Outro dia, estava conversando com algumas amigas e, apesar de n�o sermos hipocondr�acas, o assunto acabou em rem�dios. Fiquei impressionada de ver como elas n�o sabiam algumas coisas que pensei ser informa��o de conhecimento geral. Uma delas disse na mesma hora que eu precisava escrever uma coluna sobre isso, ent�o, pedido feito, pedido atendido.
Pelo visto, muitas pessoas n�o sabem, mas cada medicamento � feito e embalado de determinada forma por um motivo espec�fico. Quando manipulamos ou tiramos os rem�dios das embalagens originais, muitas vezes podemos at� faz�-los perderem sua a��o. Vou explicar.
Geralmente, tiramos os rem�dios das embalagens para colocar nas caixinhas com dias da semana e hor�rios, facilitando nossa vida e evitando esquecer de tomar ou confundir as bolas, tipo “ser� que j� tomei o rem�dio depois do almo�o”, etc. S� que, na maioria das vezes que “organizamos” os rem�dios, esquecemos de lavar as m�o antes, e isso pode levar alguma contamina��o para algum dos medicamentos.
Mas esse n�o � o grande problema. Alguns medicamentos n�o podem ter contato com a luz ou com o ar – s�o aqueles que v�m em cartelas foscas ou prateadas. Quando tiramos o comprimido da cartela original para coloc�-lo no organizador, ele entra em contato com a luz ou o ar, o que poder� fazer com que seu princ�pio ativo seja degradado com facilidade, perdendo ou diminuindo seu efeito. Manter o rem�dio em sua embalagem original garante sua qualidade.
Outra coisa que as amigas n�o sabiam � que s� podemos partir ao meio os comprimidos que v�m com aquele sulco no meio, indicando o local correto para o corte. Se partirmos, ele ter� metade da dosagem do medicamento, de forma correta. Comprimidos que n�o v�m com este sulco n�o podem ser partidos.
Eles v�m com um revestimento especial para proteger alguns medicamentos que est�o dentro dele, que podem ser destru�dos totalmente no est�mago pela acidez do suco g�strico. A camada protetora � para que ele chegue �ntegro ao intestino e s� l� eja absorvido pelo organismo. Ele vai se desmanchando lentamente e isso d� mais conforto ao paciente. Por n�o poder ser partido, n�o tem equil�brio dos seus componentes, assim, se a pessoa teimar em “desobedecer” as indica��es, partir e tomar, nada garante que tomar� metade da dosagem.
O ideal � recortar a embalagem e guardar o medicamento na caixinha organizadora, na embalagem original. Se n�o couber, a sugest�o � ter uma bolsinha de rem�dios na gaveta ou dentro da bolsa, caso precise tomar rem�dios durante o dia.
Se precisar, fa�a uma tabelinha, em uma folha ou no celular, com nome e hor�rio de cada medicamento. Para falar a verdade, acho essa hist�ria de tabela bem confusa. Prefiro escrever nas caixinhas, colocar tudo em uma cestinha e pronto, recorro a ela diariamente. O bom do celular � que podemos programar alarmes, assim n�o esquecemos o hor�rio correto.
Lembro-me bem quando meu pai teve um infarto e precisou fazer cirurgia de safena. Quando retornou para casa, era uma batelada de rem�dios. N�o morava mais com ele, mas ia diariamente � sua casa e colocava os rem�dios em copinhos, identificados por hor�rio, com todos os comprimidos, certinhos, para o dia todo. Dessa forma, a segunda esposa dele s� precisava ler a etiqueta e medic�-lo.
No dia seguinte, cedinho, estava l�, de novo, reabastecendo os copinhos. Essa rotina durou mais ou menos dois meses e foi necess�ria porque ela estava com um beb� rec�m-nascido e uma crian�a pequena, al�m de ter meu pai se recuperando da cirurgia. Deu tudo certo, e foi uma �tima oportunidade de ficar mais pr�xima dele, em seus cuidados p�s-operat�rio.
Est�o a� as dicas sobre medicamentos.
(Isabela Teixeira da Costa/Interina)