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Estado de Minas SABATINA

No JN, Lula promete estabilidade e manda recados ao setor produtivo

Sereno, petista pareceu mais preocupado em construir pontes para a governabilidade do que em conquistar votos


25/08/2022 23:50 - atualizado 26/08/2022 08:10

Lula na bancada do Jornal Nacional
Lula driblou as perguntas sobre corrup��o, cobradas pelo espectro do eleitorado para o qual escolheu se dirigir na entrevista (foto: TV Globo/reprodu��o)
A mensagem foi para as elites empresariais, elites financeiras, �rg�os de controle e a c�pula do funcionalismo p�blico, representada na magistratura. Se eleito, n�o far� um governo olhando pelo retrovisor. Procurou demonstrar n�o ter m�goas, de um tempo em que lembrou ter sido alvo de lawfare. Prometeu um governo est�vel, previs�vel e com credibilidade. A pol�tica da pacifica��o foi enfatizada nas tem�ticas abordadas na entrevista ao Jornal Nacional. Quando fez cr�ticas, isolou os advers�rios: defendeu o meio ambiente e a preserva��o das florestas e acusou os “maus empres�rios” do agroneg�cio de promoverem o desmatamento; ao mesmo tempo,  poupou o agroneg�cio exportador, que considerou “s�rio” . Defendeu a diverg�ncia na pol�tica considerando-a saud�vel, mas atacou a extrema direita, o fascismo, que estimula o discurso de �dio.

Lula rebateu quando questionado se, no passado, teria estimulado a divis�o do pa�s do “n�s” contra “eles”: considerou a polariza��o em pol�tica “saud�vel” e disse que ela n�o significa est�mulo ao �dio. Salientando a diferen�a entre advers�rio pol�tico e inimigo, disse ter saudades dos tempos de polariza��o pol�tica entre PT e PSDB, quando as ideias brigavam, as pessoas n�o. Ex-advers�rio pol�tico, Geraldo Alckmin, egresso do PSDB, agora no PSB, foi tamb�m figura de imagem para a estrat�gia discursiva da concilia��o: valorizou o seu vice, sinalizou que ele ter� um papel importante em um eventual futuro governo e avisou que, se ganhar a elei��o, os dois ir�o governar juntos, unindo experi�ncias. Lula se respaldou em  Alckmin para salientar ao setor produtivo, que, assim como em seu primeiro mandato presidencial, ser� bem-sucedido na condu��o da economia. 

Lula driblou as perguntas sobre corrup��o, cobradas pelo espectro do eleitorado para o qual escolheu se dirigir na entrevista. Defendeu a atua��o do Minist�rio P�blico e da Pol�cia Federal dentro do regramento do estado de direito e tratou de assinalar a tem�tica reversa: a corrup��o s� aparece quando h� �rg�os que a investigam, disse ele. "Eu poderia ter escolhido um Procurador engavetador. Sabe aquele amigo que voc� escolhe e que nenhum processo vai para frente? Eu poderia ter feito isso e n�o fiz. Escolhi da lista tr�plice. Eu poderia ter impedido que a Pol�cia Federal tivesse um delegado que eu pudesse control�-lo. N�o fiz. E permiti que as coisas efetivamente acontecessem do jeito que precisava acontecer”, disse ele, em cr�tica impl�cita ao seu principal advers�rio na corrida presidencial.  

Lula marcou forte contraponto a Jair Bolsonaro ao longo de toda a entrevista. Defendeu as institui��es democr�ticas, mas, sinalizou que n�o pactuar� com abusos: chamou de “esc�rnio” o denominado or�amento secreto em benef�cio de parlamentares inaugurado no governo Bolsonaro, que avisou, vai se encerrar em seu governo. Para isso, prometeu m�gica: vai terminar com a farra das emendas secretas de centenas de milh�es dialogando com deputados. E avisou que n�o entregar� ao presidente da C�mara dos Deputados a tarefa presidencial de governar, portanto n�o aceitar� o que chamou de “semipresidencialismo”. 

O p�blico com o qual Lula conversou ao longo da entrevista j� tem candidato. Os recados ao setor produtivo e aos �rg�os de controle prestaram-se mais �quilo que pode ser entendido como a constru��o de pontes para a governabilidade de um eventual futuro governo do que propriamente para conquistar votos. Mas, pela serenidade e seguran�a com que dialogou, tampouco os perdeu. 

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