Jovem rapaz adolescente em pé com os braços cruzados, olhando para cima em uma camiseta e parecendo desesperado. vista frontal.

A SBU defende que � importante criar no homem, desde a adolesc�ncia, a cultura da preven��o de doen�as e da rotina de ir ao m�dico para prevenir e evitar problemas, assim como as mulheres j� o fazem

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Para incentivar a promo��o de sa�de entre os adolescentes meninos, a Sociedade Brasileira de Urologia (SBU) realiza a partir de setembro a 6ª edi��o da campanha #VemProUro que este ano aborda as principais quest�es que afetam essa faixa et�ria, como as d�vidas sobre sexualidade, infec��es sexualmente transmiss�veis (ISTs), o �lcool, o cigarro eletr�nico e a import�ncia da vacina contra o HPV (que previne o c�ncer de colo uterino, p�nis e regi�es anal e oral). A consulta ao m�dico nessa idade � importante para avalia��o do desenvolvimento f�sico, emocional e nutricional, al�m de esclarecer as diversas d�vidas inerentes � puberdade. 

Dados do Minist�rio da Sa�de mostram que a frequ�ncia da menina de 12 a 19 anos ao atendimento m�dico � quase 2,5 vezes maior que a do menino (10.096.778 atendimentos de meninas, contra 4.066.710 atendimentos de meninos). Ao se comparar a ida das meninas de 12 a 18 anos ao ginecologista e a dos meninos ao urologista, a discrep�ncia � ainda maior: elas realizam 18 vezes mais atendimentos que eles.
 
"A falta de cuidado do homem com sua sa�de � cultural. Durante a inf�ncia h� o acompanhamento do pediatra, mas ap�s essa fase, enquanto as meninas passam a ser assistidas pelo ginecologista assim que entram na puberdade, o mesmo n�o acontece com os meninos. E nessa faixa et�ria � importante avaliar o desenvolvimento genital para verificar, por exemplo, se h� varicocele, que s�o dilata��es das veias dos test�culos que podem causar infertilidade e n�o apresentam sintomas, e tamb�m examinar o desenvolvimento dos �rg�os genitais, esclarecendo as d�vidas desse adolescente que hoje em dia tem usado a internet para obter informa��es que nem sempre s�o verdadeiras", aponta o presidente da SBU, Alfredo Canalini. 

A��es de esclarecimento 

Durante todo o m�s de setembro, a SBU vai abordar em seu canal para os leigos nas redes sociais Instagram, Facebook e TikTok (@portaldaurologia) temas pertinentes � faixa et�ria em v�deos e lives. No dia 11 de setembro, �s 20h, especialistas se re�nem em uma live no Instagram para abordar “�lcool e cigarro eletr�nico na adolesc�ncia”. J� no dia 25 de setembro, tamb�m �s 20h, o tema ser� “Sexualidade na adolesc�ncia”. 



“ O principal objetivo desta campanha � mudar a cultura vigente de pouco cuidado a sa�de nesta fase da vida e levar o adolescente masculino ao consult�rio m�dico de forma rotineira. Seja m�dico urologista, hebiatra ou cl�nico geral, o foco � a disponibiliza��o de promo��o de sa�de, preven��o de doen�as e de comportamentos de riscos nesta popula��o. Desta forma, em um futuro breve poderemos equiparar os cuidados de sa�de dos garotos aos mesmo cuidados que as meninas h� d�cadas t�m de forma cultural e rotineira promovidos pelos ginecologistas assim que entram na puberdade”, esclarece o urologista Daniel Suslik Zylbersztejn, idealizador da campanha. 

Consumo mal�fico 

De acordo com o relat�rio Covitel2, estudo de monitoramento dos fatores de risco para doen�as cr�nicas no Brasil, a maior preval�ncia de experimenta��o do cigarro eletr�nico ocorre entre os jovens de 18 a 24 anos, com 23,9% no primeiro trimestre de 2023. Na mesma pesquisa realizada no primeiro trimestre de 2022 a taxa nessa faixa et�ria era mais baixa, de 19,7%. Vale lembrar que a venda de cigarro eletr�nico no Brasil � proibida e ainda assim o dispositivo tem se popularizado entre os jovens. 

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“Nos �ltimos anos temos visto com preocupa��o um aumento do consumo de produtos do tabaco entre os jovens, especialmente relacionados aos h�bitos em grupo. Apesar de o cigarro industrial ainda ser muito consumido, o cigarro eletr�nico e o narguil� t�m cativado muito tamb�m esse p�blico, muitos desconhecendo os seus malef�cios. Um outro estudo nacional de 2019-20 revelou que, quanto � faixa et�ria, 17% dos adolescentes come�aram a fumar com idades inferiores a 12 anos, 32% entre os 12 e os 14 anos, e 46% dos 15 aos 17 anos. Desses, 31,2% continuaram a fumar, o que demonstra o quanto � preocupante, sobretudo levando-se em considera��o o tempo de exposi��o e todos os malef�cios j� bem reconhecidos que o consumo leva a m�dio e longo prazo. Portanto, a��es de alerta e de conscientiza��o como essas s�o de extrema import�ncia, e tamb�m por isso resolvemos inclu�-las em nossa Campanha de 2023”, ressalta Karin Jaeger Anzolch, diretora de Comunica��o da SBU e uma das coordenadoras da campanha. 
 
