
Elisa Lucinda gosta da dignidade de Marlene em “Vai na f�”. Na novela das 19h da Globo, a m�e de Sol (Sheron Menezzes) � evang�lica e n�o se deixa abater. Para ajudar a filha a sustentar as netas, Jenifer (Bella Campos) e Duda (Manu Estev�o), come�ou a vender quentinhas. Segundo a int�rprete, � importante represent�-la sem torn�-la caricata.
"O que mais me deixa feliz � ter sido chamada para fazer uma evang�lica. O arco dram�tico � interessante e gosto de compor esse imagin�rio do evang�lico, que � carregado de estere�tipo, mas que represento com amor. Estou defendendo esse Evangelho sem contamin�-lo com as minhas cr�ticas. Marlene considera os parentes um tesouro", relata.
A atriz, que segue o candombl� como religi�o, acha interessante que a TV mostre uma fam�lia evang�lica com conflitos e peculiaridades. Marlene j� chegou a fazer duras cr�ticas a Sol por aceitar trabalhar como backing vocal de Lui Lorenzo (Jos� Loreto).
"A novela mostra essa gest�o feminina que tanto acontece nas casas e como � a din�mica de um lar com fundamento do Evangelho e as suas contradi��es. Tem um desenho ali de gera��es em que a Jenifer, a universit�ria, representa muito para minha personagem. � a primeira da fam�lia a entrar na faculdade. Tenho esse desejo de dialogar com a realidade brasileira", afirma.

'Teve momentos na prepara��o (do elenco) em que chorei muito ao ver aquele monte de gente preta competente e respeitada. Anos atr�s, s� ter�amos possibilidade de entrar em uma novela de �poca para fazer escravizados'
Elisa Lucinda, atriz e escritora
Transforma��o � vista
Ao longo da trama, Marlene deve se transformar. Assim como a filha, a personagem era apaixonada pela dan�a na juventude.
De volta �s novelas em “Vai na f�”, Elisa percebe que a dramaturgia brasileira tem avan�ado, trazendo o protagonismo negro para o centro das narrativas.
"Muita coisa que sonhei, do ponto de vista da equidade em um trabalho, tenho visto na Globo. Teve momentos na prepara��o em que chorei muito ao ver aquele monte de gente preta competente e respeitada. Anos atr�s, s� ter�amos possibilidade de entrar em uma novela de �poca para fazer escravizados."