
M�e � m�e. No mar de diversidade, sobressaem unidades. Tr�s denominadores comuns saltam aos olhos. Um: a corujice. Para ela, urubu � branco. O outro: a prote��o. Para a criatura que doa vida, o filho � sempre crian�a. O �ltimo: a posse. Ela d� asas ao p�ssaro, mas n�o admite que voe para longe.
A fic��o criou personagens que simbolizam as marcas universais das senhoras do mundo. F�bulas mostram animais com as qualidades e defeitos humanos. A mitologia conta hist�rias que resgatam os arqu�tipos de todos n�s. Os tempos passam, mas dona Coruja, T�tis e Demeter continuam presentes. Elas povoaram a imagina��o da nossa m�e, da m�e da nossa m�e, da m�e da m�e da nossa m�e. E a nossa.
A corujice
Dona Coruja e dona �guia viviam se estranhando. A raz�o: dona �guia devorava os filhotes de dona Coruja dia sim e outro tamb�m. Com pena do sofrimento da m�e, a bicharada intermediou o conflito. A rainha das aves aceitou buscar outras iguarias. Mas como reconhecer as corujinhas? Filhotes s�o t�o parecidos… Dona Coruja dirimiu a d�vida:
– Ora, os meus pequenos s�o os mais lindos do planeta. A penugem deles brilha. Os olhos fa�scam. O corpo � cheio de gra�a. Ah, uma beleza s�.
Um m�s depois, dona �guia voava meio sem rumo. Morta de fome, encontrou tr�s filhotes num ninho. Eram feios, cinzentos e desengon�ados. Devorou-os com prazer. Quando dona Coruja voltou pra casa, ops! Cad�? Furiosa, procurou dona Coruja:
– Traidora. Voc� n�o cumpriu a palavra. Comeu meus lindinhos!
– O qu�? Aqueles monstros eram os seus filhotes? Sinto muito. De lindos eles n�o tinham nada.
A prote��o
Quando Aquiles nasceu, a m�e quis torn�-lo imortal. Mergulhou-o nas �guas do Estige, o rio dos Infernos. Para o garoto n�o se afogar, segurou-o pelo p�. N�o deu outra: sem se molhar, o calcanhar virou o ponto fraco do menino.
Um dia, T�tis visitou um adivinho. O s�bio lhe disse que Aquiles morreria na Guerra de Troia. Como evitar a trag�dia? Ela disfar�ou o filho de mulher e levou-o pra outra cidade. Quando cresceu, o rapaz, apaixonado, contou a verdade pra amada. A not�cia se espalhou. Ele foi convocado pros campos de batalha.
T�tis, desesperada, contou ao filho que ele morreria em combate. “Prefiro uma vida curta, mas gloriosa”, respondeu o futuro her�i, “a uma vida longa e sem gra�a.” No meio de uma luta, a flecha lhe atingiu o calcanhar. Ele morreu.
A posse
Quando o mundo nasceu, h� muiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiitos anos, os poderosos o dividiram em tr�s reinos. O primeiro era o Olimpo. Ali viviam os deuses e her�is. Zeus mandava por l�. O segundo eram os oceanos. Nos mares, rios, lagos e fontes, reinava Pos�idon. O �ltimo era o Inferno. Hades governava o peda�o. Todas as pessoas que morriam iam pra l�.
Um dia, Hades veio dar uma voltinha na Terra. Viu Pers�fone. Apaixonou-se. Ela vivia no Olimpo. A m�e, Dem�ter, n�o a deixava sozinha nem um minuto. Hades ficou de olho na mo�a. Uma tarde, as duas foram passear no jardim. A jovem decidiu colher flores. A�, ops! O ch�o se abriu e a devorou.
Dem�ter procurou a bela durante dias e dias. N�o a encontrou. Inconformada, consultou H�lio, o sol, que tudo v�. Ele sentiu pena da m�e. Falou-lhe do rapto. A deusa da agricultura disse que n�o voltaria ao Olimpo sem a filha. Faltou comida. Os humanos passaram fome. Hermes, mensageiro de Zeus, prometeu trazer Pers�fone de volta. Com uma condi��o: que ela n�o tivesse provado alimento dos mortos.
A mo�a voltou. Mas ficou pouco tempo. Havia comido sementes de rom�. Hades a levou de volta. Zeus, ent�o, arranjou uma sa�da. Todos os anos, Pers�fone fica com a m�e durante nove meses. A Terra festeja com a primavera, o ver�o e o outono. Nos outros tr�s, a bela fica com o marido. Nesse per�odo, a Terra se cobre de gelo. Os gr�os n�o crescem. � o inverno.
Leitor pergunta
Dia das M�es � nome pr�prio?
• Samantha Silva, BH
�. Data comemorativa, escreve-se com as letras iniciais mai�sculas: Dia das M�es, Dia dos Pais, Dia das Crian�as.