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Estado de Minas ANNA MARINA

Do tempo que fiquei em casa, resta uma certeza: a TV � grande companheira

Programa de gastronomia � sempre boa distra��o, mas quem n�o pode pegar as receitas depois, pelo celular, leva ferro


02/11/2022 04:00 - atualizado 01/11/2022 20:26

Anna Marina

ilustração da coluna anna marina

Os leitores que me perdoem, mas depois de tantos meses fora desta p�gina, volto ao assunto do tombo com uma certeza: � realmente cruel uma pessoa ficar em casa aparentemente saud�vel, vendo a vida passar. De todos os meses que fiquei em casa, resta uma certeza: a televis�o � realmente uma grande companheira. E como o meu senso cr�tico estava ativo, fiquei imaginando se as pessoas n�o conseguem aproveitar essa realidade para fazer alguma coisa melhor.

Como n�o podia sair – s� ia ao Mater Dei –,  passava o tempo vendo tev�.  Fiquei imaginando a raz�o de o espectador n�o ser respeitado. Come�ando pelos programas de not�cias que repetem as mesmas not�cias por tr�s vezes ou mais. O notici�rio “novo” come�a pela tarde e vai sendo repetido pelo in�cio da noite e pela manh� do dia seguinte vezes sem conta. � claro que a inten��o � oferecer a possibilidade de todos terem acesso ao que � divulgado. Mas que � uma canseira, n�o deixa de ser.

Em todo esse tempo, o que mais gostava de assistir era a Jovem Pan, cujo programa “Os pingos nos is” n�o deixa nada passar em branco. Tanto definiam as situa��es pr�-eleitorais que acabaram por receber uma censura pr�via. Mas, na realidade, o que os participantes comentavam era apenas o que os brasileiros em geral pensavam e tinham vontade de divulgar se tivessem possibilidade.

Outro lance curioso que me chamou a aten��o, e que nunca havia percebido, � que o texto falado pelos apresentadores parece sempre com uma conversa caseira, entre amigos. A maioria das not�cias come�a com um “gente”. Acredito at� que isso aconte�a com a inten��o de tornar os textos mais simples, mais coloquiais. Facilitando o contato entre o notici�rio e o telespectador. N�o foi uma �poca f�cil por causa do per�odo eleitoral e a canseira come�ou com a morte da rainha da Inglaterra, com aquele enterro que ocupou dias e mais dias do notici�rio. Realmente outra canseira para o telespectador, n�o d� para entender isso em pleno s�culo 21.

E vendo tanta televis�o, d� para ver que longe vai o tempo em que suas figuras femininas serviam como amostra de tend�ncia de moda. No geral, parece que todas passaram pelo mesmo produtor, cabelos compridos, jogados para um lado e roupas como uniforme: camisas ou blusas combinando, nem sempre, com pantalonas. Correndo por fora uma figura de jornal falado, acho que de BH, que faz n�o s� quest�o de mostrar que est� gr�vida, como refor�a a imagem com o traseiro tamb�m gr�vido. Como a roupagem � repetida, n�o d� para entender que ela n�o se veja depois e procure acabar com a gravidez traseira.

Os filmes s�o outra proposta dif�cil de aceitar. Parece que a t�nica da �poca seja filme de terror, e � o que mais aparece em todos os canais. Quem n�o gosta desse tipo de distra��o, n�o tem muito a escolher. Fico sempre com o canal Universal, que tem uma s�rie sobre pol�cia, bombeiros e m�dicos de Chicago, repetida sem d� nem piedade. J� sei a maioria deles de cor, o que no meu caso e na �poca que enfrentava � uma proposta boa, porque o sono vem mais depressa e pode ser encarado sem remorso. Fora das hist�rias, o que atrai � a amizade entre todos, n�o existe trai��o, mas colabora��o, companheirismo.

Programa de gastronomia � sempre uma boa distra��o, mas quem n�o pode pegar as receitas depois, pelo celular, leva ferro porque a maioria dos chefs apenas balbuciam o nome dos ingredientes. E como a maioria � importada, quem n�o tem celular deve se conformar. Ent�o, fico imaginando se n�o daria para colocar na tela, na medida em que s�o usados, os nomes dos ingredientes. Tenho certeza que isso ajudaria muita gente. Eu, inclusive, j� se v�. Descobri programas de viagem muito bons, no canal 44, que mostra cidades do mundo inteiro. Pena que n�o mostrem o interior dos monumentos, como igreja e castelos.

Uma curiosidade � que a queda derrubou bastante minha concentra��o. Ent�o, dias e dias que poderiam ser usados para ler, n�o vingaram. N�o conseguia ler, n�o tinha interesse nenhum no que lia. N�o porque o conte�do dos livros n�o fosse bom, mas aquela pequena nata de sangue que ficou na minha cabe�a, e que provocou a convuls�o, parece ter impedido meu interesse pela leitura. Pela gra�a de Deus, voltei a ter o mesmo interesse pelos livros – bons – que sempre tive e que s�o os companheiros mais fi�is � necessidade de companhia e conforma��o. Assim foi feito e, atualmente, tenho uma “linha” de cimento firmando e dando garantia � minha coluna.

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