Aracy Balabanian

Aracy Balabanian morre aos 83 anos de c�ncer de pulm�o, doen�a que a atriz tratava desde o ano passado

Credito Raphael Dias/TV Globo

Na manh� desta segunda-feira, 7 de agosto, morreu Aracy Balabanian, aos 83 anos, consagrada por pap�is como Dona Arm�nia em "Rainha da Sucata", Cassandra de "Sai de Baixo", dentre tantos outros. A atriz estava internada para tratar dois tumores no pulm�o, que foram descobertos no ano passado, depois que teve um derrame pleural - que causa l�quido nos pulm�es.
 
O tabagismo est� na origem de 90% de todos os casos de c�ncer de pulm�o no mundo, sendo respons�vel por ampliar em cerca de 20 vezes o risco de surgimento da condi��o. No Brasil, segundo o Instituto Nacional do C�ncer (INCA), � estimado que durante o tri�nio 2023-2025 em torno de 32.300 novos casos da doen�a sejam diagnosticados a cada ano. E, apesar destes dados n�o serem novidade, os tumores pulmonares ainda lideram o ranking das doen�as oncol�gicas que mais matam todos os anos, de acordo com a Organiza��o Mundial da Sa�de (OMS).
 
A oncologista Mariana Laloni, do Grupo Oncocl�nicas, explica que a maioria dos pacientes com c�ncer de pulm�o apresenta sintomas relacionados ao pr�prio aparelho respirat�rio: “Os sinais de alerta s�o tosse, falta de ar e dor no peito. Outros sintomas inespec�ficos tamb�m podem surgir, entre eles perda de peso e fraqueza. Em poucos casos, cerca de 15%, o tumor � diagnosticado por acaso, quando o paciente faz exames por outros motivos. Por isso, a aten��o aos primeiros sintomas � essencial para que seja feito o diagn�stico precoce da doen�a, o que contribui amplamente para o sucesso do tratamento".

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A m�dica comenta ainda que existem dois tipos principais de c�ncer de pulm�o: carcinoma de pequenas c�lulas e de n�o pequenas c�lulas: “O carcinoma de n�o pequenas c�lulas corresponde a 85% dos casos e se subdivide em carcinoma epiderm�ide, adenocarcinoma e carcinoma de grandes c�lulas. O tipo mais comum no Brasil e no mundo � o adenocarcinoma e atinge 40% dos doentes”, destaca. 

Imunoterapia � avan�o relevante no combate ao c�ncer de pulm�o 

A ci�ncia tem transformado a maneira de tratar diferentes tipos de c�ncer. E, no caso das neoplasias de pulm�o, as alternativas terap�uticas avan�am a passos largos, permitindo ao paciente um arsenal poderoso de condutas que podem ser indicadas para o enfrentamento da doen�a. 

Diante deste cen�rio, estrat�gias que combinam modalidades de tratamento sist�mico (baseados na ado��o de medica��es via oral ou intravenosa, como a quimioterapia) e local (radioterapia) podem ser adotadas no in�cio do tratamento para reduzir o tumor antes de uma cirurgia para retirada da parte do pulm�o acometido, ou mesmo como tratamento definitivo quando a cirurgia est� contraindicada. A radioterapia isolada tamb�m � utilizada algumas vezes para diminuir sintomas como falta de ar e dor. “A indica��o depende principalmente do estadiamento, tipo, do tamanho e da localiza��o do tumor, al�m do estado geral do paciente”, diz Laloni.
 
Para a especialista, � v�lido destacar o papel que a imunoterapia exerce no panorama de enfrentamento do c�ncer de pulm�o. Baseado no princ�pio de que o organismo reconhece o tumor como um corpo estranho desde a sua origem, e de que com o passar do tempo este tumor passa a se “disfar�ar” para n�o ser reconhecido pelo sistema imunol�gico e ent�o crescer, a terapia biol�gica funciona como uma esp�cie de chave, capaz de religar a resposta imunol�gica contra este agente agressor.
 
“Embora o sistema imune esteja apto a prevenir ou desacelerar o crescimento do c�ncer, as c�lulas cancer�genas sempre d�o um jeitinho de dribl�-lo e, assim, evitar que sejam destru�das. O papel da imunoterapia � justamente ajudar os ‘soldados’ de defesa do organismo a agir com mais recursos contra o c�ncer, produzindo uma esp�cie de super est�mulo para que o corpo produza mais c�lulas imunes e assim a identifica��o das c�lulas cancer�genas seja facilitada - devolvendo ao corpo a capacidade de combater a doen�a de maneira efetiva”, explica a especialista. 

N�o � toa, as medica��es imunoter�picas v�m conquistando protagonismo no tratamento de tumores de pulm�o e de outros tipos de c�ncer. A abordagem terap�utica tem trazido resultados importantes tamb�m para c�nceres de bexiga, melanoma, est�mago e rim. Estudos atestam ainda a efic�cia no tratamento de Linfoma de Hodgkin e de um subtipo do c�ncer de mama, chamado triplo negativo. “Na �ltima d�cada, a imunoterapia passou rapidamente de uma descoberta promissora para um padr�o de cuidados que est� contribuindo para respostas positivas para diversos casos de pacientes oncol�gicos”, pontua Mariana Laloni.  

Tabagismo ainda � a principal causa de c�ncer 

O tabagismo continua sendo o maior respons�vel pelo c�ncer de pulm�o no Brasil e no mundo. Ali�s, n�o apenas deste tipo de tumor: segundo o INCA, 161.853 mil mortes poderiam ser evitadas anualmente se o tabaco fosse deixado de lado, sendo que cerca de %u2153 destes �bitos s�o decorrentes de algum tipo de c�ncer relacionado ao h�bito de fumar.
 
E apesar do Brasil ter sido reconhecido pela Organiza��o Mundial da Sa�de (OMS) como um exemplo no combate ao cigarro - o pa�s tem um dos menores �ndices de fumantes do mundo, cerca de 10% da popula��o acima de 18 anos, segundo o pr�prio Inca - os desafios n�o param de chegar. Um deles, � a chegada dos cigarros eletr�nicos e outros dispositivos de vape, que t�m conquistado principalmente os jovens.
 
“Vemos novas formas de fumo chegando, como o cigarro eletr�nico, por exemplo, que tem atra�do principalmente os adolescentes, pelo formato, novidade e falta de informa��o sobre o impacto nocivo deles. Ent�o, estamos vendo uma gera��o que tinha largado o cigarro, voltar para vers�es digamos, mais modernas, do mesmo mal”, alerta Laloni. 

Parar de fumar, alerta a especialista, � a forma mais eficaz de se prevenir contra o c�ncer de pulm�o e diversos outros tumores, al�m de doen�as card�acas, doen�a pulmonar obstrutiva cr�nica, pneumonia, AVC (acidente vascular cerebral) e complica��es severas decorrentes da contamina��o pela covid-19.