Autora aborda em livro a import�ncia de as crian�as entenderem suas emo��es
Crian�as precisam aprender a sentir diferentes emo��es, mesmo as n�o t�o agrad�veis. Medo, amor, tristeza, raiva e alegria podem ter uma fun��o positiva
A autora diz que o medo, mesmo que as pessoas n�o gostem de sentir, � de suma import�ncia at� para a integridade das crian�as
Luiz Berenguer/Divulga��o
Cec�lia Rocha (Ci�a) � psic�loga, arteterapeuta e autora do livro infantil “A casa de Pedro”. A obra tem como prop�sito ensinar as crian�as a entenderem e acolherem suas emo��es, mesmo as mais desagrad�veis de sentir, para que tenham uma inf�ncia mais leve e tranquila e se transformem em adultos mais confiantes e equilibrados.
A autora ressalta a import�ncia de as crian�as compreenderem que est�o sujeitas a sentir diferentes tipos de emo��es, mesmo as negativas. De acordo com ela, as crian�as precisam ser ensinadas que mesmo as emo��es vistas como ruins t�m uma fun��o positiva e que emo��es sentidas como positivas devem ser dosadas para, no fim das contas, n�o serem prejudiciais.
Entre os diferentes tipos de emo��es que as crian�as experimentam, Cec�lia destaca seis delas (medo, amor, nojo, tristeza, raiva e alegria), para ensin�-las sobre a import�ncia de acolh�-las, compreend�-las e control�-las quando necess�rio. O medo, por exemplo, segundo a psic�loga, � um sentimento que ningu�m gosta de sentir, mas � de suma import�ncia at� para a integridade das crian�as. Trata-se de emo��o que serve para ajudar e proteger. “Pode ser perigoso viver sem medo”, afirma.
Mas pode ser problem�tico tamb�m viver com excesso de medo. Quando essa emo��o fica grande demais e demora para desaparecer, a arteterapeuta sugere � crian�a que “acenda a luz”, olhe para o medo e reflita sobre ele, conversando com outras pessoas, familiares, por exemplo, para entender de onde a emo��o est� vindo. Fazendo isso, destaca Cec�lia, aumentam as chances de o medo ficar cada vez menor e sumir.
Ao contr�rio do medo, o amor � um sentimento que toda a crian�a gosta de sentir, pois traz aconchego, prote��o, carinho e bem-querer. “O amor chega para aquecer e fazer viver”, diz Cec�lia. No entanto, como qualquer outra emo��o, tamb�m precisa estar na medida certa, sob o risco de a pessoa esquecer de si e viver apenas para outro, objeto de seu amor. O amor em excesso, afirma a arteterapeuta, causa depend�ncia emocional. “E para viver um bom caminho � importante n�o depender de ningu�m”, alerta.
Mas � preciso ficar de olho na dura��o da tristeza. A psic�loga explica que uma das caracter�sticas das emo��es � sua brevidade. Se elas permanecem por muito tempo podem transformar-se em patologia. Assim, segundo Cec�lia, uma tristeza que se instala e n�o vai embora tem grandes chances de se tornar uma depress�o “E para evitar que isso aconte�a, � muito importante a crian�a chamar algu�m especial para conversar sobre o que est� sentindo”, diz.
J� a alegria tem a capacidade de deixar qualquer crian�a satisfeita, acolhida, adequada e feliz. Al�m disso, de acordo com a arteterapeuta, exerce um papel fundamental na gest�o das emo��es. “Por meio dela, conseguimos tornar mais t�nues as outras emo��es que s�o sentidas de maneira n�o t�o positivas”, diz. Por ser uma emo��o t�o importante, a crian�a precisa ficar atenta caso ela v� embora. “Para reencontr�-la � bom cercar-se de familiares e amigos, assim como aprender a identificar outras fontes de prazer e alegria”, sugere.
Contudo, mesmo a alegria tem seu lado negativo. A psic�loga explica que esta emo��o em excesso tamb�m pode se transformar em uma patologia, a chamada mania. Al�m disso, a alegria precisa estar de acordo com a ocasi�o. Uma pessoa que ri e demonstra estar alegre e feliz em uma situa��o de tristeza profunda, n�o age de maneira apropriada do ponto de vista social, comenta Cec�lia.
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