Imagem de um armário de arquivos

No ano passado, Minas Gerais bateu recorde em n�mero de registros de testamento vital, de acordo com o Col�gio Notarial do Brasil

Reprodu��o/Pixabay

Uma das maiores, talvez a �nica certeza que temos na vida, � a morte. O desejo de ser tratada com respeito e dignidade caso venha a ficar doente e dependente de algu�m fez com que a aposentada Maria das D�res Maciel, de 63 anos, decidisse registrar o testamento vital em cart�rio.

Para ela, a possibilidade de registrar suas vontades era uma novidade e, para formalizar o processo, ela contou com a ajuda jur�dica.
 
“N�o tinha nenhum conhecimento dessa possibilidade, apenas sabia que queria ter minhas vontades registradas. Receber orienta��o profissional foi fundamental para a declara��o das minhas vontades”, contou.
 
Dorinha, como � chamada, relatou que o desejo surgiu justamente de outros exemplos que ela teve na sua fam�lia.
 
“Isso surgiu por ter passado por experi�ncias na fam�lia e por ver pessoas pr�ximas passando por situa��es semelhantes. Ter algu�m dependente para cuidar e sem saber ao certo se as decis�es eram as mais a acertadas”, explica.
Maria das Dôres é uma mulher de cabelos grisalhos e cacheados e está sorrindo

O desejo de ser tratada com respeito e dignidade fez com que Maria das D�res registrasse o testamento vital em cart�rio

Arquivo pessoal

A aposentada n�o est� sozinha. Em 2022, Minas Gerais bateu recorde nesse tipo de registro, de acordo com o Col�gio Notarial do Brasil – Se��o Minas Gerais (CNB/MG). Naquele ano foram 55 pessoas registrando as chamadas Diretivas Antecipadas de Vontade (DAVs), popularmente conhecida como testamento vital.
Em 10 de julho, Portugal descriminalizou a eutan�sia. A regulamenta��o dever� ser feita em at� noventa dias. Por l�, com a nova lei, a morte assistida ser� autorizada apenas para maiores de 18 anos ou em casos de incapacidade f�sica da pessoa doente.
 
Quando questionada sobre os motivos pelos quais tomou a decis�o, Maria das D�res afirma que seu objetivo �, de alguma maneira, facilitar a situa��o para sua fam�lia.
 
“O principal motivo � ter um plano que facilite para minha fam�lia caso eu passe a ser uma pessoa dependente de cuidados prolongados. Penso que esse tipo de decis�o deve acontecer, principalmente, enquanto ainda temos lucidez. A finitude � fato e precisamos nos ater a quest�es pr�ticas”, finalizou.