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Estado de Minas ANNA MARINA

Saiba o que � a gota, que atinge sobretudo homens

Resultado do ac�mulo de �cido �rico dentro da articula��o, a doen�a � uma das artrites inflamat�rias mais comuns em todo o mundo


05/12/2022 04:00 - atualizado 04/12/2022 18:23

Ilustração mostra homem sentado em cadeira, com as articulações sinalizadas

Doen�a de homem, a gota livra a mulher de uma s�rie de chaturas. Quem explica como ela funciona � o reumatologista Marco Ant�nio Ara�jo da Rocha Loures:

“A gota � uma artropatia inflamat�ria ocasionada por dep�sito e forma��o de cristais de urato monoss�dico hidratado em tecidos articulares. Uma doen�a muito antiga. � muito dolorosa e incapacitante, podendo haver crises repetidas e, ap�s algum tempo, tornar-se cr�nica. A preval�ncia varia geograficamente, dependendo da coleta de dados. Oscila na faixa de 1% a 5%. A incid�ncia � de 2,9/1.000 pessoas.

Nas �ltimas d�cadas, observou-se um aumento da preval�ncia da gota devido ao diabetes, por maior ingest�o de prote�nas, bebida alco�lica, bebidas ado�adas e frutose; aumento da expectativa de vida, ou seja; uso de medicamentos que elevam o �cido �rico no sangue (diur�ticos e AAS); doen�a renal cr�nica e s�ndrome metab�lica (aumento de colesterol e triglicer�deos no sangue). Entre os 60 e 69 anos, a preval�ncia pode ser acima de 8%. A predomin�ncia � no sexo masculino, em propor��es de 7:1 a 9:1. A maior incid�ncia ocorre entre os 30 e os 60 anos.

Diariamente, o ser humano ingere alimentos que cont�m prote�na, que metabolizam a purina. O resultado da metaboliza��o dessa subst�ncia � o �cido �rico. Esse procedimento n�o apresenta riscos quando a quantidade de �cido �rico � m�nima (dentro dos padr�es) e ele � excretado, contando com o bom funcionamento dos rins, que o elimina��o via urina. O problema ocorre quando h� excesso e cristaliza��o de �cido �rico.

A gota � resultado do ac�mulo de �cido �rico dentro da articula��o. Ou o corpo produz a subst�ncia em quantidades demasiadamente altas, ou n�o consegue excret�-la o suficiente para manter o organismo saud�vel. 

Ocorre por conta do ac�mulo e cristaliza��o do �cido �rico nas articula��es, o que se d� em paralelo com o aumento da subst�ncia no sangue (hiperuricemia). 

Muitos pacientes de hiperuricemia  n�o apresentam complica��es da forma��o de cristais de urato, como artrites ou c�lculo renal. S�o as hiperuricemias assintom�ticas. Por�m, esses pacientes apresentam maiores riscos de hipertens�o arterial, insufici�ncia renal e doen�as cardiovasculares.

A gota articular costuma acometer pacientes masculinos, come�ando na quarta ou quinta d�cada de vida, na forma de artrites agudas intermitentes, acometendo as articula��es dos p�s. 

As crises agudas evoluem rapidamente com dor intensa e eritema local, com grande hipersensibilidade ao toque. Essas primeiras crises respondem bem aos chamados anti-inflamat�rios. Segue um per�odo assintom�tico que pode durar meses. 

Caso a doen�a n�o seja tratada adequadamente, as crises tendem a ser mais frequentes e prolongadas, levando a um quadro cr�nico e progressivo, com sequelas e deformidades. Nessa fase come�am a aparecer os dep�sitos de urato denominados tofos, que podem ocorrer em qualquer lugar do corpo, mas s�o mais comuns em torno das articula��es e notadamente em cotovelos.

Durante as crises agudas de gota, os exames medem a inflama��o e se est�o elevadas a hemossedimenta��o e a prote�na C reativa. 

Durante a crise aguda de gota, o paciente deve ser orientado a identificar os primeiros sinais e sintomas e imediatamente iniciar seu tratamento, preferencialmente nas primeiras 24 horas, sempre com orienta��o do reumatologista. Repouso relativo, evitando toda e qualquer sobrecarga que aumente a dor na regi�o acometida e compressas com gelo local s�o medidas que auxiliam.

Para o tratamento farmacol�gico utilizam-se os anti-inflamat�rios n�o hormonais, colchicina ou corticosteroides (intramuscular ou intra-articular). Os anti-inflamat�rios n�o hormonais n�o podem ser utilizados em pacientes com comprometimento renal, e mesmo pacientes que n�o tenham esse comprometimento devem ser acompanhados periodicamente para n�o desenvolver insufici�ncia renal.

O controle adequado da hiperuricemia � a melhor forma de preven��o de novas crises agudas. Dieta hipocal�rica, com baixo teor de prote�nas e redu��o no consumo de �lcool, refrigerantes e bebidas energ�ticas com alto teor de frutose. O tratamento sempre � individualizado, controlando as comorbidades que cada paciente pode apresentar, como hipertens�o arterial, diabetes, insufici�ncia renal, obesidade, dist�rbios metab�licos e cardiovasculares. 

Medicamentos chamados uricoredutores est�o indicados para pacientes que apresentem tofos, dano articular radiogr�fico, duas ou mais crises de gota aguda em um ano. Esses casos s�o mais graves e a medica��o tem que ser reajustada periodicamente pelo reumatologista. Em pacientes com hiperuricemia assintom�tica n�o � recomendado o uso de uricoredutores.”

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