
Oba! Junho � m�s de muitos santos. Santo Ant�nio, S�o Jo�o e S�o Pedro recebem homenagens e ganham festas. A mais legal � a de s�o-jo�o. Adultos e crian�as se vestem de caipira e caem na farra: dan�am a quadrilha, pulam a fogueira, participam do casamento na ro�a, pescam surpresas, comem del�cias. Ali, a gula n�o � pecado.
Ningu�m precisa resistir � tenta��o de canjicas, pipocas, churrasquinhos, pa�ocas, pamonhas, cachorros-quentes, p�s de moleque & cia. prazerosa. Na faceirice geral, uma restri��o se imp�e. Trata-se de respeitar a grafia nota 10. O nome do santo � substantivo pr�prio. Escreve-se S�o Jo�o. O da festa � substantivo comum. Grafa-se s�o-jo�o.
ANALOGIA
As festas juninas s�o t�o boas que avan�am no m�s de julho. A� ganham outro nome. S�o julinas.
P� DE MOLEQUE
O que � presen�a obrigat�ria na festa junina? Muitas coisas. A mais importante: p� de moleque. Olho vivo! A reforma ortogr�fica cassou o h�fen do docinho gostoso. Ele nem ligou. Livre e solto, continua reinando Brasil afora.
COMPANHIA
A reforma ortogr�fica eliminou o tracinho dos compostos por tr�s ou mais palavras que, soltas, nada t�m a ver uma com as outras. Mas, juntas, formam outro voc�bulo. � o caso de p� de moleque. P� designa parte do corpo. Moleque, menino sapeca. A preposi��o de os junta. O trio d� nome ao doce que deixa pra l� o pecado da gula.
Exemplos n�o faltam. Eis alguns: m�o de obra, dia a dia, dor de cotovelo, folha de flandres, testa de ferro, le�o de ch�cara, faz de conta, quarto e sala, mula sem cabe�a, tomara que caia.
SEM VACILOS
A reforma n�o atingiu todas as palavras assim compostas. As que designam bicho ou planta conservam o tracinho. Mant�m-se como dantes no quartel de Abrantes: cana-de-a��car, ip�-do-cerrado, pimenta-do-reino, castanha-do-par�, jo�o-de-barro, bem-te-vi, bem-me-quer, porco-da-�ndia, can�rio-da-terra. E por a� vai.
PLURAL
O plural de p� de moleque? � p�s de moleque.
ARRAIAL
Festas juninas s�o as comemora��es mais animadas do Nordeste. Campina Grande, Caruaru e tantas outras cidades passam o ano inteiro organizando os festejos. No vaiv�m, uma palavra ganha destaque. � arraial. Voc� sabe de onde veio a criatura t�o animada?
Se voc� adivinhar, ganha um saco de pipoca. Levar� pra casa umas branquinhas saltitantes, quentinhas e cheirosas. Quer saborear a del�cia? Ent�o marque a resposta certa:
1. Arraial veio de rei.
2. Arraial veio de areia.
3. Arraial veio de arraia.
4. Arraial veio de raio.
E DA�?
Marcou a letra a? Acertou. Arraial � meio camale�o. �s vezes quer dizer acampamento militar. Outras, lugar de festas populares. Outras, ainda, um pequenino lugar do interior, um lugarejo.
Antes de chegar � forma de agora, arraial teve outras caras. Uma delas � arreal. Ficou f�cil, n�o? Tudo indica que arraial veio de real. Real vem de rei. No come�o, arraial era o acampamento do rei. �, pois, coisa de Sua Majestade.
LEITOR PERGUNTA
Tenho d�vidas sobre a conjuga��o do verbo reaver. Pode me ajudar?
• Clarice Souza, Porto Alegre
Louco pelos prazeres da carne, o verbo haver � do tempo em que n�o havia camisinha nem p�lula anticoncepcional. Resultado: teve filhos. Um deles � reaver. O garoto quer dizer haver de novo (recuperar).
Muitos lhe confundem a paternidade. Escrevem reavejo, reaviu como se o verbo fosse derivado de ver. Bobeiam. Ele s� se conjuga nas formas em que aparece o v do paiz�o: houve (reouve), haveria (reaveria), haver�o (reaver�o).
RECADO
“Existem dois tipos de textos – o liter�rio e o n�o liter�rio. Ambos come�am com letra mai�scula e terminam com ponto. A diferen�a est� no recheio. O primeiro esbanja talento. O segundo, informa��o.”
• Antonio Sales