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Estado de Minas

Estudo refor�a tese de que cometas s�o essenciais para a exist�ncia de vida nos planetas

Pesquisa feita por japoneses reproduz a queda de cometas na Terra e abre novas portas de investiga��o sobre o surgimento de outros corpos que tiveram um sistema de forma��o semelhante ao nosso


postado em 21/08/2015 10:30 / atualizado em 21/08/2015 10:46

Experimentos indicam que choques de cometas contra a Terra podem ter formado elementos essenciais para a constituição de moléculas complexas(foto: ESA/MAX PLANCK INSTITUTE/DIVULGAÇÃO)
Experimentos indicam que choques de cometas contra a Terra podem ter formado elementos essenciais para a constitui��o de mol�culas complexas (foto: ESA/MAX PLANCK INSTITUTE/DIVULGA��O)

A queda de cometas sobre a Terra n�o causou apenas destrui��o. Foram essas rochas espaciais recheadas de gelo que, ao se chocar com o planeta h� bilh�es de anos, trouxeram os elementos necess�rios para que a vida surgisse. Essa hip�tese j� foi levantada e tem sido explorada por muitos cientistas. Agora, um estudo coordenado por especialistas japoneses apresenta novas evid�ncias que a refor�am e mostram que algo parecido pode ter acontecido — ou vir a acontecer — em outros mundos.

Apresentada na Confer�ncia de Geoqu�mica Goldshmith, que ocorre esta semana em Praga, capital da Rep�blica Tcheca, a pesquisa se baseia em simula��es de laborat�rio que buscam recriar o choque de cometas sobre a Terra de 4 bilh�es de anos atr�s, quando os primeiros organismos come�aram a brotar no planeta. Para isso, a equipe exp�s uma mistura de amino�cidos, gelo de �gua e silicato � temperatura de -196 graus. Depois, usou uma arma propelente para simular o choque dos corpos celestes.

Ap�s analisar o resultado com tecnologia que permite determinar os elementos qu�micos separadamente, os pesquisadores conclu�ram que alguns amino�cidos tinham dado origem a pept�deos curtos, elementos essenciais para o surgimento de um ambiente habit�vel e, por isso, frequentemente chamados de “blocos iniciais da vida”. “A produ��o de pept�deos curtos � o passo-chave na evolu��o qu�mica de mol�culas complexas. Um processo inicial em que muito menos energia � necess�ria para fazer pept�deos de cadeia mais longa em um ambiente terrestre”, explica, em um comunicado, Haruna Sugahara, pesquisadora da Ag�ncia Japonesa para Ci�ncia e Tecnologia do Mar e da Terra (Jamstec), em Yokahama.

A especialista afirma que os dados refor�am a teoria de que os cometas foram essenciais para a forma��o da Terra porque a quantidade de pept�deos curtos originados no experimento foi semelhante � produzida em processos terrestres comuns, como tempestades. “Nosso experimento mostrou que as condi��es frias de cometas no momento do impacto foram fundamentais para essa s�ntese. Como o tipo de pept�deo formado dessa maneira s�o mais propensos a evoluir para p�ptidos mais longos, o resultado indica que impactos de cometas, muito possivelmente, desempenharam um papel importante no fornecimento das sementes de vida para a Terra primitiva”, complementa Sugahara.

Mais an�lises

O estudo tamb�m abre novas portas de investiga��o sobre o surgimento de outros corpos que tiveram um sistema de forma��o semelhante ao da Terra. “Dentro do pr�prio Sistema Solar, � prov�vel que sat�lites de J�piter e Saturno tenham sido submetidos a um bombardeio de cometas semelhante. E a miss�o Stardust, da Nasa, tamb�m mostrou a presen�a do amino�cido glicina (elemento usado pelos organismos vivos para construir prote�nas)”, lembra.

Para Daniela Lazzaro, pesquisadora do Observat�rio Nacional do Rio de Janeiro, o trabalho dos cientistas japoneses contribui com novos dados para uma teoria j� bastante abordada na �rea cient�fica. “Esses amino�cidos apontados no experimento s�o aqueles necess�rios para gerar liga��es mais complexas, que ocorrem quando o calor desse impacto � gerado, causando tamb�m o derretimento dos gelos que estavam no planeta. Isso leva � cria��o dessas mol�culas, gerando, ent�o, n�o s� a �gua, mas tamb�m materiais probi�ticos”, explica a especialista, que n�o participou deste estudo.

Apesar dos resultados positivos, Lazzaro destaca que mais pesquisas s�o necess�rias para a comprova��o total da hip�tese que considera a queda dos cometas como um auxiliar na forma��o da vida terrestre. “Temos v�rios trabalhos nesse sentido, mas que acabam gerando teorias contrastantes. Por exemplo, vi uma pesquisa sobre esse tema que levanta a hip�tese de que esses amino�cidos teriam sido destru�dos durante a colis�o, por causa do aquecimento. As transforma��es qu�micas s�o altamente dependentes e voc� precisa ter condi��es que permitam evolu��es subsequentes. Realmente, � um caminho de estudo aberto, que precisa ser mais explorado”, diz.

 

Mark Burchell, professor de ci�ncia espacial da Universidade de Kent
(Reino Unido), em comunicado � imprensa


“Esta � uma nova pe�a que contribui significativamente para o emocionante campo da origem de mol�culas complexas na Terra. Temos visto que o choque (de cometas) pode gerar e quebrar liga��es em compostos org�nicos. A detec��o de amino�cidos sobre o cometa 81P/Wild2 (pela miss�o Stardust da Nasa), na �ltima d�cada, e a not�cia emocionante da miss�o Rosetta (da ESA), que apontou mol�culas org�nicas em forma��o no cometa 67P/Churyumuv-Gerasimenko, indicam que esses corpos s�o uma fonte rica de materiais. Existem duas pe�as-chave para desvendar esta hist�ria: as mol�culas complexas e como elas s�o inicialmente geradas e, em seguida, como elas sobrevivem e evoluem.”


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