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Bolsonaro alicia pol�ticos dispon�veis

Coopta��o do Congresso desfaz o mito do presidente antissistema e ant�tese do d� l� toma c�


31/01/2021 04:00 - atualizado 31/01/2021 08:06

O presidente Jair Bolsonaro fez o que não poderia nem deveria (foto: YouTube/reprodução)
O presidente Jair Bolsonaro fez o que n�o poderia nem deveria (foto: YouTube/reprodu��o)

Amanh�, C�mara e Senado estar�o com presidentes novos e j� se sabe quem s�o os derrotados. Continua atual um dos cl�ssicos das “reflex�es” de Dilma Rousseff: “N�o acho que quem ganhar, nem quem ganhar nem perder, vai ganhar ou perder. Vai todo mundo perder”.

J� perdeu, a prop�sito, pois, em meio ao esgotamento da pol�tica econ�mica que h� 40 anos empacou o crescimento a gosto, tornando mais aguda a situa��o social agravada pela pandemia, n�o se ouviu de nenhum dos concorrentes � dire��o do Legislativo nem uma ideia tosca para destravar o desenvolvimento que se perdeu na poeira.

Em compensa��o, o presidente Jair Bolsonaro fez o que n�o poderia nem deveria para promover seus candidatos, acuando apoiadores dos nomes que n�o lhe apetecem e liberando pagamento de emendas a mais de uma centena de parlamentares, al�m de prometer minist�rios para abrigar seus novos apoiadores – uma gente faminta por sinecuras.

Na verdade, velhos camaradas do tempo em que militava em partidos do tal centr�o, os mesmos que atraiu de volta, at� os que tentavam se mostrar sofisticados para se diferenciar do pancad�o extremista de Bolsonaro. Voltaram a ser os partidos de boc�es e boquinhas.

No fim, o movimento que nem com sess�es de exorcismo poder� chamar para si o ep�teto de reformista tem l� o seu m�rito. Desfaz o mito do presidente antissistema, alavancado pelo apoio obsequioso do ex-juiz S�rgio Moro, ao levar a ent�o apreciada franquia da Lava-Jato para o governo como ministro da Justi�a. Moro saiu chamuscado.

Bolsonaro tem dessas coisas. Veja o que sua reviravolta fez com um de seus mais resolutos apoiadores, o general Augusto Heleno, chefe do Gabinete de Seguran�a Institucional. Em julho de 2018, em evento do PSL, ex-partido de Bolsonaro, o general cantarolou: “Se gritar pega centr�o, n�o fica um meu irm�o”, trocando a palavra “ladr�o” da letra original do samba cantado por Benedito Bezerra.

Pois �... Dizer o qu�? O nome de Bolsonaro � dire��o da C�mara � o deputado Arthur Lira, do PP, partido no qual militou durante anos e � um dos mais fortes do centr�o. No Senado, ele foi convencido pelo presidente vincendo, Davi Alcolumbre, a adotar o senador Rodrigo Pacheco, ambos do DEM, o mesmo partido de quem Bolsonaro tomou por desafeto – o presidente da C�mara, Rodrigo Maia, que lan�ou Baleia Rossi, do MDB, para disputar sua sucess�o. Dem � outro partido com as v�sceras expostas ao eleitor pelo g�nio delet�rio de Bolsonaro.

Feijoada com espaguete


O espet�culo nada dignificante de parlamentares mendigando verbas e cargos ao governante da vez tem sequelas hist�ricas. A mais comum do concubinato entre o presidente da Rep�blica e dire��es do Congresso � que nunca termina bem para eles e para o pa�s.

Foi assim que come�aram mensal�o, petrol�o, o esc�ndalo dos “an�es do or�amento”, a elei��o do deputado que s� queria “a diretoria que fura po�o e descobre petr�leo”. Foi por coisas assim que se tornou compuls�ria a libera��o pelo Tesouro Nacional do dinheiro das tais “emendas parlamentares”. Mas o governante vai l� e arruma um jeito, a pretexto da responsabilidade fiscal, de trancar tais verbas a fim de fazer o “d� l� toma c�” e aliciar pol�ticos dispon�veis.

Bolsonaro p�s um de seus generais de gabinete, Luiz Eduardo Ramos, como tesoureiro da s�cia da boquinha e fez bolsonaristas quem j� foi fernandista, lulista, dilmista, essa turma que mistura feijoada com espaguete � bolonhesa no mesmo prato da ideologia com pre�o.Tarimbado pol�tico, Tancredo Neves costumava dizer que “esperteza, quando � muita, vira bicho e come o dono”.

Estagna��o � o bom cen�rio

Reformar a governan�a do Estado � mais urgente que ajuste de gasto pontual, como tem sido. No m�ximo, congela por um tempo curto. A burocracia das �reas sens�veis tem recursos dissuas�rios para barrar propostas que lhe firam os interesses.

A experi�ncia diz que s� se mudam usos e costumes do setor p�blico no in�cio do governo, n�o no meio, ainda mais com o tamanho do telhado de vidro dos l�deres do Executivo e do Congresso. � preciso ser muito alienado para crer nesses projetos. Ent�o, o que ser�?

Nada diferente do que j� vinha sendo antes da pandemia. Estagna��o � hoje um bom cen�rio, dependente da compet�ncia do programa de imuniza��o, da veneta de Bolsonaro e da toler�ncia social. Os mais pragm�ticos, incluindo aliados de ocasi�o de Bolsonaro, j� fazem c�lculos sobre sua sucess�o sem que ele fa�a parte da equa��o.
 


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