C�es e gatos podem contrair a febre maculosa, mas donos podem prevenir
N�s �ltimos dias, ao menos quatro pessoas no estado de S�o Paulo morreram em decorr�ncia da febre maculosa. A doen�a � transmitida por meio de carrapatos contaminados, dentre eles o Amblyomma aureolatum, que pode ser encontrado em c�es. Proteger o pet garante tamb�m a prote��o dos tutores contra a doen�a.
Especialistas apontam que moradores de �reas rurais devem estar especialmente atentos ao aparecimento do carrapato em cachorros. Aqueles que vivem em espa�os urbanas com animais silvestres e mata pr�xima tamb�m.
Em geral, homens adultos s�o mais acometidos por trabalharem nessas regi�es. As ninfas (formas imaturas do carrapato) s�o os principais est�gios evolutivos envolvidos na transmiss�o e predominam nos meses mais frios.
Apenas carrapatos infectados pela bact�ria t�m capacidade de transmiss�o. Como o carrapato � parasita de animais silvestres e dom�sticos, o problema pode ocorrer tanto em zona rural como urbana, al�m de se espalhar � medida que a esp�cie sem a bact�ria pica animais infectados.
Veja cuidados com seu pet para evitar picadas do carrapato do cachorro.
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Como proteger?
Quem visitar locais de mata, como ranchos ou casas de campo, deve ficar atento. Marcos Vin�cius da Silva, m�dico infectologista e diretor do Ambulat�rio de Doen�as Tropicais do Hospital Em�lio Ribas, disse em entrevista � Folha que os animais podem transportar o carrapato em viagens de fam�lia, o que facilitaria a transmiss�o.
A recomenda��o � evitar levar os pets em atividades ao ar livre que possam estar suscet�veis � presen�a do carrapato, como trilhas e cavalgadas.
Segundo a professora Mirela Costa, docente do Departamento de Cl�nica e Cirurgia Veterin�ria da Unesp (Universidade Estadual Paulista), c�es e gatos est�o suscet�veis � contamina��o pelo carrapato, mas � mais comum em cachorros.
"� mais comum que o carrapato seja encontrado em capivaras, mas outros animais e os seres humanos podem ser picados quando se encontram nesses ambientes", afirma Costa, que alerta para o risco de locais com grandes popula��es dessa esp�cie.
De acordo com a veterin�ria, os animais dom�sticos n�o transmitem a doen�a aos seres humanos, pois a infec��o sempre ser� a partir do carrapato. Quando picados, os pets podem correr risco de vida devido � febre maculosa.
"A melhor maneira de proteger os animais � usando repelentes de via oral", indica Costa.
A especialista afirma que os compostos de administra��o oral, dispon�veis em petshops e cl�nicas veterin�rias, s�o os que mais protegem, pois t�m efic�cia durante semanas ou at� meses. Eles atuam no organismo do animal, com subst�ncias que evitam a nida��o do carrapato na pele, mesmo que haja contato.
Outras op��es s�o os sprays repelentes, mas Castro ressalta que a efic�cia desses produtos t�m dura��o apenas imediata. Nesse caso, devem ser aplicados antes da atividade de exposi��o, mas t�m efic�cia mais limitada.
Quando se preocupar?
Quando infectados pela bact�ria que transmite a febre maculosa, c�es e gatos tamb�m apresentam sintomas semelhantes aos dos humanos.
Segundo Castro, geralmente os sinais cl�nicos aparecem de 2 a 4 dias ap�s o contato com o carrapato. Em alguns casos, pode levar at� 14 dias.
As principais manifesta��es s�o mialgia (inflama��o e dor dos m�sculos), febre, mal-estar e manchas vermelhas na pele. Os pontos avermelhados, por�m, podem ser dif�ceis de ver por ficarem embaixo dos pelos.
"O ser humano se queixa [dos sintomas], mas no caso do animal, precisamos observar", afirma Castro. "Voc� percebe que o animal est� mal porque ele deixa de se alimentar, fica parado, evita a locomo��o. O andar fica enrijecido e a movimenta��o dos membros e da cabe�a � comprometida."
Nesse caso, a recomenda��o � levar o animal ao veterin�rio e relatar as atividades que foram feitas nos �ltimos dias, para que o profissional possa identificar que se trata de febre maculosa.
Castro afirma que doen�as transmitidas por carrapatos j� s�o comuns em animais h� anos, ent�o h� tratamento dispon�vel. "Normalmente duram de 20 a 30 dias no m�nimo e, a depender da fase da doen�a em que o animal for levado ao veterin�rio, ele corre risco de vida."
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