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Estado de Minas BEM-ESTAR

Tatuadores ajudam a superar traumas causados por cicatrizes

Desenhos ressignificam o corpo de pacientes de c�ncer, de pessoas v�timas de viol�ncia, que sofreram queimaduras ou tiveram de lidar com a mutila��o


18/04/2022 04:00 - atualizado 18/04/2022 01:41

Augusto Molinari faz tatuagem no dedo mutilado de uma pessoa
Augusto Molinari, tatuador de BH, ajuda mulheres a superarem a dor da viol�ncia impressa em seus corpos (foto: Douglas Magno/AFP)

 
Tenho verdadeiro horror dessas pessoas que se cobrem de tatuagens, fico pensando como elas ficar�o quando a velhice deixar a pele fl�cida, ca�da. Mas h� uma epidemia mundial de gente dedicada a decorar o corpo, nem sempre com bom gosto, quase sempre sem o menor resultado.



Na semana que passou, recebi um texto da ag�ncia AFP mostrando nova vis�o da tatuagem, pois h� quem use a t�cnica para encobrir ou disfar�ar problemas de sa�de:
 
“Em frente ao espelho, Marlene Silva dos Santos, de 51 anos, admira a tatuagem de flores sobre seu peito esquerdo. Finalmente deixar� de ver a cicatriz da cirurgia de c�ncer de mama, gra�as � iniciativa para superar feridas do passado. Ela enfrentou a doen�a h� cinco anos.
– Agora estou vendo flores. N�o pensei que ficaria t�o bonito – comenta, emocionada, com a pele ainda quente devido � agulha.
 
Durante v�rias horas, Marlene suportou, sem se queixar, o tra�o profundo desenhado num est�dio de tatuagens em S�o Paulo. As linhas coloridas contrastam com recorda��es ainda latentes das salas de hospital onde foi tratada com quimioterapia.
 
O resultado � o desenho floral que desce pelo tronco at� se transformar em diamantes, enquanto outra pequena tatuagem simula o mamilo que ela perdeu na retirada da mama antes de sua reconstitui��o.
 
Marlene � uma das 160 mulheres tatuadas pela paulista Karlla Mendes, participante do projeto social que se prop�e a fechar, simbolicamente, feridas cicatrizadas.
 
Muitas mulheres atendidas foram v�timas de viol�ncia de g�nero ou sofreram acidente. A iniciativa, chamada We are Diamonds, come�ou em 2017.
 
– Quero lembrar a elas que s�o como diamantes, uma coisa bruta. A gente se lapida em torno da nossa vida – explica a tatuadora, que trabalha com diversas ONGs.
 
– � muito gratificante saber que com a minha arte consigo ajudar, transformar a vida, ressignificar cicatrizes que trazem lembran�as horr�veis por algo que ela vai olhar e vai se amar.
Kelly Pereira exibe flores e diamantes do ombro at� o cotovelo sobre a pele queimada no acidente dom�stico que deixou marcas em seu colo, peito e m�o.
 
As cicatrizes s�o de inf�ncia. Ela se queimou quando a irm� tentava ativar o g�s da cozinha com �lcool, enquanto a m�e trabalhava fora de casa.
 
– Minha cicatriz representa a minha hist�ria. Hoje, � algo de que n�o tenho vergonha. Passei, venci, foi algo que me fez nascer de novo – afirma Kelly, de 36 anos.
 
Em Belo Horizonte, Augusto Molinari oferece ajuda, sem custos, a quem procura uma solu��o est�tica para momentos dif�ceis que ficaram marcados na pele.
 
A tatuagem dele coloriu as marcas de uma mulher v�tima de viol�ncia de g�nero, que teve o corpo gravemente queimado pelo marido. Molinari tamb�m desenhou sobre a pele de pessoas que sofreram mutila��o.
 
– Voc� v� luz sobre a pessoa quando ela se olha no espelho e se sente completa. V� que o corpo dela foi ressignificado, transforma a dor – garante Molinari.”
 
A cirurgi� pl�stica Bet�nia Sartori explica que tatuar a pele reconstitu�da sobre uma ferida � seguro, mas sob algumas condi��es. De acordo com ela, as cicatrizes n�o podem estar em atividade, ou seja, apresentando sinais de hipertrofia ou cicatriz queloideana, que ainda est�o produzindo col�geno.
 
 

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