
Deslizar para esquerda ou para a direita, o gesto t�pico de quem usa o aplicativo Tinder, parece n�o ser mais suficiente para os solteiros vivendo no contexto de isolamento durante a pandemia de coronav�rus.
O "match", a confirma��o de que os dois lados se interessaram reciprocamente, era antes apenas um pontap� para o encontro presencial — mas isso mudou com o novo cen�rio de intensas intera��es virtuais, disse � BBC o diretor do aplicativo, Jim Lanzone.
Agora, o Tinder est� passando por uma reformula��o para que os perfis sejam apresentados de forma mais "hol�stica", para que os usu�rios possam se conhecer bastante online.
As mudan�as refletem uma nova postura, explica Lanzone, 50 anos, na �nica entrevista concedida no Reino Unido antes da reformula��o do aplicativo.
"Como sabemos, nos �ltimos 15 a 18 meses, as pessoas realmente se abriram para se conhecer virtualmente antes de definirem relacionamentos offline; ou se abriram at� para ter relacionamentos virtuais", afirmou o diretor do Tinder.
"A maior tend�ncia aqui � que as pessoas no Tinder, saindo da pandemia de COVID… elas s� querem desacelerar as coisas e se conhecer muito mais antes de decidirem 'dar o match' e de encontrar algu�m offline."
Chat antes do 'match'
Os dados do aplicativo indicam que o n�mero m�dio de mensagens enviadas por dia aumentou 19% em compara��o com o per�odo anterior � pandemia, e as conversas s�o 32% mais longas.
Metade dos usu�rios da Gera��o Z, como s�o normalmente classificados aqueles nascidos entre 1997 e 2015, teve encontros por conversa de v�deo e um ter�o fez mais atividades virtuais em conjunto, diz a empresa.
A reformula��o manter� a op��o de uma pessoa deslizar para a direita se tiver interesse em outra, e para a esquerda se n�o. No entanto, as pessoas ter�o "mais ferramentas para mostrar uma vers�o mais multidimensional de si mesmas", de acordo com Lanzone, que mora em San Francisco, Estados Unidos, e se tornou CEO do Tinder durante a pandemia no ano passado.
Os novos recursos incluem a op��o de adicionar v�deos aos perfis e buscas mais precisas — por exemplo, algu�m pode dizer ao aplicativo que quer encontrar pessoas que tenham animais de estima��o ou que gostem de aventuras.
Pela primeira vez, os usu�rios poder�o bater um papo com algu�m antes de dar "match", usando um recurso que lhes pede para dar sua opini�o sobre um t�pico.
Outros aplicativos de namoro — como o Hinge, que pertence � mesma empresa do Tinder, e o Bumble — j� pedem aos usu�rios que respondam a perguntas e tamb�m postem fotos.
Mas Lanzone explica que esses aplicativos s�o destinados �queles que procuram um relacionamento s�rio — um "est�gio diferente" das pessoas na casa dos 20 anos que est�o "abertas a uma gama mais ampla de possibilidades".
A decis�o do Tinder de se concentrar mais em v�deos vem em um momento em que a popularidade do TikTok continua a crescer. ByteDance, a empresa chinesa por tr�s do aplicativo de v�deo de grande sucesso, viu seus lucros dobrarem no ano passado.

Lanzone disse que os jovens da Gera��o Z, hoje cerca de metade dos usu�rios do Tinder, "vivem de v�deos, e por isso espera que estes usu�rios do Tinder atualizem constantemente seu perfil — em vez de ficar um tempo com o mesmo conjunto de v�deos e fotos.
Os dados do Tinder sugerem que usu�rios mais jovens valorizam em um parceiro a autenticidade e a abertura. H� tamb�m mais men��es � sa�de mental e a palavras como "ansiedade e" normalizar " nos perfis.
Lanzone garante que o Tinder n�o se tornar� uma m�dia social, ao contr�rio do rival Bumble.
Menos drinks, mais trilhas
No entanto, o diretor afirma que a pandemia tirou as pessoas da trajet�ria linear do namoro que, em princ�pio, envolvia buscar candidatos no Tinder, dar "match", combinar um encontro, ter um relacionamento e se casar.
"No ver�o passado (no hemisf�rio norte), quando houve uma flexibiliza��o antes da pr�xima onda (de COVID-19) chegar, a tend�ncia mudou muito rapidamente. Foram menos encontros para tomar um drink, e mais para fazer uma trilha juntos."
H� "muito mais" em conhecer algu�m "do que apenas dar 'match' e bater um papo r�pido antes de se encontrar offline", acrescentou ele.
"Acho que � hora de darmos �s pessoas mais ferramentas para mostrar uma vers�o mais multidimensional de si mesmas."
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