antígeno da SpiN-Tec

O ant�geno da SpiN-Tec inclui duas prote�nas do v�rus SARS-CoV-2: a Spike (S) e a do nucleocaps�deo (N)

CTVacinas/divulga��o


A Ag�ncia Nacional de Vigil�ncia Sanit�ria (Anvisa) autorizou na semana passada o in�cio da fase 2 de testes cl�nicos com a SpiN-Tec, vacina contra a COVID-19 desenvolvida totalmente no Brasil com apoio da FAPESP e de outras institui��es. O imunizante foi elaborado no Centro de Tecnologia de Vacinas (CTVacinas) da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), em parceria com a Funda��o Oswaldo Cruz em Minas Gerais (Fiocruz Minas).

 

O imunizante recebeu investimentos do Minist�rio da Ci�ncia, Tecnologia e Inova��o (MCTI), da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) e do Conselho Nacional de Desenvolvimento Cient�fico e Tecnol�gico (CNPq) para as etapas de ensaios pr�-cl�nicos e cl�nicos de fases um e dois.

 

"Este � um importante passo para a obten��o do registro", diz � Ag�ncia FAPESP Ricardo Gazzinelli, coordenador do CTVacinas da UFMG e pesquisador da Fiocruz. "J� estamos recrutando 350 volunt�rios para a fase 2, que est� prevista para come�ar na pr�xima semana. Assim que essa etapa for conclu�da - e, claro, se os resultados forem positivos - j� temos recursos da Finep aprovados para a fase tr�s [a �ltima, na qual a vacina ser� aplicada em cinco mil pessoas]."

 

Segundo o pesquisador, a fase um envolveu 36 volunt�rios e teve como objetivo avaliar a seguran�a do imunizante e estabelecer a dose ideal para estimular a resposta imune contra o v�rus. "Tivemos grande ades�o dos participantes, ent�o ela foi conclu�da relativamente r�pido, cerca de tr�s meses", conta.

Volunt�rios para a fase 2

Podem participar da segunda etapa de testes indiv�duos entre 18 e 85 anos de idade que tenham recebido as doses iniciais de CoronaVac ou AstraZeneca e o refor�o com Pfizer ou AstraZeneca antes de mar�o deste ano. Tamb�m s�o eleg�veis apenas pessoas que nunca contra�ram COVID-19 ou que tiveram a doen�a no m�ximo at� mar�o (ou seja, h� pelo menos seis meses). E � preciso ter disponibilidade para participar de acompanhamentos presenciais em Belo Horizonte (MG).

 

Pessoas com doen�a cr�nica controlada (como hipertens�o, diabetes e outras) podem se inscrever - elas passar�o por uma avalia��o m�dica para verificar se podem ou n�o participar. As inscri��es devem ser feitas em formul�rio espec�fico e contatos podem ser feitos pelo WhatsApp (31-99972-0292).

Monitoramento por um ano

Entre as pessoas cadastradas, o CTVacinas e a Unidade de Pesquisa Cl�nica em Vacinas da UFMG (UPqVac) far�o avalia��o cl�nica e laboratorial para selecionar os volunt�rios. Cada pessoa considerada eleg�vel para o estudo ser� convidada a receber a vacina SpiN-Tec, na UPqVac. Ap�s os procedimentos, ficar� em observa��o por at� uma hora e ent�o ser� liberada.

O monitoramento ser� feito ao longo de um ano. A equipe que executa os testes cl�nicos far� liga��es peri�dicas para os volunt�rios para saber como est�o se sentindo. E eles far�o sete visitas ao centro de pesquisa da Faculdade de Medicina da UFMG: uma semana ap�s a aplica��o, duas semanas, 28 dias, 90 dias, 180 dias (seis meses), 270 dias (nove meses) e 360 dias (cerca de um ano).

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Mecanismo de a��o

As pesquisas para o desenvolvimento da vacina come�aram em novembro de 2020. O ant�geno (subst�ncia que desencadeia a produ��o de anticorpos) da SpiN-Tec inclui duas prote�nas do v�rus SARS-CoV-2, causador da COVID-19. Uma � a prote�na Spike (S) e a outra � a do nucleocaps�deo (N), o que explica o nome SpiN.

Como explica Gazzinelli, as vacinas contra a COVID-19 em uso geram respostas de anticorpos neutralizantes. J� a SpiN-Tec foi desenvolvida para induzir resposta dos linf�citos-T, ou seja, ela gera uma resposta contra v�rias partes da mol�cula do v�rus, e n�o apenas contra um de seus segmentos, como ocorre com as vacinas atuais.

Por essa particularidade, os pesquisadores acreditam que a SpiN-Tec seja mais efetiva que as vacinas atualmente dispon�veis no Brasil contra variantes do SARS-CoV-2, como a �micron e subvariantes. O imunizante tamb�m tem alta estabilidade, o que possibilita que seja mantido a 4 °C, como outras vacinas, e facilita a distribui��o para lugares long�nquos.