(none) || (none)
Publicidade

Estado de Minas ANNA MARINA

Aumento da mortalidade materna acende o sinal vermelho no Brasil

Em 2021, morreram cerca de 107 m�es a cada 100 mil nascimentos. Entre 2019 e 2021, o aumento de mortes maternas aumentou 77% no pa�s


02/06/2023 04:00 - atualizado 02/06/2023 07:49
699

Mulher grávida está de perfil durante exame pré-natal
Exame pr�-natal � fundamental para combater a mortalidade materna (foto: Sciath/reprodu��o)

A morte materna escancara um grave retrocesso na sa�de sexual e reprodutiva de mulheres no Brasil, principalmente durante a pandemia de COVID-19, quando seus �ndices atingiram o patamar de duas d�cadas atr�s, distanciando o pa�s dos Objetivos de Desenvolvimento Sustent�vel (ODS).

A hemorragia p�s-parto � uma das principais causas de mortalidade materna. No Brasil, ela ocupa o segundo lugar, perdendo apenas para a hipertens�o. Esse tipo de hemorragia � caracterizado pela perda sangu�nea maior do que 500 ml no p�s-parto vaginal ou maior do que 1.000 ml na cesariana.

A morte materna � definida como o falecimento de mulheres durante a gravidez ou at� 42 dias ap�s o t�rmino da gesta��o. As principais causas s�o complica��es obst�tricas relacionadas � gesta��o e ao puerp�rio ou devido a tratamentos disponibilizados e omiss�es.

Essas caracter�sticas se encaixam na denomina��o de morte materna obst�trica direta, que consta no Manual dos Comit�s de Mortes Maternas. No Brasil, � a respons�vel pela eleva��o do n�mero de �bitos entre mulheres, que poderiam ser evitados com acompanhamento e assist�ncia adequada.

� importante ressaltar que o sangramento p�s-parto existe e � conhecido como l�quio, podendo durar algumas semanas. � caracterizado por sa�das de sangue como a menstrua��o, o que � considerado normal. Quando a quantidade � excessiva, pode ser sinal de hemorragia, portanto a causa deve ser identificada e o tratamento precisa ocorrer o mais r�pido poss�vel.

“V�rios fatores podem contribuir para o aumento da hemorragia p�s-parto, como o atraso na identifica��o e tratamento de complica��es obst�tricas. Condi��es de sa�de preexistentes como anemia, coagulopatias ou hipertens�o trazem maior risco de desenvolver hemorragia p�s-parto. Durante a pandemia, vimos o aumento dos quadros hipertensivos durante a gesta��o, muito relacionados ao status pr�-inflamat�rio ap�s a infec��o viral, al�m da falta de acesso a cuidados pr�-natais de qualidade”, destaca Eduardo Cordioli, diretor m�dico de obstetr�cia do Grupo Santa Joana.

Como estrat�gia de preven��o, o pr�-natal deve ser priorizado. Somente com acompanhamento de qualidade, com equipes capacitadas que promovam e conscientizem sobre a sa�de materna � poss�vel verificar precocemente fatores de risco e prevenir complica��es futuras.

“Para enfrentar o aumento da hemorragia p�s-parto e seu impacto na mortalidade materna, � necess�rio adotar estrat�gias eficazes, como a implementa��o de protocolos e diretrizes cl�nicas baseados em evid�ncias para a preven��o e o manejo da hemorragia p�s-parto, incluindo a utiliza��o de medicamentos profil�ticos, os ditos uterot�nicos, e monitora��o de sua efic�cia, assim como melhorar a capacita��o dos profissionais de sa�de oferecendo treinamento cont�nuo”, observa Cordioli.

O obstetra tamb�m chama a aten��o para outros pontos importantes: incentivar o parto vaginal quando poss�vel, estimulando a conscientiza��o sobre riscos associados �s ces�reas repetidas, o que pode contribuir para a redu��o das taxas de hemorragia p�s-parto, e a promo��o da sa�de materna e conscientiza��o com o intuito de desenvolver campanhas sobre os sinais de alerta e a import�ncia de buscar atendimento m�dico imediato em caso de complica��es.

Dados do Minist�rio da Sa�de, mapeados pelo Observat�rio Obst�trico Brasileiro, mostram que em 2021, a mortalidade materna alcan�ou 107.53 �bitos a cada 100 mil nascidos vivos. Em 2019, a raz�o era de 55.31 a cada 100 mil nascidos vivos. Em 2020, foi de 71.97 mortes a cada 100 mil nascidos vivos, o que j� representou aumento de quase 25% em rela��o ao ano anterior. O aumento do n�mero total de mortes maternas foi de 77% entre 2019 e 2021.

Entre os compromissos firmados pelo Brasil, por meio dos Objetivos de Desenvolvimento Sustent�vel, est� a meta de redu��o da mortalidade materna para menos de 70 mortes a cada 100 mil nascidos vivos at� 2030.

*Para comentar, fa�a seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)