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Estado de Minas DA ARQUIBANCADA

Maracujina no lugar da cloroquina. Eis o tratamento para o atleticano

O atleticano emputecido com a derrota, e mesmo com o empate, seria atra�do por assistentes sociais, que o direcionaria �s c�maras escuras do confession�rio.


09/10/2021 04:00 - atualizado 09/10/2021 08:02

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O empate com o lanterna Chapecoense fez o torcedor relembrar tormentas de azares e injusti�as do passado (foto: Pedro Souza/Atl�tico)

� not�vel como o Atl�tico tem sido cada vez mais proativo e interessado na rela��o com seu torcedor. Por isso, gostaria humildemente de oferecer uma ideia, sem royalties nem direito de autor: a instala��o de “confession�rios” dentro do est�dio e em locais de grande circula��o na cidade. Em cada um desses pontos deve haver uma junta de profissionais formada por padre, pastor, pai ou m�e de santo, um psic�logo e um psiquiatra.

Tratar-se-ia de uma estrat�gia para a conten��o de danos. O atleticano emputecido com a derrota, e mesmo com o empate, seria atra�do por assistentes sociais, que o direcionariam �s c�maras escuras do confession�rio. Em um ambiente que estivesse garantido o completo anonimato do “paciente”, dir�amos toda e qualquer barbaridade, soltar�amos sobre o Galo cobras e lagartos, exercer�amos a justa liberdade de express�o do nosso pessimismo, forjado em anos e anos de sofrimento, rogar�amos pragas contra a Globo e o Flamengo, a CBF e o Nathan Silva.
 
De acordo com o perfil do doente, poder�amos deix�-lo aos cuidados de Deus – prescreve l� uma reza, troca aquela ideia de rabino, e anda a fila. Se for mais grave, chama o psic�logo, deixa falar � vontade e taca-lhe um Freud. Em casos extremos, o psiquiatra entraria com a medica��o adequada, o Rivotril Litr�o. A parceria com a Hapvida – nossa nova patrocinadora e estreante tamb�m na CPI – pode ajudar a estabelecer protocolos de tratamento precoce, com a maracujina no lugar da cloroquina. J� me ofere�o para cobaia.

S�o a��es simples que evitariam de o atleticano recorrer �s redes sociais e destilar, atrav�s de seus dedos nervosos, todo o �dio guardado no cora��o – e a partir da�, o desgra�ado do Zuckerberg fazer se alastrar a mala onda com a ajuda dos seus algoritmos do inferno. Antes do Zucka n�o tinha nada disso: voc� rasgava a carteirinha da Vila Ol�mpica, no dia seguinte colava tudo com durex e vida que segue.

Esse � um problema especialmente problem�tico quando se trata do atleticano, repleto de complexidades, completamente dod�i, atormentado pelo passado de azares e injusti�as, o corvo sempre pousado em seu umbral. Se o Brasil est� circunstancialmente polarizado, o atleticano � por si s� polarizado desde sempre – bipolar � o diagn�stico correto da nossa doen�a.

Se perde – e at� quando empata –, acabou-se tudo, ningu�m presta, est� na cara o engodo e o equ�voco completo em rela��o a tudo e todos. Mesmo com 11 pontos de dianteira, a derrocada parece iminente e incontorn�vel. Sabotadores de n�s mesmos, pensamos em cavalos paraguaios. O corvo se alvoro�a: “Nevermore”. E contamos os dias para os 50 anos de espera. Credo.

O outro lado da moeda pode ser visto quando, depois do lament�vel, terr�vel e inaceit�vel empate, os advers�rios tamb�m trope�am. O atleticano ent�o emerge triunfante de sua fossa abissal. Respira como o n�ufrago que vem � tona e voa como a f�nix rediviva. Conosco ningu�m podosco! Dexezvin, s�! EU A-CRE-DI-TO!

Nessa hora o confession�rio �s moscas poderia ser usado para outros prop�sitos, como postos de vacina��o ou emiss�o de carteiras de identidade, abrigos para atleticanos em situa��o de rua, e at� cedidos aos pobres cruzeirenses – afinal, um advers�rio n�o precisa ser inimigo, e todos deveriam ter o direito de odiar em paz, desde que a mala onda n�o se alastrasse como fogo no facho.

Bora n�is, pois, ganhar o Brasileiro. Faltam 15 rodadas, 9 jogos em casa. Cuca completa hoje sua cent�sima partida pelo Galo em Belo Horizonte. Perdeu cinco (cinco!). Esse Brasileiro � nosso e ningu�m tasca. At� porque, se tascar vai faltar pastor, psic�logo e psiquiatra para tanto paciente. Deus que nos livre e guarde!

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