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Estado de Minas EM MINAS

O que seria de Bolsonaro sem as tem�ticas do aborto, maconha e de g�nero?

''Os segmentos democr�ticos da sociedade brasileira precisam compreender o que est� em jogo e parar de bater palma para maluco dan�ar''


08/10/2023 04:00 - atualizado 08/10/2023 08:40
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Ilustração
Ilustra��o (foto: Paulo Miranda)

“Eu sa� da Presid�ncia e veio maconha, aborto, propriedade privada, marco temporal, parece que estava tudo represado.” O que seria de um Jair Bolsonaro (PL) neste “p�s-lavajatismo” sem as tem�ticas do aborto, da maconha e de g�nero?

Neste fim de semana em Belo Horizonte, o ex-presidente da Rep�blica repete a f�rmula. Sempre mirando o p�blico previamente “preparado” por pastores, que integram “o projeto”. Sob a evoca��o que contrap�e “Deus” a “satan�s”, voltou a enquadrar a abordagem da tr�ade das tem�ticas, de complexidade indecifr�vel aos prisioneiros da l�gica bin�ria e manique�sta.

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Com a constrangedora manipula��o da B�blia, o ex- presidente seguiu abusando do vers�culo: “Conhecereis a verdade e a verdade vos libertar�”. Ineleg�vel, � alvo de v�rias investiga��es. Na lista: o esc�ndalo das joias; o envolvimento nos ataques criminosos de 8 de janeiro; e a falsifica��o do cart�o de vacina��o.

Com o fim do mandato de Augusto Aras na Procuradoria-Geral da Rep�blica (PGR), � esperada uma nova frente de investiga��o: as responsabilidades na pandemia de COVID-19, listadas pela CPI da COVID-19, realizada no �mbito do Senado Federal, em 2021.

O ex-presidente, que em lives gargalhava ao imitar pacientes de COVID-9 que sofriam de insufici�ncia respirat�ria; que estimulava pessoas e at� crian�as a n�o usarem m�scara, expondo-as ao v�rus; planeja sair hoje em campo prospectando votos de fieis, ao lado dos pol�ticos que exploram o mesmo p�blico. Trata-se da marcha de suposta “defesa da vida”.

O n�cleo discursivo, que mobiliza a popula��o de vi�s religioso, ass�dua em igrejas associadas ao projeto de uma na��o totalit�ria, teocr�tica e fundamentalista, imbrica as tr�s tem�ticas: aborto, g�nero e maconha.

Estas, encobrem a real discuss�o que assola o Brasil: o problema de sobreviv�ncia, que constrange largos contingentes populacionais j� nascidos, que transitam neste mundo desigual, discriminat�rio e extremamente perverso. Sob a perspectiva pol�tica, a extrema direita saiu na frente e aprendeu a usar, na guerra h�brida para desestabilizar estados democr�ticos, as informa��es individuais coletadas pelos conglomerados tecnol�gicos.

Estes, com o apoio de algoritmos, segmentam em “feudos” as informa��es cotidianas postadas pelas pessoas, segundo cren�as religiosas e predisposi��es pol�ticas. Ao mapear os territ�rios f�sicos dos “feudos virtuais”, tais conglomerados influenciam o debate e os processos eleitorais.

Com o controle do fluxo de informa��es estimulam a polariza��o, para destruir o senso de unidade de cada na��o. O mundo da pol�tica est� assim submetido ao novo contexto: o tecnofeudalismo.

Os segmentos democr�ticos da sociedade brasileira precisam compreender o que est� em jogo e parar de bater palma para maluco dan�ar. O deputado federal mineiro Andr� Janones (Avante), que faz o combate digital das mil�cias da extrema direita, tem l� a sua raz�o.

Na tecnopol�tica, o que vale � a vers�o, n�o o fato. A figura ris�vel de Bolsonaro est� fragilizada, mas os candidatos ao esp�lio eleitoral est�o a�, e n�o s�o poucos.

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