Recome�o do Cruzeiro � para nos encher de otimismo

A Raposa se prepara para uma nova jornada em 2021. Rumo a um novo ciclo, o cruzeirense se coloca mais uma vez diante de duas palavras que parecem similares, mas que, na verdade, representam perspectivas diferentes: otimismo e esperan�a. Confesso que nunca me preocupei em tra�ar um paralelo entre os termos, at� mesmo porque eles s�o convergentes. Por�m, o Cabuloso acabou me ensinando a diferenci�-los a duras penas.

Vou explicar. Quando o Cruzeiro foi “derrubado” em 2019, al�m da tristeza pelo rebaixamento, est�vamos diante de um cen�rio de incertezas. N�o � toa, entramos em 2020 sem elenco, afundados em uma crise pol�tica sem precedentes e com d�vidas se o clube tinha condi��es de ser gerido, tamanho o caos financeiro e institucional.

O torcedor, naquele contexto, n�o tinha em m�os coisas concretas. S� existia uma cren�a de que, pela grandeza do clube, os resultados viriam, independentemente das dificuldades. Em outras palavras, o amor pelo clube nos levou a acreditar que uma reviravolta simplesmente ocorreria, mesmo diante do improv�vel.

Pois bem! Para esse tipo de sentimento n�s damos o nome de ESPERAN�A – uma esp�cie de desejo sem medidas, um “querer” sem apego � racionalidade.

Agora, retornemos a nossa atual situa��o. Apesar de o Cruzeiro seguir em um cen�rio dif�cil, o ano de 2021 surge com uma perspectiva diferente, mesmo ap�s uma temporada decepcionante.

Devido ao trabalho promissor do novo diretor de futebol, Andr� Mazzuco, o clube parece, enfim, ter um planejamento sustent�vel e coerente com sua atual realidade financeira.

Algumas mudan�as j� s�o claras. Al�m da vinda do novo t�cnico, Felipe Concei��o, que chega para resgatar nosso DNA ofensivo, a Raposa deixa de apostar em medalh�es e prioriza a contrata��o de jogadores jovens, sem grife, mas com viv�ncia e bom desempenho em S�rie B.

Os crit�rios para refor�os, agora, parecem mais objetivos, baseados em an�lises t�cnicas, e com perspectivas de retorno financeiro, algo fundamental para a nossa sobreviv�ncia.

Diante deste contexto, arrisco-me a dizer que podemos encarar este recome�o com mais OTIMISMO – um sentimento mais palp�vel, conectado � realidade, fruto de um trabalho que podemos mensurar.

Enfim, a boa perspectiva deste in�cio de jornada nos leva a crer que os bons resultados podem sair da esfera do “desejo” para irem ao encontro do “poss�vel” – e at� mesmo do “prov�vel”. Conseguiram perceber a diferen�a?

Por�m, h� de se ressaltar que o otimismo deve ser “confiante”, mas n�o imprudente! � necess�ria perspic�cia para consertar os erros, al�m de intelig�ncia para administrar os momentos dif�ceis que devem surgir.

Em 2021, a Raposa seguir� gigante e destemida, at� mesmo porque existem 9 milh�es de guardi�es para proteg�-la. O tempo da ca�a voltar�, podem ter certeza! Por�m, neste momento, os passos seguem lentos porque ainda � tempo de limpar as feridas. Ali�s, feridas que, em breve, ser�o consideradas marcas de resist�ncia.