� de conhecimento geral que o setor t�xtil � um dos mais poluentes do mundo. O diretor de celulose e energia da Valmet na Am�rica do Sul, Fernando Scucuglia, enviou artigo bem interessante mostrando onde j� chegou a fabrica��o de celulose sem combust�vel f�ssil.
Em 2017, relat�rio da Funda��o Ellen MacArthur, intitulado “Uma nova economia t�xtil: Redesenhando o futuro da moda”, apontou que essa � a segunda ind�stria mais poluente do planeta, n�o s� devido aos atuais meios de obten��o de mat�ria-prima e processos de fabrica��o, mas tamb�m devido ao desperd�cio, ao baixo �ndice de reciclagem e � falta de alternativas de disposi��o final do lixo t�xtil.
O estudo menciona que, a cada segundo, quantidade equivalente a um caminh�o de lixo t�xtil � incinerada ou descartada em aterros.
Fernando Scucuglia informa que em 2021 entrou em opera��o na Am�rica do Sul a primeira linha de fabrica��o de celulose de mercado sem utiliza��o de combust�veis f�sseis. A f�brica foi desenhada no conceito f�ssil fuel free, utilizando apenas biomassa de florestas certificadas. Foi um marco hist�rico.
De acordo com Scucuglia, � quest�o de tempo at� que outras empresas adotem tecnologias similares para reduzir a emiss�o de carbono e as oscila��es de pre�os de mercado do �leo combust�vel e derivados.
O setor de celulose e papel, segundo ele, acompanha esta movimenta��o com importantes conquistas hist�ricas. A��es ligadas a novas tecnologias ocorreram nas �ltimas tr�s d�cadas e colocaram a ind�stria brasileira em competitividade de custos, al�m de posi��o de vanguarda em sustentabilidade.
Fernando conta que o processo de fabrica��o de celulose no Brasil � reconhecido pelas melhores pr�ticas de manejo florestal do mundo. Produzimos 100% de nossa celulose por meio de florestas sustent�veis e certificadas. Dados recentes da Embrapa apontam que apenas 1,2% da �rea dispon�vel no pa�s � utilizada para florestas plantadas.
Outra redu��o significativa ocorre no setor de emiss�es gasosas, por meio dos sistemas de abatimento de alta efici�ncia e aproveitamento desses fluxos para a fabrica��o de subprodutos, como metanol e �cido sulf�rico.
“Hoje, podemos dizer que a fabrica��o de fibras celul�sicas produzidas no Brasil � o 'estado da arte' em termos de qualidade, custo competitivo e pr�ticas sustent�veis. N�o � dif�cil prever que as fibras celul�sicas ir�o expandir suas aplica��es de uma maneira e velocidade que nunca vimos antes”, afirma Scucuglia.
Em conjunto com a substitui��o do pl�stico, um dos grandes potenciais para o crescimento da ind�stria de papel e celulose est� relacionado � substitui��o de fibras para fabrica��o de tecidos, cuja produ��o mundial � estimada em cerca de 300 milh�es de toneladas.
No passado, as fibras mais utilizadas pela ind�stria t�xtil eram de origem vegetal ou animal. Com o aumento da demanda global, as limita��es da capacidade produtiva desses materiais e o alto custo de sua obten��o, o mercado buscou alternativas. As fibras sint�ticas, provenientes da ind�stria petrol�fera, tais como acr�lico, poliamida, poli�ster, polipropileno, aramida e elastano, s�o respons�veis por cerca de 70% do consumo industrial mundial.
De acordo com o que citamos no in�cio deste artigo, no contexto extremamente complexo que exige a urg�ncia de solu��es sustent�veis, a fibra proveniente da celulose est� se tornando elemento importante da produ��o t�xtil em todo o mundo.
A tecnologia de fabrica��o de tecidos a partir de fibra celul�sica n�o � nova, mas os recentes avan�os resultaram em uma esp�cie de ressurgimento. Assim como no caso do pl�stico, a ind�stria t�xtil apresenta alternativas vi�veis para substitui��o da mat�ria-prima atualmente utilizada por fontes renov�veis celul�sicas.
Em 2022, a LD Celulose iniciou as opera��es, no Brasil, da primeira unidade de fabrica��o de fibras celul�sicas com o prop�sito de fornecer mat�ria-prima para a ind�stria t�xtil.
“Refor�o: n�o � pouco. Com a demanda prevista para o consumo de fibras, a maturidade das tecnologias dispon�veis, o apelo ambiental e o potencial de crescimento competitivo do setor de papel e celulose no pa�s, n�o h� como n�o ser otimista sobre o futuro promissor, limpo e sustent�vel para todos”, diz Fernando Scucuglia.
E conclui: “N�o se surpreenda se na etiqueta da roupa importada que voc� comprar estiver escrito '100% natural cellulose fibers made in Brazil from certified forests and sustainable processes'”.