O mesmo estudo avaliou o consumo abusivo de �lcool (quatro ou cinco doses em uma ocasi�o para mulheres e homens, respectivamente) e a faixa et�ria de maior preval�ncia foi de novo a entre 18 e 24 anos, com 32,6% no primeiro trimestre de 2023. 

“Ao mesmo tempo em que a lei brasileira define como proibida a venda de bebidas alco�licas para menores de 18 anos (Lei nº 9.294, de 15 de julho de 1996), � pr�tica comum o consumo de �lcool por adolescentes e vem aumentando. Dados da Pesquisa Nacional de Sa�de do Escolar (PeNSE) ligados ao IBGE apontam para uma tend�ncia de aumento ao longo das edi��es. O uso de �lcool nessa faixa et�ria est� fortemente associado � morte violenta, queda no desempenho escolar, dificuldades de aprendizado, preju�zo no desenvolvimento e estrutura��o das habilidades cognitivo-comportamentais e emocionais do jovem”, explica Dr. Roni Fernandes, vice-presidente da SBU. 

� importante que a sociedade como um todo se mobilize para enfrentar esse problema. “Os pais devem estar atentos ao comportamento de seus filhos e conversar abertamente sobre os riscos do consumo de �lcool. As escolas tamb�m t�m um papel fundamental na preven��o, incluindo a educa��o sobre os efeitos negativos do �lcool e a promo��o de atividades saud�veis como alternativa. Al�m disso, � necess�rio que o Estado adote medidas mais rigorosas para fiscalizar a venda de �lcool para menores de idade. � preciso punir os estabelecimentos que desrespeitam a lei e refor�ar a conscientiza��o sobre a import�ncia de evitar o acesso dos adolescentes �s bebidas alco�licas. Por fim, � urgente que sejam realizados estudos mais aprofundados sobre as causas desse aumento no consumo de �lcool por adolescentes e que sejam implementadas estrat�gias efetivas de preven��o. Somente assim poderemos garantir um futuro saud�vel e promissor para os jovens do nosso pa�s”, diz Dr. Fernandes. 

Uso de preservativo cai e ISTs sobe entre jovens  

Outro problema que ronda os jovens s�o as infec��es sexualmente transmiss�veis (ISTs). Pesquisa divulgada pelo IBGE, em 2022, mostra que de 2009 a 2019 o percentual de escolares que usaram preservativo na �ltima rela��o sexual caiu de 69,1% para 53,5% entre as meninas e de 74,1% para 62,8% entre os meninos.  

Sem prote��o, os jovens ficam suscet�veis a infec��es como a gonorreia e a clam�dia que podem causar infertilidade, ao HPV que � fator de risco para o c�ncer, � s�filis que se n�o tratada pode gerar problemas card�acos e neurol�gicos, ao HIV, a herpes etc. 

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Para o HPV h� vacina gratuita dispon�vel no SUS para meninos e meninas de 9 a 14 anos. Mas a ades�o ainda � baixa. Entre os meninos, a taxa de vacina��o da primeira dose � de 52% e da segunda dose, 36%, enquanto a meta recomendada � de 95%. 

“� importante conscientizar os adolescentes, bem como seus pais e respons�veis, da import�ncia da vacina��o contra o HPV, uma vez que esta � �nica vacina que, al�m de prevenir uma doen�a infecciosa, tamb�m � capaz de prevenir um tipo de c�ncer que est� entre os mais comuns nas mulheres, que � o c�ncer de colo de �tero. A vacina��o dos meninos tamb�m atua nesse processo, diminuindo sua transmiss�o e diminuindo o risco do c�ncer de p�nis”, ressalta Jos� Murillo Netto, coordenador do Departamento de Urologia do Adolescente. 

Por ser uma doen�a na maioria das vezes assintom�tica e com remiss�o espont�nea em at� dois anos, muitas pessoas n�o descobrem ter HPV e transmitem a seus parceiros. 

Que d�vidas o menino pode tirar em uma consulta?

- Preven��o a Infec��es sexualmente transmiss�veis
- C�ncer de test�culo 
- Inflama��o na cabe�a do p�nis e prep�cio (balanopostite)
- Fimose
- Ejacula��o precoce
- Veias dilatadas nos test�culos (varicocele)
- Efeitos de anabolizantes
- Atraso da puberdade
- Tamanho do p�nis
- Vacina��o
- Paternidade respons�vel e preven��o de gravidez indesejada
- Orienta��es a respeito do in�cio da vida sexual