Pequenos sensores implantados em Pat Bennett, 68 anos, v�tima da esclerose lateral amiotr�fica, transcrevem, em uma tela, o que ela quer dizer
Em 2012, a norte-americana Pat Bennett, hoje com 68 anos, foi diagnosticada com esclerose lateral amiotr�fica (ELA), doen�a neurodegenerativa que ataca os neur�nios que controlam a atividade motora. Progressivamente, a enfermidade causa fraqueza muscular e paralisia. Bennett era diretora de recursos humanos em uma empresa, ex-atleta de hipismo e, na �poca em que descobriu o mal, corria diariamente. Com o tempo, n�o s� perdeu os movimentos como a fala. Agora, gra�as a sensores implantados em seu c�rebro, ela voltou a se comunicar com o mundo.
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Em uma coletiva de imprensa on-line, o neurocirurgi�o de Stanford Jaimie Henderson contou que, em mar�o do ano passado, implantou dois pequenos sensores em duas regi�es associadas � fala no c�rebro de Bennett. Combinados com um software de decodifica��o, os dispositivos traduzem a atividade cerebral da paciente, transcrevendo, na tela, o que ela quer dizer.
Passadas quatro semanas do procedimento, a equipe come�ou a ensinar o programa a "ler a mente" da mulher. Em quatro meses, o computador convertia as tentativas de comunica��o a uma velocidade de 62 palavras por minuto, tr�s vezes mais r�pido que o recorde anterior de comunica��o assistida.
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Jaimie Henderson afirma que, atualmente, o ritmo de decodifica��o da express�o de Bennett aproxima-se da taxa natural de conversa��o entre falantes de ingl�s, que � de 160 palavras por minuto. "Mostramos que � poss�vel decodificar a fala pretendida gravando a atividade de uma �rea muito pequena na superf�cie do c�rebro", destacou. Os sensores s�o implantados no c�rtex, a �rea mais externa do c�rebro, e cont�m, cada um, 64 eletrodos. Contudo, os pesquisadores destacam que ainda n�o h� previs�o de quando a tecnologia estar� pronta para a pr�tica cl�nica.
Express�es faciais
Na Calif�rnia, pesquisadores de duas universidades desenvolveram uma interface que devolveu o poder de comunica��o a uma mulher que sofreu um derrame cerebral, cuja identidade n�o foi divulgada. O sistema decodifica tanto o discurso quanto as express�es faciais em 80 palavras por minuto, contou, em uma coletiva de imprensa, Edward Chang, chefe de cirurgia neurol�gica da Universidade da Calif�rnia, em San Diego, que ajudou a desenvolver a tecnologia ao longo de uma d�cada.
Segundo o pesquisador, em um futuro breve, o dispositivo ser� submetido � aprova��o pela ag�ncia Food and Drugs Administration (FDA), nos Estados Unidos. "Esses avan�os nos levam muito mais perto de uma solu��o real para os pacientes", destacou Edward Chang, principal pesquisador do experimento. A equipe implantou um chip da espessura de um papel, no formato retangular, com 253 eletrodos no c�rtex cerebral da paciente, em regi�es associadas ao discurso.
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Os eletrodos interceptam os sinais cerebrais interrompidos pelo AVC, enviando comandos para os m�sculos da l�ngua, mand�bula, laringe e face. Um cabo conectado em um dispositivo fixado � cabe�a da mulher faz a ponte com uma rede de computadores.
Com semanas de treinamento, os algoritmos aprenderam a reconhecer os sinais cerebrais do discurso. Em vez de identificar a palavra na totalidade, o sistema decodifica os fonemas, levando a uma precis�o maior, afirmaram os pesquisadores. Na tela de um computador, um avatar digital reproduz os movimentos faciais intencionados pela paciente, al�m da fala dela. O sistema identifica a��es relacionadas a sentimentos de felicidade, tristeza e surpresa. (PO)
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