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Estado de Minas COLUNA DA ANNA MARINA

Uma queda me derrubou e aprendi: a coluna vertebral comanda a vida da gente

Depois de cair ao descer do t�xi, tudo parecia normal. Mas as dores aumentaram, havia uma fratura, tive de usar colete e passei por uma convuls�o


31/10/2022 04:00 - atualizado 31/10/2022 09:22

Ilustração mostra figura feminina, de costas, e uma seta verde apontando para a coluna vertebral dela
 
Estava bem, sem problemas, numa quarta-feira, 11 de maio, com apenas dois compromissos: ir ao LG, sal�o de beleza de Laura Nunes, para cuidar das unhas, e comparecer � consulta com meu m�dico de diabetes, Walter Caixeta. Como o carro estava na oficina, fui de t�xi. Em lugar de pedir ao motorista para me deixar na entrada do sal�o, resolvi descer em frente. E foi esta simples mudan�a que me colocou meses e meses doente.
 
Desci do t�xi e, esquecendo a idade, resolvi pular a �gua que corria junto ao passeio e subir direto nele. Ca� de fio comprido, com todo o corpo seguro pelo meio-fio, e a cabe�a pela porta do carro. Algumas pessoas me ajudaram a levantar, n�o estava sentindo nada, fui fazer as unhas. Depois, com a prima que estava no sal�o, fui ao m�dico. Ap�s a consulta habitual, que me livra dos problemas do excesso de a��car no sangue, o doutor Caixeta examinou meus ossos, percebeu que n�o tinha nada quebrado. Respirei aliviada e fui para casa.
 
Come�ou a� minha entrada no surpreendente desgaste f�sico e mental que provoca uma queda t�o comum. J� no dia seguinte, comecei a sentir algumas dores, creditadas � queda. Fui levando normalmente, at� que, umas duas semanas depois, pedi socorro a Henrique Salvador, que me recomendou um especialista em ortopedia e traumatologia.
 
Apesar de ser noite de s�bado, telefonei para o nome que ele me deu, mas n�o podia me atender – estava fora do pa�s. Ent�o, me passou o telefone de seu substituto, que, numa gentileza �nica, saiu de Contagem, onde passava o fim de semana com a fam�lia, e veio me atender. Em casa, informalmente.
 
Examinou o local da queixa da dor maior e, com raz�o, disse que n�o podia fazer nada sem ver a resson�ncia magn�tica do local. Na segunda-feira, baixei cedo no Mater Dei e o exame mostrou a vil� da dor. Havia uma fratura da plataforma superior do corpo vertebral na v�rtebra T11 e extens�o no muro superior, com leve propuls�o �ssea comprimindo o saco dural e tocando levemente a face ventral da medula subjacente.
 
D� para ver que copiei parte do texto explicativo da resson�ncia, mas, trocando em mi�dos, a queda tinha levado minha espinha dorsal pro brejo. Se entrasse em minha medula, nem sei o que poderia acontecer. Como, ali�s, n�o sei at� hoje.
 
De qualquer forma, a recomenda��o de todos os m�dicos que me acompanharam era uma s�: buscar, por meio do uso de um colete especial, repouso e de n�o trabalhar pelo menos por 90 dias, manter o tronco sem movimento. Quer dizer, a coluna vertebral comanda a vida, sem muito au�. A n�o ser muita dor. E, no meu caso, aparentemente sem uma gota de sangue.
 
Fotografaram a coluna v�rias vezes para pesquisar se havia retrocesso ali, a cabe�a ficava de fora. At� que, certo dia, um daqueles v�rios m�dicos que me atendiam resolveu pedir uma geral da cabe�a. Foi quando se descobriu que do lado direito, bem na frente e sem nenhum volume exterior, havia uma pequena linha de sangue. O outro ponto que me afligia, porque se as costas do�am sem parar, a fala estava igual � de algu�m irracional. Falava tudo, mas a maioria das coisas sem p� nem cabe�a.
 
Eu n�o entendia muito a dor que sentia no bra�o, nem o palavreado sem nexo. At� que num dos fins de semana que passava em casa, estava com uns primos na sala quando comecei a contorcer a boca e falar pelos cocos. Por sorte, meu sobrinho m�dico estava l� e diagnosticou logo a cena – eu estava tendo uma convuls�o.
 
Me levaram bem depressa para o hospital, onde o neurologista confirmou o diagn�stico do meu sobrinho. E receitou o medicamento que devo tomar durante algum tempo, para que a convuls�o n�o se repita. De certa forma, ela chegou em boa hora – meu bra�o parou de doer e o racioc�nio l�gico, que tinha sumido, voltou.
 
A cabe�a voltou a funcionar como sempre, mas o medicamento me d� uma certa tonteira, principalmente de manh�. Ela n�o vai me vencer, n�o posso acreditar que uma v�rtebra quebrada quebre tamb�m o c�rebro, a percep��o da vida.

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