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Candidatos 1.0: pol�tico sem proposta de upgrade da economia est� obsoleto

'Pol�tico sem proposta para promover o upgrade do Brasil anal�gico para o Brasil 5.0 j� est� obsoleto'


13/02/2022 04:00 - atualizado 13/02/2022 08:51

detalhe da mão de uma pessoa digitando um número em urna eleitoral eletrônica
'O que pensam os senhores e senhoras candidatos sobre as inova��es a caminho e suas sequelas e oportunidades?' (foto: Elza Fiuza/Ag�ncia Brasil)

Fevereiro est� passando, 2 de outubro est� logo ali, e ainda n�o sabemos o que os principais candidatos a presidente prop�em para reerguer a economia na d�cada em que as inova��es tecnol�gicas j� amea�am empresas e modelos de neg�cios solidamente estabelecidos – e n�o h� nada a fazer para conter o tsunami de disrup��es.

N�o h� como atrasar ou negar as transforma��es. Temos falado neste espa�o do avan�o gradativo dos bancos para aplicativos de celular, condenando o servi�o presencial em ag�ncias ao destino dos cheques e, mais � frente, dos cart�es de pl�stico e do dinheiro manual.

T�o dram�tica quanto a transforma��o banc�ria ser� a da convers�o do motor a combust�o, seja a gasolina, �lcool, diesel ou g�s, para o motor alimentado por bateria el�trica. Tal revolu��o j� aconteceu e foi assumida por todas as montadoras em suas matrizes. N�o aqui. O governo est� distante e o empresariado parece assombrado.

A mec�nica do carro el�trico � muito mais simples que a de um ve�culo convencional, dispensando algo como 80% das pe�as hoje empregadas. Dispensar� tamb�m as milhares de oficinas e os empregos anexos � medida que o novo padr�o se imponha. Em quanto tempo? Aqui n�o se sabe. L� fora, estima-se que n�o passe de duas d�cadas.

Tecnologia desponta e se imp�e no mercado ou por lei e regula��o, e assim est� sendo sobretudo na Europa no caso do setor automotivo, ou por cair no gosto popular, tipo smartphone, streaming de v�deo e pagamento de contas no aplicativo, que se expandem em ondas.

Uma inova��o puxa outras – celular evoluiu do telefone m�vel para um computador miniaturizado mais possante que o da nave que levou o homem � Lua, viabilizando artefatos e servi�os inimagin�veis.

Foi assim com as empresas de entrega de comida, o Airbnb, o Uber, as redes sociais e...  sim, a intelig�ncia artificial. Ela vigia a todos e antecipa com precis�o o que podemos vir a fazer, induzindo-nos a comprar �s vezes irrefletidamente e at� a votar num imbecil, ignorando o poder de sedu��o dos algoritmos.

Este novo mundo de certo modo j� � velho e novas tecnologias est�o � vista. Mal acabamos de licitar o padr�o 5G do celular e dois grandes cons�rcios internacionais, reunindo governos e empresas, come�am a desenvolver o 6G. � prov�vel que quando a rede 5G estiver implantada no pa�s a sua tecnologia j� estar� 100% obsoleta.

Aceit�vel e inaceit�vel

O que pensam os senhores e senhoras candidatos sobre as inova��es a caminho e suas sequelas e oportunidades? O Brasil anal�gico n�o tem mais lugar, mas precisamos nos educar para aceitar a realidade.
Algum atraso � aceit�vel. Inaceit�veis s�o as sequelas caso n�o acompanhemos o ritmo das inova��es. Sobrar�o desemprego end�mico, mal-estar social crescente e economia baqueada. � o que nos amea�a.

A inclus�o come�a pela identidade digital, o meio mais seguro para sabermos as distin��es e disparidades na sociedade, que s�o locais, convivendo numa mesma cidade, e regionais, apartando estados mais ou menos avan�ados dos que est�o na rabeira da fila da riqueza.

A ignor�ncia sobre tais disparates levou o ministro da Economia a se assustar com o tamanho da popula��o que chamou de invis�vel, gente que nasce, cresce e morre � margem da sociedade vis�vel – uma gente nem sequer encontrada pelo Bolsa Fam�lia, hoje Aux�lio Brasil.

A popula��o em idade ativa, de 15 a 64 anos, atinge 172 milh�es de brasileiros, mas apenas 107 milh�es est�o na for�a de trabalho, dos quais a maioria dos 95 milh�es ocupados tem emprego prec�rio e 12,4 milh�es procuram trabalho. Incluindo os 65 milh�es exclu�dos da PEA na “geografia dos invis�veis”, entende-se por que os programas de transfer�ncia de renda n�o param de crescer, e a produtividade do trabalho seja t�o baixa no pa�s.

Cultura do desperd�cio

A inclus�o digital permite conectar a multid�o marginalizada com a educa��o que lhe foi negada no tempo apropriado, apesar da enorme rede de escolas de educa��o t�cnica espalhadas pelo pa�s.

O ajuste fiscal necess�rio para eliminar os desperd�cios habituais na gest�o p�blica nos tr�s n�veis da federa��o tamb�m vir� do poder transformador dos programas digitais. A arrecada��o tribut�ria, por exemplo, j� poderia ser automatizada e n�o s� para simplificar a sua cobran�a, que passaria de declarat�ria pelo contribuinte para informada pelo ente arrecadador.

Ela restringe a possibilidade de sonega��o. A estimativa � que a arrecada��o neste sistema chegue a 45% do PIB, contra 32% atualmente, criando a possibilidade de redu��o unilateral de al�quotas e fim de impostos.

A reforma administrativa, proposta com o fim de reduzir gastos com a m�quina p�blica, n�o para melhorar seu desempenho, muda de figura num ambiente digital. Dezenas de fun��es se tornam dispens�veis, as pol�ticas de desempenho se tornam poss�veis. Mas, antes, viabiliza a discuss�o sobre a reforma marco zero: a da governan�a federativa.

Este conjunto de provid�ncias dispensa medidas tomadas apenas para conter a prodigalidade de governantes e dos pol�ticos, como teto de gastos e lei de responsabilidade fiscal. O Congresso tem de ser o respons�vel, o que se conseguir� com ampla transpar�ncia tornada poss�vel pelas tecnologias de informa��o e processamento em rede.

Ou aprendem ou cedam a vez

Absurdo � que o grosso destas inova��es se encontra dispon�vel. A digitaliza��o dos indiv�duos s� depende de ato administrativo.

Falar s�rio sobre moraliza��o da pol�tica, combate � corrup��o e coisas assim que florescem no discurso dos candidatos moralistas � fun��o da tecnologia, n�o de leis mais duras e Lava Jatos da vida.

Um governo e Congresso inovadores n�o mudar�o apenas a cultura de compadrio e da mercantiliza��o da pol�tica. Deixariam expl�citos que na reorganiza��o econ�mica e social “precisamos do governo n�o de forma ocasional e intermitente, mas o tempo todo, a longo prazo, bem como em emerg�ncias”, como escreve Steve Marglin, professor de Harvard, em seu livro Raising Keynes (ou Ressuscitando Keynes).

As condi��es pol�ticas para tanto s�o ruins, mas as econ�micas s�o menos feias do que sugere o terrorismo fiscal dos ortodoxos. E ainda h� intelig�ncia t�cnica no pa�s para formular os projetos na fronteira tecnol�gica. Os candidatos � que t�m de ouvir mais e se atualizar. Ou dar a vez para outros mais atualizados e apoi�-los.

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