homem segurando a camsinha

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Os adolescentes brasileiros est�o iniciando a vida sexual cada vez mais cedo e est�o se protegendo menos contra as Infec��es Sexualmente Transmiss�veis (ISTs) e a gravidez precoce. Dados da Pesquisa Nacional de Sa�de do Escolar (PeNSE), realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estat�stica (IBGE), mostram que 28,5% dos escolares entre 13 e 15 anos j� tiveram rela��es sexuais e, mesmo com amplo acesso � informa��o, o uso de preservativo caiu 22,3% nos 10 anos avaliados.

A pesquisa, realizada pelo IBGE em parceria com Minist�rio da Sa�de e apoio do Minist�rio da Educa��o, mostra uma tend�ncia de queda na prote��o da sa�de pelo adolescente, o que preocupa especialistas da �rea, especialmente porque essa � uma fase de profundas mudan�as f�sicas, psicol�gicas e comportamentais e essa inicia��o sexual precoce pode levar a uma gravidez indesejada, al�m de causar doen�as.

Segundo a pesquisa, o percentual de escolares que usaram preservativo na �ltima rela��o sexual caiu de 69,1% em 2009 para 53,5% em 2019. Sem prote��o, esses adolescentes ficam mais suscet�veis a desenvolverem infec��es como a gonorreia e a clam�dia (que se n�o forem adequadamente tratadas podem causar infertilidade), ao HPV, que � fator de risco aumentado para o desenvolvimento de c�ncer, al�m de doen�as como s�filis, HIV, herpes, entre outras. 

“Cerca de 35% dos adolescentes nunca usam preservativos nas suas rela��es sexuais e t�m usado cada vez menos, se colocando em risco de v�rias doen�as. Esse � um problema que n�o � exclusivo do Brasil, � um fen�meno mundial”, afirma o m�dico Daniel Suslik Zylbersztejn, urologista do Hospital Israelita Albert Einstein e idealizador da campanha #VemProUro da Sociedade Brasileira de Urologia (SBU), que tem como objetivo incentivar os meninos adolescentes a procurarem um m�dico assim que entrarem na puberdade, assim como a maioria das meninas j� fazem.

Na avalia��o de Zylbersztejn a ades�o ao preservativo tem ca�do entre os jovens, entre outras raz�es, porque eles n�o conheceram o impacto do v�rus HIV na sa�de da popula��o. “A gera��o da d�cada de 1980 se acostumou de forma r�pida ao uso do preservativo por conta do medo do HIV, que era uma doen�a praticamente sem op��o de tratamento e que levava � morte rapidamente. Fomos pautados pelo medo. Mas hoje o HIV � visto como uma doen�a cr�nica e muitos adolescentes nem o conhecem ou n�o se preocupam com ele. Por isso n�o d�o import�ncia para a prote��o da rela��o sexual”, sugere.

A ginecologista Lilian Forelli, do Hospital Israelita Albert Einstein e especialista em uroginecologia e sexualidade, ressalta tamb�m a quest�o comportamental do adolescente, que est� descobrindo um novo corpo em transforma��o e constantes mudan�as, com uma s�rie de horm�nios que ele n�o teve contato na inf�ncia, crescimento dos pelos, da mama, entre outras coisas. 

“Esse � um tema complicado porque o adolescente come�a a pensar em sexo, mas existe uma s�rie de julgamentos dos amigos, dos colegas, e do pr�prio parceiro sexual que ele n�o quer enfrentar. Por mais que eles saibam da import�ncia do uso da camisinha, ainda existe uma certa vergonha de falar sobre isso com o parceiro, um medo do que o outro vai pensar”, avalia.

“N�o importa o que o outro vai pensar, a sua sa�de vem sempre em primeiro lugar. Existem doen�as que s�o para a vida inteira, como hepatite e HIV. Pensar em camisinha � pensar na sua pr�pria sa�de, � um autocuidado”, destaca.

Outros contraceptivos

Outro dado da pesquisa � que tamb�m diminuiu o n�mero de escolares que usaram algum m�todo para evitar a gravidez: caiu de 79,6% para 69,6%. “A camisinha � fundamental nas rela��es sexuais independente de qualquer outro tipo de m�todo para evitar a gravidez. A dupla prote��o, ou seja, a camisinha associada a outro m�todo contraceptivo � o mais indicado na adolesc�ncia. E existem diferentes m�todos dispon�veis para isso. Por isso � t�o importante que essa menina v� ao ginecologista quando iniciar a sua vida sexual, pois o m�dico far� uma avalia��o, vai tirar d�vidas sobre sexualidade e propor o melhor m�todo contraceptivo”, afirmou a ginecologista Lilian Forelli.