Vidrinho com a calixcoca, vacina para combater o v�cio na droga
Na semana passada, o projeto ganhou 500.000 euros (pouco mais de 2,6 milh�es de reais) do Pr�mio Inova��o na Sa�de, financiado pela farmac�utica Eurofarma, para fomentar solu��es inovadores e de "alto impacto" na �rea da sa�de.
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Na pr�tica, a vacina busca bloquear a sensa��o gratificante que a coca�na causa quando ativa a regi�o do c�rebro conhecida como "sistema de recompensa".
Ao romper esse ciclo que leva � compuls�o pela droga, a vacina "aumenta as chances" de que os dependentes que est�o motivados a continuar em abstin�ncia, consigam faz�-lo, aponta Garcia.
Nos testes em animais, anteriores � pr�xima etapa com humanos, os pesquisadores observaram uma produ��o significativa de anticorpos contra a coca�na e poucos efeitos colaterais.
Al�m disso, a vacina protegeu os fetos dos ratos da coca�na, um resultado que se replicado em humanos, poderia ajudar no tratamento de mulheres gr�vidas com problemas de depend�ncia.
Embora tenha havido projetos de pesquisa semelhantes nos Estados Unidos, eles n�o prosseguiram devido a resultados insuficientes nos ensaios cl�nicos, entre outros motivos listados por Garcia.
- N�o ser� uma "panaceia" -
A "Calixcoca" � o primeiro projeto desse tipo na Am�rica Latina e "se os ensaios cl�nicos mostrarem que a vacina � eficaz e a gente conseguir esse registro na Anvisa (Ag�ncia Nacional de Vigil�ncia Sanit�ria), seria de fato a primeira vacina anticoca�na e antidroga do mundo a ser registrada e utilizada como medicamento", destaca Garcia.
Por ser feita a partir de compostos qu�micos desenhados em laborat�rio (contra compostos biol�gicos de outras vacinas), o ant�geno tamb�m seria menos custoso de produzir, e n�o exigiria uma cadeia de resfriamento para seu transporte.
"N�o existe nenhum tratamento registrado para o tratamento de depend�ncia da coca�na ou crack. Hoje a gente usa abordagens psicol�gicas, assist�ncia social e eventualmente interna��o", explica o psiquiatra.
A vacina, que atuaria como "coadjuvante" dessas estrat�gias multidisciplinares, poderia, por exemplo, ajudar os dependentes a evitar reca�das imediatas ap�s deixar os centros de reabilita��o, uma das fases mais cr�ticas do processo.
Mas ainda assim se funcionar, a vacina n�o seria uma "panaceia" a ser administrada a qualquer usu�rio, adverte Garcia.
O p�blico-alvo, que ser� definido com maior precis�o ap�s os ensaios cl�nicos, �, em princ�pio, aqueles pacientes "em abstin�ncia, e est�o motivados a continuar em abstin�ncia".
O objetivo � contribuir para mudar uma "triste estat�stica", aponta Garcia.
Segundo dados do Instituto Nacional sobre o Abuso de Drogas (Nida) dos Estados Unidos, estima-se que um a cada quatro usu�rios regulares se tornam dependentes.
E apenas um a cada quatro consegue deixar o v�cio ap�s cinco anos de tratamento.
Por isso, no Brasil, segundo maior consumidor de coca�na depois dos Estados Unidos, a expectativa em torno da "Calixcoca" � alta: mais de 3.000 pessoas j� contactaram a equipe de Garcia para serem volunt�rios nos ensaios.

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