A "desarmonia" na produ��o de horm�nios pode causar ganho ou perda de peso, disposi��o ou des�nimo para realizar determinadas atividades e comprometimento do sono
Tumisu/Pixabay
O que pensar diante de uma crian�a mais quietinha e sempre sonolenta? Para os endocrinologistas, esses sintomas podem estar associados a um prov�vel hipotireodismo, considerado por especialistas a doen�a endocrinol�gica mais comum da lista de enfermidades relacionadas � desregula��o hormonal.
O hipotireodismo, se n�o cuidado precocemente, adverte o endocrinologista pedi�trico Cristiano Maciel, evolui para anemia, obesidade e baixo crescimento. Em situa��o extrema, resulta em comprometimento cognitivo e, em casos cong�nitos, em risco de morte.
Entretanto, pais ou respons�veis pelas crian�as e adolescentes n�o devem ficar sobressaltados, pontua Maciel, que atende crian�as e adolescentes at� 20 anos em consult�rio e no Hospital Infantil Jo�o Paulo II.
De acordo com o m�dico, apesar de a quest�o hormonal ser um assunto amplo – j� que o todo o funcionamento corp�reo � coordenado por secre��es hormonais –, a medicina hoje est� preparada para oferecer tratamento para as doen�as decorrentes do excesso ou falta dessas subst�ncias qu�micas, que regulam a vida do ser humano em sua plenitude. “A maioria das doen�as end�crinas n�o tem cura, mas h� tratamento para todas elas”, afirma.
Para essa fase da vida, da inf�ncia � adolesc�ncia, a ci�ncia tem a lista dos problemas end�crinos mais importantes.“S�o os horm�nios do crescimento, da puberdade e os da tireoide”, destaca.
Segundo o endocrinologista pedi�trico, uma ‘desarmonia na produ��o” dessas subst�ncias pode resvalar, entre outros exemplos, em ganho ou perda de peso, na disposi��o ou falta dela para as tarefas cotidianas, na qualidade ou comprometimento do sono e da mem�ria, chegando at� mesmo ao sistema nervoso em geral e aos batimentos card�acos.
“A falta ou excesso de horm�nios pode ser decorrente de alguma infec��o, les�o ou doen�a gen�tica que prejudique determinada gl�ndula (respons�vel por secretar os horm�nios)”, explica. Ele disse ainda que o descontrole hormonal, de cunho cong�nito e gen�tico, pode ser causa tamb�m de algum tumor. “Algum tipo de c�ncer, que pode estar for�ando o organismo a produzir o horm�nio para mais”, esclarece.
Por isso, ressalta, em fun��o de sua complexidade e import�ncia, os horm�nios para o pleno desenvolvimento da crian�a e do adolescente e o acompanhamento sistem�tico por um profissional s�o indispens�veis. “Na falta de um pediatra (quando adolescente, esse profissional passa ser chamado de hebiatra), os m�dicos de fam�lia est�o habilitados a fazer esse diagn�stico e o encaminhamento para o especialista, quando necess�rio”, afirma.
TESTE DO PEZINHO
Para o endocrinologista pedi�trico Cristiano Maciel, a maioria das doen�as end�crinas n�o tem cura, mas h� tratamento para todas elas
T�lio Santos/EM/D.A Press
Cristiano Maciel lamenta que est�o ficando cada vez mais comuns no Brasil n�o s� as baixas taxas de vacina��o, mas tamb�m o �ndice crescente de perda do teste do pezinho, que deve ser feito na primeira semana de vida do beb�. "O ideal � colher o sangue entre o terceiro e quinto dia. Passou do quinto dia, pode haver sequelas", orienta, em caso de haver doen�a detect�vel pelo teste.
Hoje, no Sistema �nico de Sa�de (SUS), ensina o m�dico, o teste do pezinho avalia oito tipos de doen�as. "Mas est� para ampliar para 20", informa. Na rede privada, essa avalia��o � ampliada para 20, 40 e j� est� dispon�vel um tipo de teste que alcan�a 300 enfermidades.
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