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A anemia � um problema de sa�de comum em todo o mundo. Dados da Organiza��o Mundial da Sa�de (OMS) revelam que 30% da popula��o global � an�mica, principalmente crian�as de at� 2 anos de idade e mulheres adultas, apesar de tamb�m poder acometer adolescentes, homens e idosos. No Brasil, o Minist�rio da Sa�de aponta que mais de 20% das crian�as abaixo de 5 anos apresentam a doen�a, assim como cerca de 29% das mulheres adultas. Al�m disso, estima-se que at� 50% da popula��o tenha car�ncia de ferro, sobretudo em grupos com menor renda.

A anemia � uma doen�a caracterizada pela perda no volume de hemoglobina no sangue, pigmento que d� cor aos gl�bulos vermelhos. A condi��o pode acontecer pela car�ncia de nutrientes essenciais, como o zinco, a vitamina B12, algumas prote�nas e, principalmente, o ferro. O quadro tamb�m pode surgir em fun��o de perda de sangue ou outras doen�as e quadros adquiridos ou gen�ticos.

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A condi��o afeta o funcionamento dos gl�bulos vermelhos, tamb�m conhecidos como hem�cias ou eritr�citos. “Eles fazem o transporte do oxig�nio absorvido pelos pulm�es para todas as c�lulas e tecidos do organismo. Quando h� baixa de hemoglobina, diversas fun��es do corpo humano ficam comprometidas, especialmente nos m�sculos, cora��o e sistema nervoso central”, explica a hematologista da Funda��o S�o Francisco Xavier, (FSFX), Elisa Gomes. Essa redu��o pode ser aguda, causada por perda de sangue ou destrui��o de hem�cias por alguma doen�a, ou cr�nica, quando � lenta e multifatorial.

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Defici�ncia de ferro e tipos de anemia

O tipo mais comum de anemia � o causado por car�ncias nutricionais, especialmente de ferro. A sua defici�ncia compreende aproximadamente 90% dos casos da doen�a. “Esse � um mineral presente em carnes e legumes, que atua na forma��o das hem�cias e no transporte do oxig�nio. A cor vermelha do sangue, ali�s, � resultado da rea��o qu�mica que ocorre entre o oxig�nio e o ferro presentes na hemoglobina”, destaca a hematologista Elisa Gomes. Esse tipo de anemia tamb�m pode surgir por m� absor��o do ferro, restri��es nutricionais ou hemorragias.

A condi��o tamb�m acontece por outras formas de defici�ncia nutricional, como a anemia megalobl�stica, causada pela defici�ncia de vitamina B12 e �cido f�lico. O quadro ainda pode surgir em fun��o de sangramentos diversos, como os que acontecem devido ao per�odo menstrual, verminoses, cirurgias, ferimentos, entre outros. Tamb�m h� os tipos provocados por enfermidades, como anemia falciforme, anemia apl�stica, talassemia, al�m de doen�as cr�nicas renais, hep�ticas, reumatol�gicas, da medula �ssea, entre outras.

Fatores de risco e sintomas


Alguns grupos de pessoas t�m maior risco de desenvolver um quadro de anemia. Eles incluem mulheres em idade f�rtil, gestantes ou em fase de amamenta��o, crian�as e adolescentes em fase de crescimento, idosos com restri��es alimentares, pacientes bari�tricos, pessoas em dieta desbalanceada e portadores de doen�as cr�nicas e enfermidades que causam perda sangu�nea.

Os sintomas da anemia podem ser confundidos com os de outras doen�as, por isso � importante buscar aux�lio m�dico caso surja algum sinal t�pico. Os principais s�o cansa�o generalizado, perda de apetite, palidez, tontura, falta de ar, frequ�ncia card�aca elevada, dor de cabe�a, extremidades do corpo frias, dor no peito, entre outros.

Muitas pessoas ainda possuem quadros de anemia leve, podendo n�o apresentar qualquer tipo de sintoma at� descobrir a condi��o ap�s uma consulta m�dica. Se os n�veis de hemoglobina ainda n�o estiverem muito baixos, sinais como cansa�o e palpita��o podem surgir apenas em momentos de esfor�o f�sico. Nos quadros mais intensos, os sintomas podem se manifestar mesmo durante o repouso.

A jornalista Cynthia Aguiar conta que o hist�rico familiar da doen�a tamb�m � importante para o diagn�stico. “Por ter esse hist�rico na fam�lia, foi algo que sempre observamos. Tive as taxas sangu�neas controladas at� os 20 anos, depois passei a ter uma queda consider�vel e a fazer um acompanhamento mais pr�ximo. Por isso, fa�o consultas peri�dicas no endocrinologista e com uma nutricionista, o que foi fundamental para controlar o quadro”, ressalta.

Diagn�stico, tratamento e preven��o


O acompanhamento m�dico e o diagn�stico s�o fundamentais para o combate � anemia, uma vez que o seu desenvolvimento gera uma s�rie de riscos � sa�de. A anemia ferropriva pode comprometer a imunidade do organismo, elevando o risco de infec��es e patologias graves, sobretudo para m�es e rec�m-nascidos. Nas crian�as, ainda pode prejudicar o crescimento, a aprendizagem e as fun��es psicomotoras.

O diagn�stico � feito com exames de sangue, principalmente o hemograma, que avalia o estado e a quantidade dos gl�bulos vermelhos na corrente sangu�nea. A maior parte dos casos � tratada com uma corre��o da rotina alimentar e, quando necess�rio, com uso de suplementa��o. A dieta mais adequada varia conforme cada quadro de anemia. Como a forma mais comum � a ferropriva, normalmente � indicado o consumo de carnes vermelhas, peixe, hortali�as verde-escuras e leguminosas como feij�o e lentilha.

Alimentos de origem animal s�o as �nicas fontes de vitamina B12, por isso pessoas que seguem uma dieta vegana ou vegetariana muitas vezes precisam de suplementa��o ou de uma readequa��o alimentar. A dentista Amanda Gouthier relata que teve anemia ferropriva ap�s parar de comer carne sem ter ajustado a dieta corretamente. “Ap�s o diagn�stico, comecei a prestar mais aten��o na alimenta��o e a comer melhor, reintroduzindo a carne e outras fontes de ferro, como ovos e vegetais verde-escuros. Depois de ter anemia por mais de um ano, hoje meus exames n�o apresentam nenhuma altera��o”, celebra.

Segundo a nutricionista da Usisa�de, Thaynara Couto, a boa alimenta��o � pe�a-chave na preven��o da anemia. “� preciso incluir no almo�o e no jantar o consumo de carnes bovina, su�na, aves, peixes e gema de ovo, al�m de leguminosas e vegetais verde-escuros em geral. � essencial lembrar de ingerir na mesma refei��o fontes de vitamina C, como lim�o, laranja, acerola, abacaxi e mexerica, pois ajudam na absor��o do ferro. Ainda vale fazer uso de frutas secas, como ameixa e uva-passa, al�m de evitar ch�s, refrigerantes, caf�, �lcool, leite e derivados, principalmente pr�ximo ao hor�rio da ingest�o de alimentos ricos em ferro, pois diminuem a absor��o intestinal do nutriente”, pontua.