Estudo: ainda que em n�veis baixos, aspartame causa problemas de mem�ria
Segundo o estudo, camundongos que ingeriram o ado�ante em n�veis mais baixos do que os considerados seguros, apresentaram d�ficits de aprendizagem e de mem�ria
O Instituto Nacional do C�ncer orienta que o consumo do aspartame seja evitado pela popula��o
jcomp/ Freepik
Em julho deste ano, a Organiza��o Mundial da Sa�de (OMS) incluiu oficialmente o ado�ante artificial aspartame no grupo de alimentos altamente cancer�geno. Contudo, ag�ncias de sa�de, incluindo a Food and Drug Administration (FDA), dos EUA, e a Anvisa, afirmaram que o "limite atual de ingest�o do aspartame � considerado seguro". Entretanto, pesquisadores da Faculdade de Medicina da Universidade Estadual da Fl�rida, nos EUA, descobriram que o aspartame pode prejudicar a aprendizagem e a mem�ria.
Segundo o estudo, publicado em 2022, camundongos machos que ingeriram o ado�ante em n�veis significativamente mais baixos do que os considerados seguros (40 mg) transmitiram d�ficits de aprendizagem espacial e de mem�ria aos seus descendentes. Estes sinais heredit�rios estavam ausentes num grupo de controle n�o exposto ao ado�ante.
"Esta � uma fun��o cognitiva distinta do comportamento de ansiedade, portanto os efeitos do aspartame s�o muito mais difundidos do que o artigo anterior havia sugerido", disse o coautor Pradeep Bhide, do Departamento de Ci�ncias Biom�dicas. Bhide cita o estudo anterior, que relacionou o consumo de aspartame a um comportamento herdado de ansiedade que durou duas gera��es.
ESTUDO
Durante 16 semanas, um grupo de ratos ingeriu �gua misturada com 7% da ingest�o m�xima de aspartame considerada segura pela FDA - equivalente a dois refrigerantes diet de 237 ml diariamente - e outro recebeu uma dose mais alta, de 15%. O grupo de controle consumiu apenas �gua.
O teste aplicado para medir os efeitos foram divididos em tarefas e realizados ap�s quatro, oito e 12 semanas do in�cio do consumo de aspartame. Os resultados, publicados na revista cient�fica Scientific Reports mostraram que os ratos do grupo controle (consumiram s� �gua) encontraram a caixa rapidamente. Por outro lado, aqueles que receberam o ado�ante, tanto o grupo de 7% quanto o de 15% levaram muito mais tempo para aprender a tarefa.
Al�m disso, os machos testados com aspartame ao cruzarem com f�meas que n�o foram expostas ao ado�ante, geraram filhotes machos e f�meas da primeira gera��o, com defici�ncias semelhantes na aprendizagem e na mem�ria. Contudo, os d�ficits foram transmitidos para a primeira gera��o de ratos, mas n�o para a segunda.
O pr�ximo passo � investigar as mudan�as epigen�ticas induzidas pelo aspartame nos espermatozoides.
Mesmo assim, diante desses resultados, os pesquisadores concluem que "os efeitos comportamentais adversos do aspartame podem ser mais difundidos do que se percebe atualmente, e as avalia��es de seguran�a devem considerar os efeitos potenciais nos indiv�duos diretamente expostos, bem como nos seus descendentes".
Estudos anteriores associaram o aspartame a outros problemas de sa�de, incluindo perturba��es no microbioma intestinal, regula��o do a��car no sangue, aumento de peso; aumento do risco de doen�as metab�licas, cardiovasculares e c�ncer.
RECOMENDA��O
O Instituto Nacional do C�ncer (Inca) orienta que o consumo do aspartame seja evitado pela popula��o. "Considerando a atual classifica��o do aspartame pela Ag�ncia Internacional de Pesquisa em C�ncer (Iarc), bra�o da Organiza��o da Sa�de (OMS), como poss�vel carcin�geno para humanos; considerando tamb�m as evid�ncias cient�ficas que apontam que o consumo de bebidas ado�adas com ado�antes artificiais n�o colaboram para o controle da obesidade (...), o INCA aconselha � popula��o geral evitar o consumo de qualquer tipo de ado�ante artificial e adotar uma alimenta��o saud�vel, ou seja, baseada em alimentos in natura e minimamente processados e limitada em alimentos ultraprocessados", diz nota t�cnica do Instituto.
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