Gleisi diz que Bolsonaro mente ao comparar críticas ao sistema eleitoral
Ministra rebate vídeo divulgado por Bolsonaro e afirma que, ao contrário do ex-presidente, PT recorreu à Justiça para denunciar fraudes em 2018
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Siga noA ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, criticou o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) neste domingo (13/7) após ele divulgar um vídeo antigo da petista, gravado em 2018, para rebater as acusações de tentativa de golpe. O ex-presidente é réu no Supremo Tribunal Federal (STF) sob suspeita de ter orquestrado uma tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022.
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Em suas redes sociais, Gleisi classificou a publicação como "mais uma mentira" e defendeu a diferença entre as ações do PT na disputa eleitoral de 2018 e a mobilização bolsonarista em 2022. "Jair Bolsonaro, postando um vídeo meu de 2018, mente mais uma vez, ao tentar comparar sua tentativa de roubar as eleições de 2022 com a denúncia que fizemos de sua campanha de fraudes na internet, nas eleições de 2018. A principal diferença é que nós fomos buscar o direito na Justiça e Bolsonaro tentou dar um golpe contra a eleição de Lula", disse Gleisi.
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A ministra afirmou que, à época, a coligação petista acionou a Justiça Eleitoral para investigar a suspeita de disparos em massa de mensagens contra candidatos do PT no WhatsApp financiados de forma ilegal pela campanha de Bolsonaro.
Gleisi disse ainda que o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) abriu duas ações a partir das denúncias apresentadas pelo partido. "E mesmo não tendo decretado a cassação da chapa Bolsonaro-Mourão, o TSE conclui em 2021 que nossa denúncia era verdadeira", disse.
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Na publicação, a ministra publicou um trecho da decisão, que apontou a existência de provas sobre a mobilização digital de eleitores para atacar adversários políticos e as instituições democráticas.
"Diz o relatório final das ações: 'Inúmeras provas de natureza documental e testemunhal corroboram a assertiva de que, no mínimo desde o ano de 2017, pessoas próximas ao hoje presidente da República atuavam de modo permanente, amplo e constante na mobilização digital de eleitores, tendo como modus operandi o ataque a adversários políticos, a candidatos e, mais recentemente, às próprias instituições democráticas.'", publicou.
Jair Bolsonaro, postando um vídeo meu de 2018, mente mais uma vez, ao tentar comparar sua tentativa de roubar as eleições de 2022 com a denúncia que fizemos de sua campanha de fraudes na internet, nas eleições de 2018. A principal diferença é que nós fomos buscar o direito na…
— Gleisi Hoffmann (@gleisi) July 13, 2025
Publicação de Bolsonaro
No X (antigo Twitter), o ex-presidente Jair Bolsonaro criticou o que classificou como "silêncio institucional" em relação às declarações da ministra Gleisi Hoffmann sobre as urnas eletrônicas. Segundo ele, enquanto foi alvo de processos por comentários semelhantes durante as eleições de 2022, Gleisi não sofre questionamentos.
"Mais uma vez, um nome da esquerda declara abertamente: “NÃO TENHO DÚVIDAS DE QUE FOI FRAUDE ELEITORAL!” - e, mais uma vez, nada acontece (...). Se a lei vale para todos, onde está a isonomia? Ou será que opiniões e suspeitas são crime apenas dependendo de quem as expressa?", questionou.
Mais uma vez, um nome da esquerda declara abertamente: “NÃO TENHO DÚVIDAS DE QUE FOI FRAUDE ELEITORAL!” - e, mais uma vez, nada acontece.
— Jair M. Bolsonaro (@jairbolsonaro) July 12, 2025
Deixo aqui meu sincero questionamento: por que, quando alguém apenas propõe melhorias no processo eleitoral com o objetivo de fortalecer sua… pic.twitter.com/8qQAm4Iich
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Bolsonaro está inelegível por decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) após uma reunião com embaixadores, em que fez ataques ao sistema eleitoral e às urnas eletrônicas. O encontro, realizado em Brasília, foi transmitido pela TV Brasil, emissora da Empresa Brasileira de Comunicação (EBC), e divulgado nas redes sociais do então presidente. Na decisão, o TSE apontou abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação.
Segundo o ex-presidente, a reunião tinha o intuito de "aperfeiçoar a democracia".