Redes sociais: o dilema provocado por conex�es fr�geis para a juventude

A adolesc�ncia � um per�odo de descoberta e desenvolvimento, mas tamb�m uma fase vulner�vel. Nesse contexto, as redes sociais se tornaram uma parte da vida desses jovens, oferecendo oportunidades significativas de conex�o e express�o. No entanto, tamb�m � ineg�vel que o uso excessivo ou inadequado dessas plataformas pode ter um impacto adverso na sa�de mental dos jovens.

No Brasil, o n�mero de suic�dios entre jovens tem crescido, com taxas alarmantes. O Minist�rio da Sa�de revela um aumento de 45% na taxa de mortalidade por autoexterm�nio entre os 10 e 14 anos e de 49,3% entre os 15 e 19 anos, em compara��o com a m�dia da popula��o em geral. De acordo com a Organiza��o Mundial da Sa�de (OMS), o suic�dio � a quarta principal causa de morte entre pessoas de 15 a 29 anos.

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M�nica Falc�o Caldas, diretora geral da Rede de Sa�de Mental Verse, destaca a import�ncia de promover o bem-estar psicol�gico dos jovens e proteg�-los de fatores de risco que podem prejudicar seu desenvolvimento. Ela destaca que um n�mero alarmante de adolescentes internados no hospital Verse tentou o suic�dio, o que evidencia a gravidade desse problema de sa�de p�blica. “O suic�dio infanto-juvenil � um problema de sa�de p�blica provocado por v�rios fatores e de alta complexidade. N�o � um problema s� de um sujeito ou de determinada fam�lia", afirma M�nica.

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Ela acrescenta que a pr�-adolesc�ncia e a adolesc�ncia s�o fases de muitas mudan�as. � um per�odo que requer muita aten��o e cuidado. A crian�a, al�m de passar por mudan�as no corpo, experimenta sensa��es e sentimentos conflituosos, acreditando muitas vezes que n�o est� � altura da expectativa da fam�lia, que n�o � bom e perfeito o suficiente, fatores que podem gerar uma grande ansiedade.”

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No Distrito Federal, o suic�dio se tornou a terceira principal causa de morte, aproximando-se do n�mero de homic�dios. A campanha Setembro Amarelo , que come�ou no Brasil em 2013, destaca a import�ncia da preven��o ao autoexterm�nio.

 

Os perigos por tr�s das redes sociais

Dados dos Centros de Controle e Preven��o de Doen�as (CDC) dos Estados Unidos indicam um aumento significativo nos n�veis de insatisfa��o e depress�o entre jovens, especialmente meninas. A onipresen�a das redes sociais, jogos e aplicativos t�m contribu�do para a perda de conex�es sociais e uma migra��o para um universo digital com pouca empatia, afetando negativamente a sa�de mental dos jovens e at� seu desempenho acad�mico.

A neuropsic�loga Roselene Esp�rito Santo Wagner, especialista no tratamento de diversos transtornos, como psicodiagn�stico e avalia��o neuropsicol�gica, terapia de fam�lia e depend�ncia qu�mica, explica que os pais devem estar atentos a mudan�as no comportamento, como isolamento, irritabilidade, ins�nia e baixa autoestima. Observar se a crian�a ou o adolescente faz uso excessivo e compulsivo das redes sociais � essencial. “Os psic�logos podem ajudar os adolescentes a desenvolverem habilidades de enfrentamento e resili�ncia para lidar com o estresse e a press�o social que muitas vezes est�o associados ao uso excessivo das redes sociais.”

Al�m disso, encorajar a comunica��o aberta entre pais, educadores e adolescentes � fundamental. Os adultos devem estar cientes dos desafios enfrentados pelos jovens e estar dispostos a oferecer apoio emocional e orienta��o quando necess�rio.

A Organiza��o Pan-Americana de Sa�de (OPAS/OMS) enfatiza, ainda, a import�ncia de h�bitos saud�veis, como sono adequado e exerc�cios, bem como habilidades interpessoais, para o bem-estar mental dos adolescentes.

 *Estagi�ria sob a supervis�o de Sibele Negromonte