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Estado de Minas ANNA MARINA

Responsabilidade afetiva ganha espa�o no mundo contempor�neo

Voc� j� ouviu falar de hardballing? Especialista explica como as pessoas, sobretudo os jovens, buscam novas formas de lidar com relacionamentos afetivos


24/12/2022 04:00 - atualizado 23/12/2022 23:54

Ilustração mostra mulher ao lado de homem, que está olhando para ela
(foto: Alexandre Coelho/EM/D.A Press)

 
H� quem diga que se tornou cada vez mais dif�cil, hoje em dia, se relacionar ou encontrar algu�m na mesma “vibe”. Na busca por amor nestes tempos l�quidos de contatos rasos, um termo vem se tornando tend�ncia de relacionamento: hardballing. Voc� j� ouviu falar ou vive um hardballing?
 
Em alta na gera��o Z e entre millenials, o termo ingl�s significa jogar pesado. De acordo com o professor de psicologia da Universidade Cidade de S�o Paulo (Unicid), Claudio Brites, a ideia nesse modelo de comunica��o � dizer logo de cara o que se espera da rela��o que est� sendo estabelecida.
 
“Amizade? Namoro? Algo casual? Deve ser sempre objetiva a demanda do tipo de pessoa que se acredita querer, a��o dentro do pacote da t�o falada responsabilidade afetiva. Como a pr�pria palavra j� enuncia, voc� joga pesado, com total sinceridade. Ou seja, se quer s� uma coisa pontual, diz e pronto”, explica Brites.
 
Embora esse formato de relacionamento pare�a algo criado pelas gera��es do s�culo 21, muitas pessoas j� vinham adotando tal postura. Ali�s, outras culturas, diferentemente da brasileira, costumam ser mais sinceras no jogo da conquista, aponta Claudio Brites.
 
“O rodeio nas rela��es � muito comum no Brasil, mas em outros locais � impens�vel e gera extrema frustra��o das partes. Ali�s, esta � uma quest�o no hardballing: evitar frustra��es”, observa o especialista. A aparente vantagem de aplicar tal estrat�gia de relacionamento, segundo o psic�logo, � a sinceridade sobre o que realmente se quer do outro.
 
“Se voc� conseguir usar esse tipo de abordagem, mesmo sabendo que ela n�o � ant�doto para frustra��es ou mudan�as futuras, poder� encontrar uma forma de demonstrar a t�o buscada responsabilidade afetiva com o outro e consigo”, afirma.
 
Por�m, o professor observa que tanto a responsabilidade afetiva quanto o hardballing v�m sendo impulsionados como tend�ncia entre os jovens devido � dificuldade de lidar com frustra��es e a ansiedade advinda do fato de que a vida n�o est� totalmente sob controle.
 
“� uma gera��o que tem �nsia para saber tudo o que o outro espera e dizer tudo o que quer. Por meio dessa a��o, ela teria a percep��o de que talvez as coisas fiquem sob controle. Fora isso, temos uma sociedade que n�o deseja perder tempo com coisas que ‘n�o d�o em nada’. De algum modo, quando se vai direto ao ponto, h� a ilus�o de que se investe em algo mais ‘certeiro’”, explica.
 
Brites adverte que � preciso tomar cuidado com esse tipo de postura. “Primeiramente, o indiv�duo deve saber que mesmo falando tudo o que deseja da e para a pessoa, e o outro tamb�m informando cada detalhe do que espera, esses desejos podem mudar no processo. � importante estar aberto a isso, ser flex�vel diante da ‘altera��o nos termos’. Deve-se saber lidar com a frustra��o, caso ela ocorra. Afinal, n�o � n�o. At� porque, muito do ‘direto ao ponto’ vem do medo da mulher de ter de lidar com a viol�ncia de homens cujas expectativas s�o frustradas.”
 
Claudio adverte ainda sobre as consequ�ncias de mudan�as na �rea afetiva causadas pela decis�o de adotar esse tipo de relacionamento. “Um alerta � o quanto essa postura, tida como direta, pode n�o s� nos tornar r�gidos em nossas expectativas, n�o assumindo riscos na escolha das pessoas nas quais desejamos investir, mas tamb�m o quanto isso problematiza ainda mais a nossa atitude de tornar o outro um objeto a ser consumido ou em prestador de servi�o que deve arcar com aquilo que foi contratado para fazer.”

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