovado
Sem tratamentos comprovados para a COVID longa, muitos pacientes recorrem a terapias pseudocient�ficas, como ivermectina, suplementos multivitam�nicos e c�lulas sat�lites. Contudo, uma pesquisa feita pelo laborat�rio de pesquisa da Faculdade de Medicina da USP desde outubro de 2020 traz esperan�a. O estudo avaliou pacientes que sobreviveram a quadros graves de COVID-19 e fizeram exerc�cios f�sicos domiciliares com supervis�o remota de um profissional durante quatro meses.
Os resultados do estudo mostraram que os pacientes que seguiram o programa de treinamento f�sico apresentaram melhora significativa na qualidade de vida, especialmente nos aspectos relacionados � sa�de f�sica e funcional. Al�m disso, a propor��o de sintomas de COVID longa foi menor entre os que se exercitaram, com redu��o de queixas como dor muscular, fraqueza e fadiga. Dados tamb�m apontaram melhorias na fun��o muscular e nas respostas card�acas, respirat�rias, ventilat�rias e circulat�rias durante o esfor�o f�sico. N�o foram identificados eventos adversos durante o estudo.
Apesar dos resultados promissores, mais pesquisas s�o necess�rias para confirmar a viabilidade da implementa��o de programas de exerc�cios f�sicos no SUS, desde a aten��o prim�ria at� a especializada. No entanto, o exerc�cio f�sico � uma ferramenta incontest�vel em sa�de p�blica, com perfil de seguran�a excelente, benef�cios sist�micos e baixo custo. Enquanto investimentos em ci�ncia n�o resultam em tratamentos inovadores para a COVID longa, a pr�tica de exerc�cios f�sicos surge como uma alternativa eficaz e acess�vel na luta contra as sequelas da doen�a.
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