Narcisa Tamborindeguy

Socialite Narcisa Tamborindeguy

TV Globo/Reprodu��o

S�O PAULO, SP (FOLHAPRESS) - A propaganda de um posto de combust�vel que sugere que a socialite Narcisa Tamborindeguy, 56, seria uma pessoa "aditivada" vem sendo alvo de cr�ticas de profissionais da sa�de mental. Em entrevistas recentes, Narcisa, de comportamento exc�ntrico e expansivo, j� admitiu que foi alco�latra e fez tratamentos para se livrar da depend�ncia qu�mica nos Narc�ticos An�nimos.

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Na propaganda -veiculada neste domingo, no intervalo do "Fant�stico", um dos hor�rios comerciais mais caros da TV brasileira-, ela estaciona seu carro num posto de gasolina, tira os �culos escuros e d� boa noite ao frentista, que responde. "Boa noite, dona Narcisa. Aditivada?". E ela: "Quem? eu?".

Em crescente estado de euforia, os dois travam um di�logo sobre a gasolina � disposi��o no posto, que � oferecida pelo funcion�rio. "Aditivada" � uma g�ria para pessoas que est�o sob efeito de alguma droga ou estimulante.

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"Este comercial representa um desservi�o e mostra como � desrespeitoso e constrangedor o modo como as quest�es mentais s�o tratadas no Brasil", diz a psic�loga, PhD em neuroci�ncia e mestre em psican�lise Leninha Wagner. "Doen�as mentais, depend�ncia qu�mica, psicopatologias s�o assuntos s�rios que n�o sobrevivem a este tipo de humor".

Para Fernando Gomes, neurocirurgi�o, neurocientista e professor da faculdade de medicina da USP, a propaganda � "uma afronta". Na vis�o do m�dico, pelo pr�vio diagn�stico j� existente em Narcisa de v�cio em �lcool e ansiol�ticos, usar o termo "aditivado" com ironia seria uma esp�cie de bullying com o transtorno. "Mas existem pessoas que naturalmente s�o mais expansivas, euf�ricas e comunicativas e n�o usam nenhuma subst�ncia. Se referir assim a essas pessoas � uma ironia que n�o cabe."

A psic�loga, mestre e doutora em ci�ncias pela USP Natalie Helene van Cleef Banaskiwitz afirma que as propagandas precisam ter sempre cuidado para n�o refor�ar estere�tipos de comportamentos que no senso comum possam estar vinculados a uma condi��o psicopatol�gica ou uma altera��o ps�quica. "Isso pode ser uma linha muito t�nue entre o entretenimento e uma mensagem impl�cita de psicofobia."

Procurada pela reportagem, Narcisa n�o quis falar sobre a propaganda, tamb�m veiculada em suas redes. A Ipiranga, em nota, afirma que "a campanha de produtos Ipimax foi inspirada na personalidade da Narcisa Tamborindeguy por sua energia, bom humor e irrever�ncia, atributos alinhados � forma como a marca Ipiranga � reconhecida. Essa sinergia tem gerado grande receptividade do p�blico, conforme esperado".