Os pesquisadores fizeram uma an�lise sobre o comportamento das taxas de suic�dio entre ind�genas no Brasil
Pesquisadores da Funda��o Oswaldo Cruz (Fiocruz) e da Universidade de Harvard realizaram o primeiro estudo nacional que avalia o suic�dio entre ind�genas e n�o ind�genas no Brasil. O estudo avaliou taxas de suic�dio durante o per�odo de 2000 a 2020 e mostrou um risco desproporcionalmente maior em ind�genas, principalmente naqueles entre 10 e 24 anos de idade. As regi�es Norte e Centro-Oeste foram as que apresentaram maior risco de suic�dio, principalmente nos estados do Amazonas e Mato Grosso do Sul.
As an�lises foram efetuadas a partir do banco de dados oficial de mortalidade do Minist�rio da Sa�de e teve como objetivo estimar taxas de suic�dio e suas tend�ncias entre ind�genas e n�o ind�genas no Brasil. No artigo intitulado (, no original em ingl�s), os pesquisadores fizeram uma an�lise sobre o comportamento das taxas de suic�dio entre ind�genas no Brasil.
De acordo com o pesquisador, de forma geral, as taxas de suic�dio em ind�genas foram maiores em homens e indiv�duos entre 10 e 24 anos de idade.
“Em homens de regi�es como a Centro-Oeste e Norte, essas taxas chegaram a alcan�ar 73,75 e 52,05 por 100 mil habitantes, em 2018 e 2017, respectivamente. Em indiv�duos de 10-24 anos da Regi�o Norte, o grupo et�rio de maior risco para o suic�dio ind�gena, essas taxas aumentaram substancialmente de 2013 em diante, contrariando o padr�o de queda observado na regi�o Centro-Oeste. Este � um diferencial importante, em compara��o ao grupo de maior risco na popula��o geral do Brasil, pois o grupo et�rio de indiv�duos com 60 anos e mais, historicamente, � o que apresenta maior risco de suic�dio", explica em nota, Orellana.
O estudo tamb�m mostrou que, em n�vel nacional, tanto as taxas de suic�dio da popula��o ind�gena brasileira quanto as taxas da popula��o n�o ind�gena apresentaram tend�ncia de aumento de 2000 a 2020. "No entanto, esse padr�o n�o pode ser generalizado, especialmente entre os ind�genas, pois estados como o do Amazonas, na regi�o Norte, e Mato Grosso do Sul, na regi�o Centro-Oeste, parecem ser os respons�veis pelas substanciais diferen�as que se observa ao se comparar dados nacionais entre ind�genas e n�o-ind�genas", observa.
O pesquisador destaca que os resultados do estudo refor�am a extrema vulnerabilidade de ind�genas ao suic�dio no Brasil, sobretudo homens, na faixa et�ria entre 10 e 24 anos e residentes nos estados do Amazonas e Mato Grosso do Sul, apontando para a necessidade de prioriza��o na aloca��o de recursos financeiros e no planejamento de estrat�gias que visem a reduzir os fatores de risco associados ao suic�dio, especialmente a desigualdade social e o limitado acesso a cuidados de sa�de mental.
"Precisamos encarar o suic�dio ind�gena como um grave e invisibilizado problema de sa�de p�blica, o qual pode ser influenciado por uma gama de peculiaridades contextuais e culturais, como conflitos territoriais, crises sanit�rias, racismo estrutural, bem como quest�es de ordem econ�mica, pol�tica e psicol�gica", alerta. Orellana.
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