Uso de antibi�ticos de forma prolongada eleva risco de c�ncer de c�lon

O consumo de alimentos ultraprocessados, embutidos e enlatados, o excesso de consumo de carne vermelha, o tabaco e a obesidade est�o no topo da lista de fatores de risco para o desenvolvimento do c�ncer de c�lon, al�m da defici�ncia na ingest�o de alimentos ricos em fibras, como frutas, verduras e cereais e �gua.

Mais recentemente, outros fatores de risco tamb�m foram propostos, incluindo altera��es na microbiota intestinal, que ocorrem principalmente pelo uso de antibi�ticos de forma prolongada.

E os dados mais recente que v�m de um estudo populacional sueco refor�am esta liga��o. O estudo, liderado por Sophia Harlid, PhD, Departamento de Ci�ncias da Radia��o, Oncologia, Universidade de Ume�, Ume�, Su�cia, foi publicado on-line em 1º de setembro no Journal of the National Cancer Institute.

Os investigadores analisaram dados de mais de 40 mil pacientes com c�ncer colorretal e 200 mil pessoas controle sem c�ncer.

Eles descobriram que o uso moderado de antibi�ticos aumentou o risco de c�ncer de c�lon proximal em 9% e que o uso muito alto de antibi�ticos aumentou o risco em 17%.

Em contraste, o risco de c�ncer retal foi reduzido em 4% com o uso moderado e 9% com o uso muito alto, mas esta associa��o foi restrita �s mulheres.

O uso de antibi�ticos foi categorizado como sem uso (nenhum uso relatado de antibi�ticos durante o per�odo do estudo), baixo (uso durante um per�odo de 1-10 dias), moderado (11-60 dias), alto (61-180 dias) e muito alto (> 180 dias).

Os resultados complementam as descobertas de um estudo recente da Esc�cia, que descobriu que uma hist�ria de uso de antibi�ticos entre indiv�duos com menos de 50 anos parecia aumentar o risco de desenvolver c�ncer de c�lon, mas n�o c�ncer retal em 49%.

Os novos dados da Su�cia refor�am as evid�ncias anteriores e fornecem novos dados sobre a carcinog�nese espec�fica do local, bem como suporte indireto para o papel da microbiota intestinal.
 

A descoberta de um risco aumentado de c�ncer no c�lon proximal, mas n�o mais ao longo do trato alimentar � consistente com um alto impacto microbiano no c�lon proximal e uma concentra��o decrescente de �cidos graxos de cadeia curta ao longo do c�lon. Isso resulta em maior atividade bacteriana, forma��o de biofilme e fermenta��o na regi�o proximal em compara��o com o c�lon distal e reto. 

Uma an�lise adicional mostrou que o uso de quinolonas e sulfonamidas e/ou trimetoprima foi associado a um risco aumentado de c�ncer de c�lon proximal, enquanto o uso de nitrofuranto�nas, macrol�deos e/ou lincosamidas e metronidazol e/ou tinidazol foi inversamente associado ao c�ncer retal.

Os dados sobre o uso de antibi�ticos foram extra�dos do Registro Sueco de Medicamentos Prescritos. Outras vari�veis, como fatores socioecon�micos e utiliza��o de sa�de, foram obtidas no Swedish Inpatient Register e no Longitudinal Integration Database for Health Insurance and Labor Market Studies.

A equipe identificou 40.545 pacientes com casos de c�ncer colorretal; havia 202.720 pessoas de controle. Pouco mais da metade (52,9%) dos participantes eram homens; a m�dia de idade no diagn�stico do c�ncer foi de 72 anos. Entre os casos, 36,4% eram c�nceres de c�lon proximal, 29,3% eram c�nceres de c�lon distal e 33,0% eram c�nceres retais.

Finalmente, foi observada uma ligeira rela��o inversa entre c�ncer retal e uso de antibi�ticos. Entretanto, essa associa��o foi encontrada apenas em mulheres, enquanto as outras associa��es foram observadas em homens e mulheres.

Podemos concluir que a associa��o positiva entre o uso de antibi�ticos e o c�ncer de c�lon fornece uma justificativa potencial para a redu��o das prescri��es de antibi�ticos na pr�tica cl�nica e de seu uso de forma mais judiciosa e sempre no menor per�odo de tempo poss�vel.