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Estado de Minas ANNA MARINA

Foli� animada, j� curti muitos carnavais em BH e no Rio

Participei de corsos na Afonso Pena, frequentei bailes no Autom�vel Clube e desfilei na Mangueira, depois de estrear na escola mineira Canto da Alvorada


20/02/2023 04:00 - atualizado 21/02/2025 19:58
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Foliões se divertem no baile de carnaval realizado no Automóvel Clube, em 1959
H� 64 anos, o Autom�vel Clube tinha um dos bailes de carnaval mais animados de BH (foto: Arquivo EM/D.A Press/16/2/59)

 
O primeiro contato que tive com o carnaval deve-se ao meu tio Henrique Tamm, que nos levava – eu e seus tr�s filhos – para fazer o corso na Avenida Afonso Pena, assentados nos far�is de seu carro, um Chevrolet. Depois de dar v�rias voltas pela avenida, �amos terminar a tarde nos sal�es do Autom�vel Clube. Os anos se passaram e eu cresci, mas n�o perdi o gosto pelas brincadeiras carnavalescas em clubes.
 
Depois de certa �poca, passamos a cobrir a folia nos clubes, para este jornal, na companhia do saudoso colega e amigo Nicolau Neto. Quando a cidade ganhou os desfiles na Afonso Pena, fui estrear minha vontade de pisar no asfalto na escola de samba Canto da Alvorada.
 
Pena que o fot�grafo aqui do jornal, escalado para imortalizar a fa�anha – sociedade n�o frequentava escola de samba –, perdeu aquela minha passagem. Mas eu estava devidamente ligada � festan�a.
Como meu marido tinha liga��o com a Brahma, frequentamos o camarote da cervejaria no Rio de Janeiro. Era um pedit�rio s� de quem queria ir. Junt�vamos um grupo e raramente perd�amos um desfile.
 
Gostava tanto que uma amiga, cuja prima desfilava na Mangueira e estava doente, me perguntou se queria assumir o lugar dela. Brincadeira – e l� fui eu desfilar no carnaval carioca, fazendo inveja aos meus amigos no camarote. Desfilei na maior anima��o, at� chegar naquela pra�a onde terminam os desfiles e ficar com um problema: como voltar ao camarote?.
 
Tentei pela pista do desfile e logo fui barrada. Deveria voltar por fora. Acontece que o “por fora” era uma confus�o sem fim, passando por ruas e mais ruas, sem a menor indica��o de acesso aos camarotes.
 
Aprendi uma coisa: os cariocas, na rua, respeitam os fantasiados. Depois de muito errar, cheguei ao destino e fui trocar a fantasia em um dos banheiros do camarote.
 
Em certa �poca, existia a Elite, ponto de encontro para lanches, cervejas e namoro de toda a sociedade belo-horizontina. Mo�as solteiras, filhas de mineiros que moravam no Rio, vinham passar as tardes na Elite e as noites nos bailes do Autom�vel Clube, lotando o bar e a rua. Muitos casamentos nasceram ali e separa��es tamb�m.
 
Na Avenida Afonso Pena, as mo�as circulavam com o rosto coberto por um len�o. Passando por l�, meu amigo Murilo Rubi�o cismou que eu era uma delas, segurou a mo�a pelo bra�o e a levou at� a Elite. Quando chegou, a mo�a tirou o len�o e ele viu que n�o era eu. Levou a maior vaia e ficou na maior falta de gra�a.
 
Nos bailes do Aut�movel Clube, as fantasias deveriam ser mais ricas e sem muita nudez. No Baile do Marinheiro, no Iate Clube, os shorts, que atualmente est�o em todos os lugares, j� eram mais do que comuns.
 
Os tempos foram levando os foli�es para o Rio e para outras praias, o carnaval por aqui foi ficando desanimado.
 
Agora, ele volta com uma grande novidade: deixou os clubes e chegou �s ruas, com blocos e mais blocos, se tornando a alegria de todos.

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