
Como � o acesso e o atendimento � sa�de para pessoas LGBTQIAP+, com idade a partir de 50 anos? De acordo com estudo “Transformando o invis�vel em vis�vel: disparidades no acesso � sa�de em idosos LGBTs”, realizado por pesquisadores do Hospital Albert Einstein, da Faculdade de Medicina da Universidade de S�o Paulo (USP) e Universidade de S�o Caetano do Sul, publicado na revista cient�fica Clinics, pessoas 50+ que pertencem � comunidade LGBTQIA t�m piores cuidados de sa�de do que a parcela de mesma faixa et�ria que n�o faz parte desse grupo. O mesmo vale para as redes privadas e para o Sistema �nico de Sa�de (SUS).
S� para voc� ter uma ideia, 31% do grupo LGBTQIAP acima dos 50 anos est�o na pior faixa de acesso � sa�de no Brasil. J� a propor��o da popula��o com a mesma idade que n�o pertence a este grupo � de 18%.
etarismo. Infelizmente ainda existe muito despreparo e falta de informa��o no acesso e atendimento � sa�de no Brasil.
Muitas vezes, � poss�vel at� perceber um susto ou outras rea��es inadequadas quando profissionais de sa�de descobrem a orienta��o sexual ou a identidade de g�nero de pacientes LGBTQIAP . Esse gesto de “espanto” e outros tantos comportamentos preconceituosos s�o agravados ainda mais quando esses pacientes t�m mais de 50 anos. Por meio de olhares, a forma de tratar e, por meio de perguntas inadequadas, alguns profissionais de sa�de deixam transparecer muita LGBTfobia e Por exemplo: j� imaginou as precariedades que mulheres trans e travestis 50+ encontram ao buscar atendimento � sa�de? Segundo pesquisa do projeto “Travesti Tamb�m Envelhece”, da ONG Gestos – Soropositividade, Comunica��o e G�nero, em parceria com o Conselho Municipal de Direitos da Pessoa Idosa (Comdir) de Recife, apenas 25% das travestis com mais de 50 anos entrevistadas fazem acompanhamento hormonal e somente 24% receberam, de profissionais de sa�de ou em servi�os especializados, orienta��es sobre os cuidados no uso do horm�nio e do silicone. Al�m disso, apesar de serem sexualmente ativas h� anos, inclusive com muitas delas tendo exercido trabalho sexual ou ainda se mantendo como profissional do sexo, a maioria nunca se consultou com especialistas nas �resas de proctologistas e urologistas (61% e 47% respectivamente).
Ainda segundo o estudo, ao serem questionadas sobre qual pol�tica consideram essencial para a popula��o trans e travesti, a Sa�de foi a mais referida (58%), seguida da Assist�ncia Social (38%) e da Seguran�a P�blica (11%). A pol�tica de Seguran�a Alimentar foi mencionada por 5% das entrevistadas. Somadas �s vulnerabilidades sociais constantes nas v�rias fases da vida, na envelhesc�ncia e velhice de travestis/trans, algumas dificuldades se agravam, aliadas ao empobrecimento que, segundo v�rias pesquisas, ocorre durante a maturidade com boa parte das pessoas em geral.
� preciso refor�ar que os estere�tipos, estigmas, olhares e juramentos de profissionais da sa�de podem afastar ainda mais pessoas LGBTQIAP acima dos 50 anos de buscar atendimento � sa�de.
� necess�rio investir em pol�ticas p�blicas de sa�de inclusivas e efetivas para promover um envelhecimento saud�vel para todas as pessoas, incluindo a comunidade LGBTQIAP . E isso n�o vale apenas para o SUS. O sistema de sa�de privado e a rede suplementar de sa�de tamb�m precisam se comprometer em oferecer treinamento, orienta��o e capacita��o para seus profissionais.