
Vacinas treinam nossos mecanismos de defesa para enfrentar inimigos invis�veis. Geralmente, desaparecem com as doen�as, fazendo com que se tornem t�o invis�veis quanto os seus agentes causais.
Escondido no por�o da minha casa, fugindo de uma vacina contra t�tano, me deparei com uma tampa de privada abandonada.
Foi como uma descoberta cient�fica revolucion�ria.
Transformei a tampa da latrina em escudo.
Em Ibi�, combin�vamos nossas tretas entre a Rua 20 e a Rua 13.
Mas, tinha regra! N�o valia pedra , apenas espada de borracha. Encostou estava morto. N�o tinha juiz, nem VAR. A �tica acima de tudo.
Quem foi tocado pela espada do outro admitia e pronto.
Tent�vamos reproduzir da forma mais fiel poss�vel o que v�amos nos filmes �picos nas matin�s do cine Brasil. Bem-Hur e os 300 de Spartacus, eram os nossos preferidos.
N�o ganh�vamos nada, apenas o orgulho de termos mais sobrevivente que o inimigo, com o qual tomar�amos sorvete no bar do seu Alceu minutos depois da contenda.
No dia que estreei meu novo escudo, houve impugna��o imediata da contenda.
- Esse escudo n�o vale, gritou um dos oponentes.
-Isso � tampa de privada! N�o vale!
-Como assim, n�o vale!
-Essa tampa suportou durante anos puns e merda brava. Isso � arma proibida. T� fora da regra!
- Qual regra?!
- N�o vale! Pronto! Voc� j� viu algu�m usando tampa de privada como escudo?! Acabou a brincadeira. Tampa se privada ta fora da regra.
N�o concordei, mas admiti que era algo at� ent�o inusitado. A brincadeira acabou sem vencedores.
Naquele dia n�o teve sorvete. Afinal, eu usava uma arma nojenta at� para a guerra, quem diria para tomar sorvete! Confesso, n�o me lembro de t�-la lavada antes da brincadeira. Tratava-se de tecnologia altamente contaminada. Poss�vel arma biol�gica com pot�ncia e consequ�ncias imprevis�veis, particularmente para o usu�rio.
Vendo hoje as cenas da invas�o Russa a Ucr�nia, percebo claramente que Putim n�o deve ter tido inf�ncia. Se teve, n�o brincou. Se brincou, n�o respeitou regras e as imp�s a todos.
Dentro do seu pr�prio pa�s prendeu crian�as que manifestavam pela paz e senhora octagen�ria que resistiu a invas�o nazista a R�ssia.
N�o foi `a um circo e jamais se divertiu com palha�os criativos. Acabou se tornando o pr�prio palha�o. O Coringa que coloca a humanidade contra a parede e amea�a nuclear.
O pior, fez disc�pulos! Nosso Messias, ficou em cima do muro para tentar salvar a lavoura, colhendo sangue e sofrimento alheio. Covardia e falta de empatia, que marcou sua postura diante da trag�dia pand�mica que vivemos com mais de 650 mil mortos. Mais da metade poderiam ter sido salvos se n�o fosse a sua negligencia e incompet�ncia.
Pandemia que deve piorar com a guerra. O intenso fluxo migrat�rio de pessoas com baixa cobertura vacinal num continente densamente povoado � o estopim perfeito para novas variantes de muita preocupa��o.
Se t�nhamos uma perspectiva remota de controlar a pandemia num planeta com desigualdades sociais abissais e inequidade na distribui��o de vacinas, com uma guerra generalizada ser� imposs�vel.
Ignor�ncia, ambi��o, guerra e cat�strofes epid�micas, sempre andaram junto pela hist�ria da humanidade.
Os recursos at� ent�o destinados a pesquisas para combate ao v�rus, agora ser�o convertidos em balas, bombas, canh�es e armamentos bem mais sujos que a minha inocente tampa de privada.
A COVID-19 se transformou numa amea�a coadjuvante diante da barb�rie Putinesca, a qual deveria ser parte do CID- C�digo Internacional de Doen�as.
Se assim o classificarem, certamente estar� no grupo das doen�as psiqui�tricas que vimos nos olhos de outros fac�noras passados e candidatos futuros.
Temos que ficar muito atentos a similaridade do olhar dessas aberra��es. Geralmente n�o enxergam gente como gente. Ignoram a pluralidade de op��es que seres humanos tem para serem felizes. Bombardeiam as artes com a mesma brutalidade que suas bombas caem sobre pessoas inocentes, que at� 10 dias atr�s eram livres.
Seria a Sputinik II a vacina nuclear de Putin? Acabando com a humanidade certamente acabaria tamb�m com a pandemia! L�gica cruel que certamente n�o passaria pelo crivo t�cnico da nossa competente e respons�vel ANVISA.
Putin que parowsky! Que saudade do meu escudo proibido, seria s� us�-lo de forma apropriada e dar descarga.