Com a chegada da esta��o mais quente do ano, muitas pessoas recorrem ao ar-condicionado para amenizar os efeitos da temperatura. O uso inadequado do aparelho faz com que algumas doen�as respirat�rias apare�am. Ele tamb�m provocar a piora da sintomatologia, causando rinites e rinossinusites.
Renato Roithmann, presidente da Associa��o Brasileira de Otorrinolaringologia e Cirurgia C�rvico-Facial, adverte que o ar-condicionado gera danos � sa�de de muitas pessoas, em especial a sa�de respirat�ria, trazendo dor de garganta e congest�o nasal. Ele tamb�m agrava problemas como asma e rinite al�rgica.
O aparelho que n�o recebe manuten��o ou limpezas peri�dicas pode afetar o nariz, os seios paranasais, a garganta, a voz e a via a�rea inferior de pessoas que j� t�m doen�as respirat�rias al�rgicas, por exemplo. Isso se deve ao ac�mulo de poeira, fungos e de elementos que desencadeiam a alergia, explica o especialista.
Tem mais: o ar-condicionado resseca o revestimento interno do nariz, prejudicando a defesa natural das vias respirat�rias. Por isso, � necess�rio o grau adequado de umidade do ar para o funcionamento correto das vias a�reas, tanto superiores quanto inferiores.
Pacientes com rinites cr�nicas e sinusites cr�nicas podem se prejudicar caso permane�am longos per�odos em ambientes fechados e sem ventila��o, apenas com o ar-condicionado ligado. O mesmo ocorre em pacientes com conjuntivite al�rgica e asma br�nquica.
A car�ncia de umidade pode desencadear crises respirat�rias nas crian�as que t�m alergia, com sintomas como tosse, espirros, falta de ar, coceira nos olhos ou nariz, coriza e congest�o nasal, alerta Roithmann.
“O uso de umidificador ou toalhas �midas e bacias d’�gua no ambiente s�o recursos pr�ticos para equilibrar a umidade do ar. A abertura da porta ou vidro, mesmo pequena, permite certa renova��o do ar e pode ser importante em algumas situa��es”, observa.
Al�m disso, h� a mudan�a brusca de temperatura quando ocorre a transi��o de um local com refrigera��o para outro com o clima ambiente – o popular choque t�rmico. “No caso de pessoas mais sens�veis e com doen�as respirat�rias cr�nicas, isso pode colaborar para o surgimento de sintomas que v�o da dor de garganta � infec��o respirat�ria”, explica Roithmann.
A Associa��o Brasileira de Otorrinolaringologia indica alguns cuidados:
Fa�a manuten��o preventiva regularmente. � fundamental higienizar os filtros do equipamento com frequ�ncia, pois eles acumulam fungos, bact�rias, �caros e poeira.
Evite mudan�as bruscas de temperatura. O contraste conhecido como choque t�rmico pode ser prejudicial.
Procure n�o ficar na frente ou embaixo da sa�da do ar.
Evite regular o equipamento para a menor temperatura. Segundo a Organiza��o Mundial da Sa�de (OMS), a temperatura ideal para uso do ar-condicionado � entre 20ºC e 23ºC. No caso do Brasil, a Ag�ncia Nacional de Vigil�ncia Sanit�ria (Anvisa) recomenda de 23ºC a 26ºC no ver�o.
Se poss�vel, utilize umidificador. O ar-condicionado provoca o ressecamento do nariz, que perde a fun��o de protetor da via respirat�ria. Mantenha-se sempre hidratado.
Al�m dos cuidados com o ar-condicionado, recomenda-se lavar diariamente o nariz com soro fisiol�gico, mas os excessos devem ser evitados.
“A lavagem nasal com solu��o salina pode beneficiar grande porcentagem de pessoas. � considerada tratamento de primeira linha para rinite al�rgica e rinossinusite. O m�dico poder�, ap�s o detalhado exame do nariz, definir se as lavagens s�o necess�rias e orientar a forma mais correta de realiz�-las”, finaliza Roithmann.