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Estado de Minas APETITE ARTIFICIAL

Pesquisadores criam neur�nios capazes de regular a vontade de comer

Estruturas criadas em laborat�rio ajudar�o nos estudos sobre a obesidade


postado em 26/04/2015 08:00 / atualizado em 26/04/2015 08:25

Neurônios produzidos em laboratório sejam um bom modelo para estudar a neurofisiologia do controle de peso(foto: CB / D. A Press)
Neur�nios produzidos em laborat�rio sejam um bom modelo para estudar a neurofisiologia do controle de peso (foto: CB / D. A Press)
Vontade de comer n�o � fome. � apetite, uma sensa��o particular que depende de uma s�rie de fatores – culturais, sociais e biol�gicos. Mas, mesmo que n�o implique em uma necessidade urgente do organismo, esse desejo cumpre uma importante fun��o: assegurar a ingest�o adequada da energia para manter o metabolismo. Para funcionar, essa “balan�a” conta com o trabalho do aparelho digestivo, do tecido adiposo e, principalmente, do c�rebro. Quando algo vai errado nesse sistema, o resultado pode ser a ingest�o exagerada de alimentos, o que pode causar obesidade.


Estudo publicado no Journal of Clinical Investigation abre caminho para que esse mecanismo seja melhor compreendido, o que propiciaria novas pesquisas para o desenvolvimento de tratamentos contra o excesso de peso. Isso porque cientistas conseguiram, pela primeira vez, converter c�lulas da pele de pessoas adultas em neur�nios reguladores do apetite, o que permitir� a an�lise detalhada dessas estruturas de forma in�dita.


A regi�o cerebral mais relacionada com a vontade de comer � o hipot�lamo. Ali, neur�nios serotonin�rgicos agem para despertar na pessoa aquela vontade de comer algo espec�fico. A resposta do hipot�lamo varia de acordo com est�mulos externos, principalmente por meio de horm�nios, como a grelina e a leptina, produzidas pelo aparelho digestivo e pelo tecido adiposo, respectivamente. O rel�gio biol�gico, tamb�m regulado pelo hipot�lamo, interfere na fome. E processos em outras regi�es cerebrais, como o sistema l�mbico, s�o projetados nele e modificam o apetite. Esses fatores explicam por que, em quadros de depress�o cl�nica e estresse, o consumo de energia pode mudar drasticamente.


A partir desse amplo conjunto de informa��es, pesquisadores do Centro M�dico da Universidade de Columbia e da Funda��o de C�lulas-Tronco de Nova York, ambos nos Estados Unidos, criaram neur�nios do hipot�lamo (ligado ainda a outras fun��es comportamentais e fisiol�gicas, como press�o sangu�nea, sono e humor). As c�lulas sint�ticas foram produzidas a partir de c�lulas-tronco pluripotentes induzidas (iPS).


As pluripotentes t�m capacidade de gerar c�lulas dos tr�s folhetos embrion�rios, tecidos primordiais do desenvolvimento humano capazes de se transformar em todas as partes do organismo. Dizer que elas s�o induzidas significa que surgiram a partir de uma t�cnica capaz de reprogramar geneticamente c�lulas adultas (diferenciadas) para um estado pluripotente, ou seja, com caracter�sticas muito parecidas �s das c�lulas-tronco extra�das de embri�es (veja Saiba Mais).

Modelo
Os pesquisadores acreditam que os neur�nios produzidos em laborat�rio sejam um bom modelo para estudar a neurofisiologia do controle de peso, al�m de uma forma de testar novos tratamentos para a obesidade. Para chegar a esse resultado, a equipe de Rudolph Leibel passou por uma s�rie de dificuldades. “As c�lulas que regulam o apetite est�o localizadas em uma parte inacess�vel do c�rebro. Ent�o, at� agora, n�s tivemos de nos contentar com um modelo de camundongo ou com as c�lulas humanas colhidas na aut�psia. Isso limitou muito nossa capacidade de estudar os aspectos fundamentais da obesidade humana”, diz o cientista.


A tecnologia de c�lulas iPS foi utilizada para criar uma variedade de tipos de c�lulas humanas adultas, incluindo produtoras de insulina e neur�nios motores. O processo de transforma��o regulado por Leibel levou cerca de 30 dias. “Os neur�nios (criados) n�o s�o id�nticos aos naturais do hipot�lamo, mas eles est�o perto e ainda ser�o �teis para estudar anormalidades moleculares que levam � obesidade”, garante Leibel. “Al�m disso, permitir�o avaliar potenciais medicamentos contra o exesso de peso de uma forma nunca antes poss�vel.”


O professor Kevin Eggan, da Universidade de Harvard, investiga o mesmo tipo de processo publicado por Leibel. Segundo ele, os resultados alcan�ados pela equipe mostram como uma melhor compreens�o da biologia das c�lulas estaminais est� criando um impacto sobre a capacidade humana de estudar, compreender e, eventualmente, tratar os dist�rbios do sistema nervoso. “Uma vez que h� t�o poucos neur�nios do hipot�lamo de um determinado tipo, eles t�m sido notoriamente dif�ceis de estudar. O trabalho bem-sucedido por ambos os grupos mostra que esse problema foi rachado”, afirma Eggan, destacando a import�ncia de unir esfor�os.


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