Acredito que já está mais do que na hora que se faça uma lei regulando o uso dos aparelhos celulares. Eles ocupam cabeça e mãos das pessoas, não importa onde elas estejam. Pelo visto, passaram a fazer parte do corpo humano, ninguém vive sem eles. Que são usados e consultados o tempo todo.


Em priscas eras, ainda quando dava para viajar, levei para os Estados Unidos um telefone que falava de lá para cá na maior simplicidade. Mas era proibido em certos locais, restaurantes ou casas de comércio. Quem quisesse falar, que fosse fazer sua ligação na rua.

Já morei em algumas casas que tinham telefone, ao contrário da vizinhança, o que não vem ao caso. Primeiro detalhe: incômodo, se ficava sabendo da vida inteira dos vizinhos, através das conversas telefônicas. Em seguida, vem o problema do horário, que tanto pode ser madrugada como em horas tardias. Ninguém se importava, afinal o telefone não estava lá?


Na minha infância, morei um bom tempo em Santa Luzia e quando a cidade ganhou o primeiro aparelho foi um sucesso. Tanto que as ligações costumavam ser previamente agendadas para evitar contratempo. Nos dias atuais, telefone vulgarizou. Quando numa loja qualquer pedem o número de seu telefone celular e você diz que não tem, é olhada como se fosse uma extraterrestre.

Mas posso me dar o direito de querer ter sossego em determinados momentos da minha vida. E quem não quiser entender, que se dane. Trabalhando em jornal, recebo telefonemas de todos os cantos do país. São tantos e, às vezes, tão incômodos – porque no celular ligam a qualquer hora do dia ou da noite –, que, num belo dia, joguei meu telefone celular fora, dentro do Arrudas, para que não fosse encontrado.


Outro lance é que celular virou brincadeira de criança. Se ela está quietinha, pode saber, está com um celular na mão. Como acontece com certas pessoas que chegam para uma visita com o aparelhinho na mão. E fica com ele o tempo todo, recebendo ou usando para conversar. É uma verdadeira canseira, dá vontade de mandar telefonar em casa. Mas há pessoas que vivem pelo telefone, não conseguem sair de casa sem ele. E a novidade são os grupos familiares, que colocam tudo que acontece entre eles, vida ou morte, no telefone.

É claro que telefone é uma invenção e tanto. Em outros países, as cabines telefônicas existem por todos lados. Por aqui, foram copiar a ideia e muitos aparelhos foram roubados, não adiantou nada. Melhor ficar sem eles, livrando-se do tormento desnecessário.

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