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Estado de Minas ANNA MARINA

N�o entendo a meninada atual. Sou do tempo da inf�ncia na rua

Sinto saudade da �poca em que crian�a subia em �rvores para roubar frutas na casa do vizinho. Hoje, a vida delas se restringe ao celular


05/11/2022 04:00 - atualizado 04/11/2022 23:05

Ilustração mostra bebê no berço, brincando com iPads pendurados acima dele

Sou de um tempo em que a inf�ncia era passada na rua. As fam�lias conviviam muito, o que n�o acontece atualmente. Resultado: uma parte de minha inf�ncia foi de brincadeiras masculinas. Jogava futebol (era sempre a goleira, porque n�o tinha for�a suficiente para chutar as bolas), e o campo era na Avenida do Contorno, onde existe hoje um hotel. 
 
Soltava papagaio, andava de carrinho de rolim� (na �poca, morava na Rua Leopoldina, �tima para descer de carrinho). Nas horas mais femininas, brincava de roda, de pular mar� e tamb�m de pular corda.

O tempo passava numa boa, as amizades eram duradouras, as lembran�as ficavam para sempre. Tenho saudades do tempo em que subia em �rvore ou muro com a maior facilidade para roubar frutas na casa do vizinho. 

Na parte da inf�ncia que passei em Santa Luzia, os dias de chuva eram �timos. Faz�amos barquinhos e mais barquinhos de papel para colocar na correnteza que descia junto aos passeios, os que conseguiam chegar mais longe eram os vencedores.

Quando fiquei maior, a alegria era andar de patins, brincadeira rara e cara, porque os patins melhores vinham dos Estados Unidos.

Tenho muita saudade daquelas brincadeiras, mem�rias de inf�ncia que, muitas vezes, ajudam a passar a noite sem sono.

� por isso mesmo que custo a entender – ou melhor, n�o entendo – a meninada atual. Tenho sobrinhos pequenos, mas a vida deles se restringe ao celular ou ao tablet. Todos, sem exce��o, passam o tempo de olho nas telas, que mostram sempre as mesmas brincadeiras. Nenhum sabe pular corda ou soltar papagaio – j� cansei de comprar no mercado aquela engenhoca com linha para prender o brinquedo. A �nica coisa que um ou outro sabe � jogar futebol, porque algumas escolas t�m aulas de gin�stica ou exerc�cios f�sicos.

Quando esses meninos aparecem, � pura perda de tempo tentar que se interessem por algumas daquelas brincadeiras antigas. Como n�o tenho filhos, escuto das m�es que esse tipo de distra��o para crian�as n�o se usa mais. No que elas t�m raz�o, porque a maioria sabe coisas que n�o sei e n�o consigo aprender, como nomes em ingl�s para isso ou aquilo. Ou como se faz isso ou aquilo com celular.
 
A gera��o delas � outra e quando crescerem mais v�o certamente saber coisas que nunca imaginei que pudessem interessar �s crian�as. 

At� os planos para conhecer o mundo s�o diferentes. Durante muito tempo, quando a televis�o mostrava cenas dos Emirados �rabes, a maioria queria ir para Dubai, onde estavam aqueles carros dourados, aqueles pr�dios alt�ssimos, desafiando a imagina��o de um ou outro. Os sonhos de carreira de alguns iam para a arquitetura, queriam projetar aqueles pr�dios.
 
Atualmente, como a divulga��o dessas riquezas que agradam principalmente aos “novos ricos” – “vou passar minhas f�rias no Burg Al Arab” – desapareceu da TV, parece que a Disney voltou a ser o projeto de viagem da meninada. A mudan�a n�o deixa de ser um descanso para os pais.

Alguns conseguem at� proibir que os filhos passem o tempo todo de olho no celular. S� podem se ocupar com ele nos fins de semana, depois do per�odo escolar.





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