imagem sobre Diástase abdominal

Problema se caracteriza pelo afastamento do m�sculo reto do abd�men, que fica logo abaixo do t�rax, na regi�o mais aparente da barriga

Biosom.com.br/Reprodu��o


Logo ap�s o nascimento de um beb�, as mudan�as pelas quais o corpo passa s�o in�meras. Existe o per�odo do puerp�rio, quando os horm�nios est�o todos se reajustando e os processos de se reacostumar com um corpo que est� diferente exigem muito do emocional.

A press�o social para que as mulheres retomem o shape que tinham antes da gesta��o ou que percam qualquer peso extra que tenham ganhado � imensa e pode trazer uma s�rie de desconfortos para uma pessoa que j� est�, por si s�, querendo o "antigo corpo de volta".

Muitas vezes, seja pela press�o externa, seja pela pr�pria vontade, muitas mulheres se jogam no mundo fitness assim que liberadas pelos m�dicos. Mas nem sempre os resultados s�o exatamente o que se espera, e um dos motivos � a di�stase abdominal.
 
 
A condi��o se caracteriza pelo afastamento dos m�sculos do abd�men, mais especificamente, do m�sculo reto abdominal, que fica logo abaixo do t�rax, na regi�o mais aparente da barriga. Bianca Sabrina Alves Ara�jo, fisioterapeuta especialista em fisioterapia p�lvica, na Cl�nica Fisio & Pelve, explica que a di�stase � um processo fisiol�gico e necess�rio durante a gesta��o.

"Durante a gravidez, o corpo produz a relaxina, um horm�nio que promove o relaxamento de todo o corpo, incluindo ligamentos, tecido conjuntivo e m�sculos, sobretudo na regi�o abdominal, para permitir o crescimento da barriga", explica.

A fisioterapeuta ressalta que esse afastamento entre os dois lados do m�sculos reto abdominais � necess�rio para viabilizar o crescimento do �tero e do beb�, mas que ele n�o deve ser maior que dois ou tr�s cent�metros. Esse relaxamento pode acabar se estendendo al�m do normal, fazendo com que a di�stase deixe de ser um acontecimento comum da gravidez e se torne um problema patol�gico.

Segundo Bianca, uma das maneiras de garantir que o processo de afastamento natural da gesta��o n�o se alargue al�m do necess�rio, � investir na ativa��o abdominal, um dos exerc�cios mais recomendados para as gestantes.

Gestante

O afastamento entre os dois lados do m�sculo reto abdominal � necess�rio para viabilizar o crescimento do �tero e do beb�, mas n�o deve ser maior que tr�s cent�metros

Malcolm Garret/Pexels

For�a

Na gravidez, exerc�cios que aumentam a press�o intra-abdominal n�o s�o recomendados. Qualquer movimento, na muscula��o ou em atividades, que exija essa for�a causa sobrecarga na coluna e no assoalho p�lvica, diferentemente da ativa��o abdominal, que consiste apenas no movimento de encolher a barriga e manter a isometria por alguns segundos, algumas vezes por dia. "Al�m de ajudar a fortalecer o abd�men de forma que n�o sobrecarregue o corpo, esse exerc�cio diminui a sensa��o de fadiga causada pelo crescimento r�pido da barriga", comenta Bianca.

Assim que engravidou e descobriu que teria g�meos, a funcion�ria p�blica Emmanuele Silva Patricio de Mentzngen, 44 anos, que sempre se exercitou, buscou prevenir a di�stase. Ela chegou a procurar um programa espec�fico para gestantes em uma academia, mas desanimou com os altos valores e resolveu esperar para ver o que aconteceria.

Durante o s�timo e o oitavo m�s de gesta��o, percebeu um aumento significativo na barriga e suspeitou que precisaria de uma aten��o maior na regi�o abdominal depois que os filhos nascessem. Quatro meses ap�s o parto, em uma consulta de retorno, o receio de Emmanuele foi confirmado, ela estava com a di�stase muito aberta, com cerca de tr�s dedos. "N�o lembro se chegou a ter cinco cent�metros, mas estava extensa", comenta.

Em seguida, ela investiu em um trabalho de fisioterapia, com um programa de fortalecimento da regi�o, exerc�cios para t�nus muscular e para a respira��o, com foco no diafragma. O acompanhamento com a fisioterapeuta foi fundamental, e Emmanuele continuou fazendo os exerc�cios em casa por meses. H� dois meses, voltou para a academia e une os exerc�cios de respira��o, que aprendeu, com a muscula��o. "Hoje, um ano e oito meses depois do parto, o espa�o est� bem menor, n�o cabe mais nem meio dedo", comemora.

Embora tenha escutado de alguns m�dicos que a di�stase, no tamanho que estava, n�o fecharia sem cirurgia, ela persistiu nas atividades e, hoje, acredita que vai conseguir finalizar o processo se mantendo disciplinada.

A di�stase abdominal pode ocorrer em pessoas com ganho e perda de peso repentinos e com obesidade m�rbida, sejam homens, sejam mulheres. Nesses casos, a frouxid�o observada costuma ser maior do que a que acontece na gravidez e n�o h� a necessidade desse relaxamento muscular, que se torna cada vez mais prejudicial conforme cresce.

Lucas Albanaz, cl�nico geral e coordenador da Cl�nica M�dica do Hospital Santa L�cia Gama, explica que os m�sculos da regi�o abdominal t�m o papel de sustenta��o do corpo e quando eles est�o fracos a ponto de ocorrer a di�stase, as consequ�ncias variam entre fraqueza muscular, problemas em manter a postura, instabilidade no tronco, dor nas costas, sobrecarga na coluna, problemas de digest�o, como incha�o e constipa��o, incontin�ncia urin�ria e at� mesmo o surgimento de h�rnias na regi�o.

O m�dico defende que o melhor tratamento para a di�stase patol�gica � a preven��o, feita a partir de exerc�cios f�sicos e tratamentos fisioter�picos direcionados que aumentam o t�nus da musculatura da regi�o.

Uma vez que a di�stase est� instalada, o tratamento vai depender do grau em que ela est�. Em casos moderados, quando a distens�o � inferior a tr�s ou quatro cent�metros, os exerc�cios costumam ser o suficiente para fech�-la ao longo do tempo. No entanto, quando a di�stase � grave e tem cinco ou mais cent�metros, a cirurgia costuma ser o mais indicado, permitindo que ela seja fechada por completo.